Conta aí pra gente: o que você acha das criptomoedas?

Conta aí pra gente: o que você acha das criptomoedas?

O conta aí pra gente desta quarta-feira (26) aborda um tema polêmico: “o que você acha das criptomoedas?”.

Há quase um ano, em novembro, as criptomoedas estavam em um ótimo momento, com o valor de um Bitcoin superando a casa dos US$ 67 mil (R$ 360.506 na cotação daquela época).

O valor total de todas as criptomoedas em circulação naquele período beirava US$ 3 trilhões. Obviamente, muita gente ficou milionária com as criptomoedas, tornando-se grandes apoiadores do conceito impulsionado pelo Bitcoin em 2008.

Elon Musk, o homem mais rico do mundo, é um dos maiores apoiadores das criptomoedas, sobretudo a caricata DogeCoin. Entretanto, o universo das criptomoedas é marcado pelo ditado “quem chega cedo bebe água limpa”, pois também há muita gente que não conseguiu ficar rica com as criptomoedas.

Ah, antes de continuar, preciso lembrar da importância de um ótimo artigo deste site que explica como funciona as criptomoedas, pois o objetivo aqui é descobrir o que você acha das criptomoedas.

Leia mais: O que é bitcoin e blockchain?

Para tanto, é necessário contextualizar o momento atual chamado “crypto winter”, ou “inverno das criptomoedas”, o termo para designar a queda vertiginosa do valor das criptomoedas.

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Diferentemente do último trimestre do ano passado, o preço do Bitcoin caiu para US$ 20 mil neste mês, com o valor total de mercado sendo de US$ 1 trilhão, acarretando a falência de várias grandes empresas de criptomoedas.

Certamente, isso é bastante satisfatório àqueles que sempre torceram o nariz para o novo sistema financeiro, ironicamente tido como culpados pela catástrofe atual das criptomoedas.

Portanto, vamos compreender o motivo da queda do valor das criptomoedas e se isso marcará o fim do hype ou apenas mais um inverno, pois já houve um “inverno das criptomoedas” que ocorreu entre 2018 e 2020.

Contudo, agora a parada é muito mais séria, pois os governos tendem a buscar, cada vez mais, a regulação das criptomoedas. Se você não sabe o porquê, recomendo novamente a ler o artigo aqui do site. Mas, em poucas palavras, o problema é a “criptografia”.

“A história das criptomoedas”

Ontem (25), a versão online da revista Businessweek do Bloomberg publicou uma matéria gigantesca, com 40 mil palavras, intitulada “A História das Criptomoedas”.

Essa matéria, assinada pelo colunista Matt Levine, já obteve bastante atenção, pois aborda desde os princípios básicos da tecnologia das criptomoedas à formação de uma comunidade de fãs que fazem parte de um fenômeno social.

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O momento dessa publicação não poderia ser mais apropriado, afinal de contas, quem escreve é um dos maiores especialistas em economia do jornalismo mundial.

Pois bem, um dia após Levine afirmar que em 2022 o sistema financeiro de criptomoedas tinha como foco criar ativos seguros – ressaltando que muitas pessoas investiram suas economias e aposentadorias e obtendo um péssimo resultado -, ocorreu a maior liquidação do mercado de criptomoedas em transações rápidas ou especulação.

Hoje (26), mais de US$ 700 milhões saíram do mercado de criptomoedas, superando o recorde de julho do ano passado. Ironicamente, isso contribuiu para um crescimento no valor de criptomoedas, como a Ethereum, que subiu em 10%.

O lado negativo das criptomoedas

Em meio ao crescimento da popularidade das criptomoedas e sua consequente adoção por parte de instituições financeiras, alguns governos começaram a tratar o assunto com maior seriedade.

Enfim, para os governos, a falta de regularização e, portanto, de rastreio, é o maior problema em relação às criptomoedas. Mas há, também, o ponto de vista dos economistas.

Oito vencedores do Prêmio Nobel de Economia afirmaram que as criptomoedas são “uma bolha econômica especulativa”, além de vários nomes da indústria financeira, como o grande investidor Warren Buffett.

Bitcoin

Até mesmo Bill Gates, em junho deste ano, afirmou que as criptomoedas são uma piada.

Bill Gates detona NFT e criptomoedas: tolice

Os dois maiores exemplos são, ironicamente, grandes rivais: os Estados Unidos e a China. No caso dos EUA, em julho do ano passado – novamente, ironicamente em um momento de queda das criptomoedas -, o senado americano exigiu que a Comissão de Comércio elaborassem formas para regulamentar as criptomoedas. Em fevereiro deste ano, o governo americano nomeou Eun Young Choi como a primeira diretora da Equipe Nacional de Regulamentação das Criptomoedas para identificar os crimes cometidos com esses e outros ativos digitais.

