PS5 e Xbox Series X: comparativo entre as especificações dos novos consoles

PS5 e Xbox Series X: comparativo entre as especificações dos novos consoles

Mesmo com os efeitos da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) a nona geração de consoles segue sendo desenhada. Novamente os dois grandes personagens são Sony e Microsoft, que apostam no PlayStation 5 e Xbox Series X, respectivamente. Ambos prometem elevar a experiência do jogador, incluindo de forma nativa possibilidades que, até então, eram reservadas aos gamers de PC. Neste artigo iremos analisar as especificações desses dois grandes consoles que devem chegar ao mercado ainda em 2020.

O novo capítulo da saga

Mais uma vez o embate entre Sony e Microsoft no mundos dos consoles causa alvoroço e discussão. Pegando carona no que vimos na geração passada, com a família Xbox One e PS4, a Microsoft está novamente apostando em um hardware mais poderoso do que do seu rival, enquanto a Sony, ainda envolta em um certo mistério com o PS5, promoverá um balanço entre hardware, apelo de uma marca que para muitos gamers é a escolha mais óbvia e seu conjunto de títulos franquias exclusivas de renome.

É interessante notar como Sony e Microsoft estão adotando estratégias completamente distintas em relação aos seus próximos consoles. Enquanto a gigante de Redmond já revelou specs e design, com direito a hands on por alguns membros da mídia, a Sony mantém o PS5 numa certa redoma, fazendo mistério com o design, cansando o consumidor final apenas com um amontoado de especificações.

Sem dúvidas, em termos de comunicação a Microsoft saiu bem na frente, a companhia soube aliar o técnico com o informativo, agradou tanto o público mais interessado em esmiuçar o que o console pode oferecer e também quem apenas quer conhecer qual o formato e a aparência externa. Quem está acostumado a consumir conteúdo sobre games pode ter a falsa impressão que todos estão totalmente interessados e realmente inteirados em teraflops, compute units, taxas de transferência, etc, mas não. Milhões de pessoas que irão comprar o console levam em consideração o design, o retrospecto com aquela linha e como os novos jogos estão performando.

Evidentemente a Sony sabe muito bem o que tem nas mãos, a marca PlayStation é fortíssima, vende apenas por ser PlayStation, então não espere um fracasso, um hate retumbante ao console apenas porque a Sony está escondendo demais os atributos estéticos. Inclusive há quem ache que o PS5 irá passar pro cima dessa discussão mais técnica sobre quem oferece mais ou menos teraflops.

De acordo com uma postagem no Twitter de Andrea Pessino, produtor e um dos responsáveis pelo estúdio Ready at Dawn (The Order 1866, Lone Echo, Deformers, etc), dentro de um ano após seu lançamento, os jogadores apreciarão plenamente o que o PS5 é um dos consoles domésticos mais revolucionários e inspirados já criados e se sentirá tolo por ter gasto energia discutindo sobre “teraflops” e outras especificações igualmente incompreendidas.

Pessino também diz os consoles são muito mais que uma soma de especificações. “É claro que melhorias incrementais de hardware são importantes, mas abstrações, APIs, integração e, acima de tudo, arquitetura, são ainda mais”, completa o produtor.

Fato é que os teraflops e outros aspectos mais técnicos também irão determinar como essa geração se desenrolará, e é sobre isso que falaremos adiante.

Uma nova experiência ao jogador

De cara já vou deixar bem claro uma coisa:essa geração será a forma mais “barata” de você poder usufruir de recursos de ponta da indústria dos games. É isso, o PC pode entregar a melhor qualidade gráfica e a possibilidade do upgrade sem fim, mas é no console que o jogador fora do universo do hardware consegue ter acesso a recursos de ponta, e pagando menos, quando comparado a uma máquina montada com especificações semelhantes.

Com o PS5 e o Xbox Series X os gamers começarão a ter acesso a tecnologias que estavam reservadas a nata do PC gamer, como o caso do Ray Tracing e SSDs PCI de altíssima velocidade. Embora ainda considere que o Ray Tracing em jogos ainda não mostrou a que veio, é importante a sua disponibilidade nos consoles, assim como o salto obrigatório do HD para o SSD como unidade principal de armazenamento. Esse sim é um atributo especialíssimo capaz de revolucionar completamente a experiência do jogador.

