6 processadores lendários da Intel

6 processadores lendários da Intel

Julho de 1968 marcou a fundação da NM Electronics, que logo foi rebatizada como Intel, uma combinação de “Integrated Electronics“. A gigante do mercado de semicondutores começou sua trajetória com a produção de chips de memória, até fazer uma transição para um produto que ela mesma inventou: os microprocessadores.

processadores lendários da Intel
Gordon Moore (à esquerda) e Robert Noyce, fundadores da Intel

Neste artigo elenquei 6 processadores lendários da Intel.

Intel 4004 – o primeiro processador da Intel

processadores lendários da Intel
Intel 4004

Após uma curta experiência com chips DRAM, a Intel mudou de rumo, impulsionada por um contrato com a empresa japonesa Busicom.  Em 1969, essa companhia contratou a Intel para desenvolver um conjunto de chips para sua linha de calculadoras. 

Calculadora Busicom

Conforme relatado no livro “Os Inovadores” – uma biografia da revolução digital”, Ted Holf, o 12º funcionário da Intel foi a peça-chave para toda a revolução de chis que a companhia conseguiu, aplicando o conceito de um chip com funções múltiplas. Deixando de lado o que era feito até então: projetar muitos tipos de chips, cada um com uma função diferente.

Desse conceito de Holf, endossado por Robert Noyce, cofundador da Intel, surgiu o microprocessador. E o primeiro produto da Intel nesse sentido, e que equipou as calculadoras da Busicom, foi o Intel 4004. Simplesmente o primeiro microprocessador comercial do mundo. Um produto que não foi apenas um marco para a Intel, foi uma base para todo um mercado que segue evoluindo até hoje.

Intel 8086 – arquitetura x86

Se o Intel 4004 estabeleceu o conceito do microprocessador, o Intel 8086, lançado em 1978, ano em que a companhia completou 10 anos de mercado, consolidou uma das mais famosas arquiteturas de todos os tempos. Este processador de 16 bits (em contraste com os 4 bits do 4004) marcou uma evolução significativa.

Graças a uma campanha de marketing altamente assertiva, a Intel conseguiu estabelecer a arquitetura x86 como o futuro da computação. E a aposta deu certo. Até hoje, a arquitetura x86 é amplamente utilizada em diversos segmentos, desde chips para PCs domésticos até servidores.

Uma versão ligeiramente modificada do Intel 8086 foi utilizada no IBM PC, um dos computadores domésticos mais importantes de todos os tempos.

Essa não foi a única vez que a Intel acertou em cheio no marketing. Quem não se lembra do lendário slogan “Intel Inside”? Por muitos anos, para consumidores menos familiarizados com detalhes técnicos, a simples presença de um chip Intel em um computador era razão suficiente para escolher aquele produto.

Propaganda da década de 90 sobre o “Intel Inside”

 

486 – mais de 1 milhão de transistores

imagem do Intel 486

Em 1989, a Intel colocou no mercado o lendário 80486DX. Ficou notabilizado por ser o primeiro processador a ultrapassar a marca de 1 milhão de transistores, mais precisamente 1,2 milhão de transistores.

Em 1992, a Intel lançou o modelo 80486DX2, que ficou amplamente popular entre usuários que queriam um computador para jogos. 

Enquanto hoje em dia a Intel está na litografia de 7nm, na época esse processador era produzido em 600 nm.

Intel Celeron 300A – uma lenda de overclock, a contragosto da própria Intel 

Intel Celeron 300A

Mencionar o Celeron numa lista de processadores icônicos da Intel pode gerar um certo desagrado para alguns, já que esses chips ficaram associados sempre a baixa performance, mas permita-me trazer aqui o icônico Celeron 300A.

Esse modelo é interessante em muitos níveis, principalmente porque gerou um desagrado na própria Intel com os rumos que os usuários estavam adotando com esse processador.

Lançado em 1998, o Intel Celeron 300A tinha uma excelente capacidade de ir além das especificações de fábrica. Sua capacidade de ser overclockável era notável. O clock de fábrica era 300 MHz, mas alguns usuários conseguiam chegar a 450 MHz, 460 MHz.

Surpreendentemente, a Intel, ao invés de enaltecer essa capacidade, foi contrária. Propagando que isso poderia arruinar o processador e até mesmo cogitando negar a garantia daqueles que tivessem algum problema após alterar as características do chip.

Pentium – a grande marca da história dos processadores

imagem do processador Intel Penitum

É impossível montar uma lista de processadores lendários sem mencionar a linha Pentium. Indiscutivelmente, a grande marca da história das CPUs. Um nome que está no imaginário popular da história da computação.

Definitivamente, a Intel sabe como trabalhar e emplacar marcas, e o nome Pentium (em referência ao fato de ser a quinta geração de processadores da Intel) foi mais um acerto que a empresa teve em termos de comunicação do produto, e também em questões tecnológicas.

Lançado em 1993, o Pentium estabeleceu um novo patamar para a empresa em termos de arquitetura de chips e de relação com o consumidor. Alguns jogos incluíam, na época, nas configurações de qualidade, a opção Pentium, que visava uma experiência otimizada para esses chips.

O nome Pentium foi tão representativo que foi justamente essa marca, em sua versão conhecida como Pentium Pro, lançado em 1995, que a Intel escolheu para ilustrar as opções de processadores destinadas a estações de trabalho profissionais, como servidores.

Ao longo do anos, a Intel foi renovando e trabalhando o Pentium de inúmeras maneiras, do aprimorado Pentium MMX, de 1996, ao famosíssimo Pentium 4, lançado em 2000.

Core 2 Quad Q6600 – hora de brincar com 4 núcleos

2007, no ano em que o transistor, invenção que foi fundamental para Intel construir o que ficou conhecido como microprocessador – completou 60 anos, a empresa colocou no mercado o quad-core Core 2 Quad Q6600. Baseado na arquitetura Core, que fez sua estreia no ano anterior, a Intel falava em um aumento de performance de 80% quando comparado ao também imponente Core 2 Extreme, que era dual-core.

O processador tinha os 4 núcleos físicos, mas ele adotava  o que é chamado de arranjo “2+2” ou “MCM” (Multi-Chip Module). O Q6600 é composto por dois dies de dual-core, cada um com dois núcleos, colocados juntos no mesmo pacote. Já o primeiro processador quad-core monolítico foi o AMD Opteron, lançado em 2006 para o mercado de servidores.

não foi exatamente o primeiro processador com 4 núcleos físicos (título que pertence ao AMD Opteron, lançado em 2006 para o mercado de servidores). Era um arranjo entre 2 núcleos físicos e 2 threads, os núcleos lógicos.

Numa época em que a maioria das pessoas optava por modelos de 2 núcleos com altas velocidades de clock – na casa dos cerca de 3 GHz – a Intel veio com produto para o consumidor final com essa proposta de 4 núcleos, entregando uma grande performance, principalmente em programas que conseguiam fazer uso dos 4 cores.

Esse processador chegou ao mercado em janeiro daquele ano por salgadíssimos US$ 851, mas caiu de preço nos meses seguintes, sendo vendido por US$ 266. Segundo essa reportagem de dezembro de 2007 da Folha de S. Paulo, no Brasil, o Core 2 Quad Q6600 custava R$ 750.

 

E, aí, que outro processador da Intel você incluiria como lendário? Conte abaixo nos comentários.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
Leia mais
Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X