Falaremos desses crimes em breve, mas antes é necessário falar sobre a China, pois esse é um país que acha as criptomoedas um grande problema.

O país asiático vive uma guerra contra as criptomoedas devido à mineração em áreas que afetam o fornecimento de energia do país. Por isso, em 18 de maio de 2021, a China proibiu que instituições financeiras e sistemas de pagamento realizassem transações com criptomoedas. Isso resultou em quedas acima dos 30% no valor das principais criptomoedas.

bitcoin bandeira china

O caso do Reino Unido é o mais interessante. Em junho do ano passado, o governo da finada rainha Elizabeth encerrou as atividades da Binance, a maior plataforma de transações de criptomoedas. Mas isso pode mudar neste ano.

Além das ações para regularizar esses ativos digitais, as criptomoedas estão no centro de várias polêmicas envolvendo crimes como lavagem de dinheiro, ataque hackers, evasão de divisas, sonegação de impostos, roubo e até mesmo compra de armas e drogas na dark web.

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Quem apoia as criptomoedas e por quê?

Enquanto alguns governos tentam barrar o uso das criptomoedas, os países emergentes continuam a aumentar o uso do ativo de digital. O Índice de Adoção Global de Criptomoedas, publicado ontem (25) pela Chainalys, apontou que o Brasil é o sétimo país que mais utiliza criptomoedas em todo o mundo. O ranking é liderado pelo Vietnã e isso tem uma explicação: a tendência é que os países mais pobres para fins especulativos e, em caso de alta inflação, para preservação de fundos.

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Não é por acaso que a Venezuela é o segundo país com mais jogadores de Axie Infinity, game vietnamita baseado em NFTs com transações em criptomoedas. Mas, voltando a falar do Brasil, o estudo afirma que, como a nossa economia é mais desenvolvida, costumamos tratar as criptomoedas como um investimento majoritariamente especulativo.

Thomaz Fortes, diretor do Setor de Criptomoedas do Nubank, afirmou que o brasileiro, geralmente, procura uma forma de expandir seus ganhos, devido às taxas de juros e a alta valorização, de acordo com ele, em criptomoedas. Thomaz Fortes ressalta que o brasileiro continua investindo em criptomoedas mesmo no “inverno das criptomoedas”. Então, já sabemos o que o brasileiro acha das criptomoedas. Mas e os países que enfrentaram problemas?

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Rio de Janeiro aceitará pagamento do IPTU em criptomoedas

Como o subtítulo é “quem apoia as criptomoedas”, iremos falar agora do Reino Unido, que baniu a Binance no ano passado. Continuando a recapitular a semana turbulenta das criptomoedas, no Reino Unido houve uma reviravolta interessante.

Liz Truss renunciou ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido na semana passada, dando lugar a Rishi Sunak, também membro do partido conservador. Sunak assumiu o cargo na última segunda-feira (24), mas anteriormente foi ministro da economia do governo de Boris Johnson, e tinha planos de tornar o Reino Unido no “centro das criptomoedas”.

Rishi Sunak, o novo primeiro-ministro do Reino Unido.

Para prevenir os crimes que usam criptomoedas, o governo britânico criou hoje (26) uma força tática policial para lidar especialmente com casos envolvendo ativos digitais.

Agora, as forças de segurança do Reino Unido podem congelar ativos digitais, sobretudo criptomoedas, que possuam ligação a atividades criminosas. Desse modo, o plano do novo primeiro-ministro pode dar certo.

O que você acha das criptomoedas?

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Apresentamos um pouco sobre ambos os lados da moeda (peço perdão pela piada) e agora queremos saber a sua opinião: o que você acha das criptomoedas? Esse inverno vai durar por muito tempo? O brasileiro tem razão em investir nesses ativos? É uma bolha prestes a estourar ou veio para ficar?

Deixe seus comentários aqui pra gente! Ah, quaisquer informações pertinentes são válidas. E não me xinguem por deixar de falar sobre a guerra, mas o foco foi especificamente o que está rolando nesta semana. Até a próxima!

A seção “Conta aí pra gente” é um quadro fixo do Hardware.com.br em que temas interessantes sobre o mundo da tecnologia são colocados em pauta para que você, leitor, participe e interaja conosco 😉

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