O SSD na linha de frente

Tanto Microsoft quanto Sony entenderam muito bem essa necessidade, e ambos os consoles, de formas distintas, irão entregar essa revolução na experiência em termos de SSD, componente que, aliado as otimizações do sistema, é capaz de mudar o paradigma em termos de carregamento de texturas, telas de carregamento e premiar o gamer com a instantaneidade – recurso que ambas as empresas estão ressaltando.

Na questão do SSD, a Sony promete largar na frente, parece até que a companhia preferiu deixar o investimento numa GPU mais poderosa para entregar um SSD mais robusto, não em termos de capacidade, já que o do Xbox Series X é maior (825 GB no PS5 e 1 TB no Xbox Series X), mas em performance bruta. Ambos são baseados no protocolo NVMe, e prometem as seguintes taxas de transferência:

– PS5 – 5,5 GBs (bruto) ou até 9 GB/s (comprimido)

– Xbox Series X: 2,4 GBs (bruto) ou até 4,8 GB/s (comprimido)

Além do consumidor, o uso do SSD como unidade nativa dos principais consoles dessa geração também representa um benefício aos desenvolvedores. Mark Cerny, líder de engenharia da Sony, explicou como o desenvolvedor irá tirar proveito de uma unidade mais veloz:

A principal razão para um SSD ultrarrápido é que ele oferece liberdade ao criador do jogo”, explica Cerny. “Ou, de maneira diferente, com um disco rígido, os 20 segundos necessários para carregar um gigabyte podem sabotar o jogo que o desenvolvedor está desenvolvendo. Digamos que estamos fazendo um jogo de aventura, e temos dois ambientes ricos em que cada um de nós deseja texturas e modelos suficientes para preencher a memória, o que você pode fazer desde que tenha uma longa escada ou elevador ou um corredor ventoso em que possa abandonar os recursos antigos e levar 30 segundos ou mais. para carregar os novos ativos

Kurt Margenau, codiretor do game The Last of Us Part II, disse no Twitter que o PS5 é o maior salto da carreira dele na questão de lidar com o desenvolvimento, e o SSD passa por isso.

A Microsoft também soube “vender” muito bem a ideia de um SSD integrado ao seu console. Em vídeo, a companhia demonstrou a diferença bruta no tempo de carregamento do jogo State of Decay entre o Xbox One X e o Xbox Series X.

Xbox One X – 00:09.64

Xbox Series X – 00:48.03

 

Tanto o Xbox Series X quanto o PlayStation 5 irão permitir a expansão no armazenamento, mas aí mora um problema. A primeira questão é a performance, as unidades internas dos dois consoles são realmente bem velozes, além de serem projetos personalizados, pensados para a maquina. No caso das externas, você pode acabar tendo um certo problema com gargalo. Esse ponto foi até exemplificado na apresentação mais recente da Sony sobre o PlayStation 5.

A unidade do PS5 roda com uma taxa de transferência de 5,5, GB/s, e é baseada em PCI 4.0, mas vamos supor que você conecte uma unidade externa baseada em PCIe 3.0. As taxas de transferência serão menores, na casa dos 3.5 GB/.

Outra questão a se ressaltar é em relação às unidades que podem ser conectada aos consoles. O Xbox Series X tem uma porta NVMe, mas lida com um padrão proprietário, isto é, aceita apenas os SSDs “certificados” – os primeiros modelos que seguem esse padrão são da marca Seagate. Essa padronização pode resultar em unidades mais caras, e muitos jogadores irão necessitar de armazenamento externo, já que a tendência de jogos que ocupam cada vez mais espaço irá seguir.

Com o PS5, a Sony diz que o console irá aceitar unidades produzidas por terceiros, mas não deve ser tão amplo assim, já que Mark Cerny declarou que o console funcionará com certos “SSDs M2 compatíveis com PCIe 4.0”.

