ANÁLISE: RTX 2070 Super Black Series da PCYES

ANÁLISE: RTX 2070 Super Black Series da PCYES

Não faz muito tempo que conferimos o desempenho da RX 570 da brasileira PCYES, e agora chegou a vez de dar uma olhada num outro modelo dessa fabricante que está cada vez mais diversificando suas linhas de produtos. Dessa vez, uma placa com chip gráfico da NVIDIA, e numa condição bem diferente em relação ao posicionamento de mercado da PCYES. Estamos falando da RTX 2070 Super num modelo que integra a novíssima linha Black Series da empresa.

Essa linha finca o pé da empresa brasileira no investimento de placas mais premium. Além da RTX 2070 Super, essa linha também recebeu a RTX 2080 Super. Além de ambas serem placas serem opções robustas em termos do lineup da série RTX 20, essas novas placas também marcam o período de garantia de 4 anos oferecido pela PCYES. São 3 anos de garantia de fábrica + 1 ano de garantia extra para quem se cadastrar neste link.

Comparando com a RX 570 da marca que analisamos, e que era de uma outra linha, a Graffiti Series, houve a adição de 1 ano de garantia na Black Series (Na Graffiti Series são 2 anos de garantia de fábrica + 1 ano de garantia mediante o cadastro no site).

Também vale destacar que essa não é a primeira vez que a PCYES se aventura nos modelos da série RTX 20, a companhia já tem em seu lineup 4 variações da RTX 2060, opção de entrada baseada na microarquitetura Turing para quem quer começar a se aventurar em tecnologias como Ray Tracing e DLSS. E agora a empresa sobe ainda mais o sarrafo com essas duas opções de RTX 20 Super. Abaixo você confere como foi o desempenho de uma delas, a RTX 2070 Super OC Black Series.

Design e conteúdo da embalagem

Diferentemente da linha Graffiti Series que, além da caixa estilizada, e até a presença de um poster – arte do ilustrador brasileiro Nuno Skor, a série Black Series tem uma outra pegada em termos de design. A ideia é remeter ao produto um ar mais classudo, mais sério. Me chamou a atenção logo de cara a embalagem que lembra um pouco a caixa do modelo Founders Edition da NVIDIA.

Dentro da embalagem, encontramos apenas a placa envolta em um plástico antiestático e acomodada numa espuma. Eu já comentei em outras ocasiões que a PCYES ainda precisa de uma identidade em termos de design para suas placas, elementos que a diferenciem. A empresa vem tentando, mas ainda acho um design padrão, sem grandes elementos que remetem a marca.

A RTX 2070 Super OC Black Series é uma placa que ocupa dois slots no gabinete tem uma carenagem em plástico e um sistema de resfriamento interessante, que falaremos mais sobre ele em seguida. Parte desse sistema de resfriamento você já observa ao pegar a placa. São três fans, todos eles com o logo da PCYES ao centro. Assim como outras placas mais premium, a RTX 2070 Super Black Series conta com um backplate, porém, não dá pra dizer que é uma adição 100% satisfatória, já que o backplate é de plástico.

Uma adição bem legal é que na extremidade direita da placa há uma área com iluminação RGB. A inscrição Game On fica acessa durante o funcionamento da placa. E essa área iluminada pode ter sua cor trocada para combinar com o estado da temperatura em que a VGA está operando naquele momento.

As sáidas de vídeo que acompanham a placa são: 3xDisplayPort 1,4a + HDMI 2.0b. Para a alimentação, é exigido dois conectores, um de 8 pinos e um de 6 pinos.

Vamos retornar agora ao ponto do sistema de resfriamento da placa. Desmontamos a RTX 2070 Super OC Black Edition para ver mais em detalhes a placa. O sistema de resfriamento um grande bloco de dissipação dividido em três sessões e 6 heat pipes de cobre. Esse grande bloco atua como a dissipação passiva para a GPU, chips de memória e elementos do VRM. Há também uma área ao centro de cobre que entra em contado diretamente com a GPU TU-104. Thermal pads de elastomero na cor rosa também estão presentes.