AMD comandando o hardware central

Novamente a AMD combina o epicentro do hardware dos novos consoles da Sony e da Microsoft. Assim como no caso do SSD, o salto que os consoles irão entregar em elementos centrais como CPU e GPU são fantásticos, já que a performance não passa apenas por hardware bruto, mas sim a arquitetura em que ele é construido, e nesse ponto os dois consoles são bem parecidos, já que utilizam as melhores opções da AMD na atualidade em termos de arquitetura. CPU baseada em Zen 2 e GPU baseada em RDNA 2.

Como se tratam de projetos personalizados, o hardware dos consoles nunca serão exatamente iguais, haverá sempre uma disparidade, já que cada empresa adota decisões particulares de como deseja que o projeto caminhe. A Microsoft em números frios é a campeã neste aspecto, seu console entrega a solução mais completa.

Vamos começar pela CPU. Como destaquei mais acima, ambos rodam com um processador octa-core baseado na arquitetura Zen 2 (processo de fabricação em 7nm), porém há diferenças no clock de operação. A Microsoft fala em clock fixo – 3.8 GHz e 3,6 GHz com SMT, já no caso do PlayStation 5 o clock é variável, podendo atingir até 3,5 GHz. Este clock máximo será alcançado apenas em situações estratégias, evidentemente a jogatina é uma deles.

Este SoC é combinado com 16 GB de memória GDDR6, há aqui outra diferencial considerável entre ambos. O barramento da memória do PS5 é de 256-bit, enquanto a do Xbox Series X é de 320-bits. A largura de banda associada é de 448 GB/s, no console da Sony, enquanto no caso do Xbox Series X os 16 GB são distribuídos da seguinte maneira: 10 GB a 560 GB/s e 6 GB/s a 336 GB/s.

Passamos agora para o chip gráfico, elemento primordial para o rendimento em games. A AMD aparece aqui de novo, responsável pela arquitetura dos chips utilizados nos dois consoles: RDNA2 (Radeon DNA 2). O salto da performance por watt em soluções gráficas baseadas em RDNA 2 será de 50% (quando comparado ao RDNA) – mesmo salto que a AMD promoveu quando passou de GCN para RDNA.

No PS5, a GPU, assim como a CPU, tem uma frequência variável, atingindo até 2,23 GHz, superior ao do Xbox Series X, que tem uma frequência fixa de 1,825 GHz. Nos demais pontos relacionados ao chip gráfico a superioridade do Xbox Series X é expressiva. A performance bruta do console da Microsoft é 12 Teraflops enquanto a do PS5 é 10,28 Teraflops. A diferença no número de unidades computacionais (Compute Units) também chama atenção: 36 Compute Units no PS5 e 52 no Xbox Series X.

Deve-se notar, no entanto, que esse é um poder de computação bruto que não reflete o cenário real em games. Vamos a um exemplo prático, embora o hardware do PS4 Pro seja bem inferior ao do Xbox One X, o resultado entregue pela Sony nos seus exclusivos é surpreendente, porém, evidentemente a Microsoft larga na frente em termos do títulos multiplataforma. Esses números mais favoráveis ao Xbox Series X pode representar também uma capacidade mais interessante do console no rendimento dos títulos com suporte ao Ray Tracing.

Falando em Ray Tracing, ambos lidam com o traçado de raios, possibilidade que é oferecida via arquitetura RDNA 2. Essa tecnologia torna os reflexos e a iluminação mais realistas. Na apresentação do PlayStation 5, a Sony mencionou as diversas maneiras que o Ray Tracing pode ser aplicado, desde som até iluminação global, sombras, reflexos e o game inteiro mapeado, deixando de lado o raster.

Resumo das especificações

Confira abaixo uma tabela com as especificações do PlayStation 5 e do Xbox Series X:

 

Agora só resta aguardar mais informações sobre esses grandes lançamentos, a Sony ainda tem que revelar o design do PlayStation 5, e, assim como a Microsoft, a data de lançamento e o preço Recentemente a Microsoft vazou por engano a data 26 de novembro para o lançamento do Xbox Series X, mas desmentiu logo em seguida.

Há também a questão da incerteza em relação aos efeitos do novo coronavírus no mercado. Analistas da Jefferies Group acreditam que o lançamento dos novos consoles podem ser adiados para 2021.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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