Em alguns modelos de outras marcas acontece que os próprios heat-pipes são pressionados uns contra outros para formar uma área de cobre que entra em contato com a GPU, no caso da placa da PCYES há uma área em cobre dedicada para essa finalidade do contato direto com o chip gráfico. Os fans da RTX 2070 OC Black Series trabalham com base na tecnologia Fan Stop. As ventoinhas permanecem desligadas dependendo da carga de trabalho da placa.

O sistema de alimentação tem 8 fases para a GPU TU-104 e 2 fases os chips de memória GDDR6X. Ao redor da GPU temos os oito bancos de memória da Micron.

Desempenho

Vamos agora passar para os testes de desempenho da RTX 2070 OC Black Series da PCYES.

A configuração utilizada no teste foi a seguinte.

Configuração utilizada no teste

  • Placa-mãe: Gigabyte Z370XP-SLI
  • Processador: Core i7-8700K
  • Cooler: watercooler PCYES NIX RGB 360mm
  • Memória RAM: 32 GB de RAM Pichau Gaming
  • Placa de vídeo: PCYES RTX 2070 Super Black Series
  • SSD: WD Black SN 750 de 1 TB
  • Fonte: Corsair CX650
  • Sistema: Windows 10 Pro 64-bit

Como dá pra perceber pelo nome da placa, este é um modelo que chega com OC (overclock) de fábrica. O boost clock da placa da PCYES é superior ao valor do modelo de referência. A RTX 2070 Super em sua versão de referência tem clock base de 1605 MHz e boost clock de 1770 MHz. Na RTX 2070 Super Black Series o clock base se mantém o mesmo do modelo de referência, mas o boost clock é de 1800 MHz. O clock efetivo da memória (8 GB GDDR6) é o mesmo de referência: 14 Gbps. A interface é de 256-bit.

O chip gráfico é o TU104, baseado no processo de fabricação de 12nm. Esse chip generoso de 545 mm2 tem 13.600 milhões de transistores, 2176  CUDA Cores, 136 unidades de textura e 64 unidades ROP. Para as tecnologias especiais de parte das placas RTX 20 (Turing), o Ray Tracing e o DLSS, há as unidades especiais de execução, Tensor Core e RT Cores. Na RTX 2070 Super são 320 Tensor Core e 40 RT Cores.

Começamos o teste justamente por uma dessas tecnologias, o Ray Tracing, o traçado de raios em tempo real. Rodamos uma das Tech Demo disponibilizadas pela NVIDIA em que a tecnologia roda em tempo real. Rodamos o tech demo Justice RTX. Rodamos no preset 1080p com RT (Ray Tracing) ativo. O máximo de frames por segundo registrado foi 113.7

Jogos

Rodamos todos os jogos na resolução 2560 x 1440p e registramos qual foi a maior taxa de frames obtida.

GTA V

Lançado em 2013, GTA V é um dos maiores sucessos da última década no mercado de games. Mesmo com sete anos de rodagem, o título da Rockstar continua fortíssimo em termos de venda. Este ano o jogo bateu a marca de 120 milhões de cópias vendidas.

GTA V roda com a engine RAGE (Rockstar Advanced Game Engine). Para este teste de performance utilizamos a ferramenta interna de benchmark que o próprio jogo oferece. Começamos a capturar a partir do momento do carro estacionado na calcada da fama até o final, em que há um choque com um caminhão de combustível.

> FPS Máximo: 164

The Divison 2  (preset ultra)

The Division 2, segundo título da franquia da Ubisoft, lançado no ano passado, coloca a capital dos EUA, Washington, numa situação de alerta, após uma pandemia na cidade. A Divisão Estratégica de Segurança Nacional (Strategic Homeland Division) tem a responsabilidade de restaurar a ordem. Este segundo título roda com a mesma engine do primeiro, a Snowdrop, porém numa versão atualizada.

Para este teste de performance utilizamos a ferramenta interna de benchmark que o próprio jogo oferece. Como não há transições de tela entre o benchmark – situação que acaba fazendo com que a taxa de frames sofra uma variação que não condiz com a realidade in game,  capturamos do início ao final.

> FPS (Máximo): 82

Far Cry 5 (preset ultra)

Quinto jogo da série principal da franquia Far Cry 5, lançado em 2018, é um título que divide jogadores, muitos curtem o título, outros o consideram altamente repetitivo. O fato é que o game tem um enredo polêmico e bons gráficos.  Far Cry 5 faz uso da Dunia Engine, utilizada também em outros jogos da série Far Cry.

Rodamos a ferramenta interna de benchmark do jogo

> FPS (Máximo) 108

Assassinsy Creed Odyssey (preset High)

Lançado em 2018, Odyssey é o décimo terceiro título da franquia Assassinys Creed. A engine é a já tradicional AnvilNext 2.0, que é a base de outros jogos da fraquia, inclusive também é o motor gráfico do game mais recente para a franquia Assassinys Creed, o Valhalla, que será lançado ainda em 2020. Foi utilizada a ferramenta interna de benchmark.

> FPS (Máximo): 79

 

Battlefield V (preset High)

Lançado em 2018 como um dos primeiros títulos com Ray Tracing, Battlefield continua como um dos games mais bonitos dessa geração. Tendo como enredo a segunda guerra mundial, este título, distribuído pela EA e produzido pela DICE, utiliza o motor gráfico Frostbite, que também dar o ar da graça em outros games distribuídos pela EA, como Need For Speed e Star Wars Battlefront.

Para este teste utilizamos o preset gráfico Ultra e escolhemos a missão Tyralier. Foi realizada uma corrida ao longo do local inicial com disparos em determinados pontos. Vegetação, explosões e poças criam um estresse muito perceptível nesta cena

> FPS (Maximo): 119

Temperatura

Verificamos a temperatura da placa em dois cenários: durante o teste do3D Mark e no jogo Battlefield V. O teste foi realizado numa bancada, com temperatura ambioente (26ºC).

Resultado no 3D Mark: 71ºC – Resultado no Battlefield V: 65ºC

 

Especificações

  • Modelo: RTX 2070 Super Black Series
  • GPU: TU-104
  • CUDA Cores: 2560
  • Base clock: 1605 MHz
  • Boost clock: 1800 MHz
  • Tipo de memória: GDDR6
  • Memória: 8GB
  • Clock da memória: 14 Gbps
  • Interface de memória: 256 bits
  • Dimensões da placa: 288 x 112 x 50 mm
  • Largura: 2.5 slots
  • Saídas de vídeo: 3xDisplayPort 1,4a + HDMI 2.0b

Pontos positivos

  • Construção interna
  • Desempenho
  • 4 anos de garantia

Pontos negativos

  • Preço
  • Backplate de plástico

 

Veredito

Continuo batendo na tecla que a PCYES está numa ascendência bem interessante, com um lineup cada vez mais vasto, dando seus pulos nas mais variadas faixas de mercado, incluindo produtos mais premium, que é o caso da RTX 2070 Super Black Series. A placa entrega tanto uma performance em jogos quanto no resfriamento térmico o que vemos em placas da mesma série de fabricantes considerados mais “tradicionais”.  É um trabalho árduo para os representantes da marca fixar na mente do consumidor que você consegue rivalizar com opções mais tradicionais, mas a PCYES está cumprindo essa missão.

Embora ainda careça de uma certa identidade, e, citando diretamente a RTX 2070 Super Black Series, algumas questões acabaram pesando na minha decisão em não conceder o selo de recomendado para este produto. São dois pontos determinantes que estão interligados: backplate de plástico e preço. Essa versão da RTX 2070 Super da PCYES chegou num timing errado, com a série RTX 3000 como holofote, e, como se não bastasse, chegou com um preço sugerido totalmente fora da realidade. Encontramos essa placa sendo vendida por R$ 4.090. Esse preço não é nada convidativo nessa altura do campeonato. E se formos relacionar isso com o fato da placa utilizar um backplate de plástico, esse preço se transforma em mais um impeditivo, já que a construção está abaixo do que se espera.

A RTX 2070 Super Black Series da PCYES é uma opção válida quando algum corte bem agressivo de preço for colodado em prática.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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