Hoje vamos conferir os detalhes de uma placa de vídeo que não é recente, mas que tem um grande apelo no mercado brasileiro, uma das opções mais custo x benefício para quem está buscando uma VGA para rodar games em Full HD. Estamos falando da RX 570. Para reforçar essa questão da procura que este modelo lançado em 2017 pela AMD ainda tem em nosso mercado, na matéria que publicamos sobre as placas de vídeos mais vendidas no Brasil em 2019 ela aparece na terceira posição.
O modelo da RX 570 que testamos é de uma marca que também vem ganhando relevância no mercado nos últimos anos, a brasileira PCYES. De acordo com os dados que tivemos acesso, ela foi segunda marca que mais vendeu placas de vídeo no Brasil no ano passado. Os representantes da marca atribuem esse feito à renovação do seu portfólio de produtos, e o investimento na linha Graffiti Series – este modelo da RX 570 da PCYES que recebemos faz parte dessa linha.
Passando rapidamente por suas principais características, a RX 570 Graffiti Series da PCYES conta com 4 GB de memória GDDR5, dois fans de rolamento duplo em esperas (ball bearings) para o resfriamento, backplate de metal e 2 anos de garantia, com direito a 1 ano extra quando o usuário cadastra a placa no site da PCYES. Abaixo você confere todos os detalhes sobre este modelo.
Design e conteúdo da embalagem
Bom, vamos dar uma olhada na parte externa da RX 570 Graffiti Series da PCYES. Esta placa conta com uma carenagem de plástico na cor preta, com detalhes em vermelho ao centro da carcaça e o logo da fabricante no meio de cada um dos dois fans de 90mm. O design dessa placa me lembrou bastante aos modelos da linha Phanton Gaming da ASRock.
Diferentemente da primeira versão que a PCYES lançou da RX 570, este novo modelo, que integra a Graffiti Series recebeu uma adição interessante, um backplate de metal, item que é sempre bem-vindo já que é mais uma camada de proteção para a placa, e também acaba sendo um bom complemento na parte visual e construção.
Na lateral vemos suas conexões – 3x DisplayPort, 1x HDMI e 1x DVI-D. Só de pegar a placa, antes mesmo de desmontar e dar uma conferida na sua construção, podemos observar alguns detalhes, como a presença do conector de 8-pinos para a alimentação, um LED ao lado direito do conector, que permanece constantemente aceso na cor verde (bem que poderia ser vermelho para combinar com o “lado vermelho” da força, já que se trata de uma placa baseada numa GPU da AMD) quando a placa está em funcionamento.
Também é possível observar parte do sistema de resfriamento, um dissipador em um bloco generoso com 4 hetpipes.
Preciso também dar um destaque especial para a embalagem que acompanha este modelo. Assim que eu peguei essa caixa me recordei de modelos mais antigos que também tinham um capricho com a identidade visual do produto, como no caso da belíssima GTS 250 da XFX. A caixa da RX 570 Graffitti Series da PCYES conta com um grafite exclusivo que o artista Nuno Miguel Brizida Barros, conhecido como Skorface, fez para essa linha.
Achei de extremo bom gosto, e esse apelo visual não para somente na embalagem. Ao abrir a caixa encontramos um poster, o CD de instalação e um badge – para o cadastro da garantia extendida – , com a mesma arte. A PCYES também manda alguns adesivos com o seu logo. Sei que para muitos esse tipo de cuidado não importa muito, mas a experiência de um produto também passa pela sua apresentação, e nesse aspecto a PCYES mandou muito bem com a linha Graffiti Series.
Construção
Vamos agora dar uma conferida na construção da RX 570 Graffiti Series. Para ter acesso a parte interna da placa retiramos quatro parafusos, dois na parte inferior e dois na superior, que prendem a estrutura das ventoinhas ao radiador. A primeira coisa que constatamos foi o grande bloco que atua como o dissipador, alinhado de uma forma que parte de sua estrutura ultrapasse um pouco o PCB (de 6 camadas) e fique alinhado com a carenagem da placa.
A estrutura do dissipador também conta com 4 heatpipes de 6mm de cobre banhados a níquel. Passamos adiante com a remoção do dissipador, acessando todas as decisões de projeto adotado pela PCYES nesta placa. Na parte inferior do dissipador vemos a base de cobre, que entra em contato diretamente com a GPU, além dos thermal pads, bem generosos em termos de espessura, para cada um dos bancos de memória. Este modelo é a variante de 4 GB de memória, mas é possível observar que os oito bancos estão presentes, chips de memória da Samsung.
Assim como a RX 580 dessa mesma linha, a RX 570 Graffiti Series vem com um dissipador diretamente para a área dos VRM da placa. Também é possível observar as seis fases destinadas a GPU à esquerda do chip gráfico, e outras duas fases diretamente para a memória. O controlador PWM que equipa este modelo é o NCP81022 da ON Semiconductor.
Desempenho
Para ambientar você melhor sobre essa linha RX 570 da AMD, vale mencionar algumas informações. Assim como a RX 590, RX 580, RX 560 e RX 550, a RX 70 integra o que a AMD chamou em 2017 de Polaris Refined, placas com uma versão refinada da mesma microarquitetura Polaris, lançada um ano antes com a série RX 400.
Falando estritamente da RX 570 estamos diante de uma placa baseada na GPU Polaris 20 e na arquitetura Graphics Core Next (GCN) 4.0, construida sob o processo de fabricação de 14nm. São 2048 stream processors, 128 unidades de textura, 32 ROPs, 4 GB/8 GB de memória GDDR5 com interface de 256-bits e clock efetivo de 7.000 Mhz.
O modelo Graffiti Series da PCYES segue a referência de projeto da AMD, isto é, os clocks de operação não foram alterados: clock base de 1168 MHz e boost clock de 1244 MHz. Abaixo você confere um print da tela do GPU-Z com todas os detalhes da RX 570 Graffiti Series da PCYES.
Configuração utilizada no teste
- Placa-mãe: Gigabyte Z370XP-SLI
- Processador: Core i7-8700K
- Cooler: watercooler PCYES NIX RGB 360mm
- Memória RAM: 2x 8 GB HyperX Predator RGB
- Placa de vídeo: PCYES RX 570 Graffiti Series
- SSD: WD Black SN 750 de 1 TB
- Fonte: Corsair CX650
- Sistema: Windows 10 Pro 64-bit
Iniciamos nossa bateria de testes com ferramentas de benchmark sintético. Primeiramente passamos a placa pelo software Kombustor da MSI, um complemento bem interessante ao MSI Afterburer, já que você pode aplicar um perfil de overclock no Afterburber e em seguida já passar para o Kombustor para testar sua estabilidade e verificar se a placa apresentou algum tipo de artefato nas predefinições que você escolheu.
Rodamos o Kombuster no preset 1080p. Foram algumas rodadas de teste, tanto com o clock padrão da placa, como também em overclock. Sem overclock a RX 570 Graffiti Series da PCYES marcou 1204 pontos. Com o overclock, passou para 1340 pontos.
O segundo benchmark sintético foi o 3DMark. Rodamos o FireStrike e o Time Spy
Passamos agora para os jogos. Analisamos sua performance em alguns games, todo eles configurados na resolução Full HD e preset gráfico variando de acordo com o título.
GTA V
Lançado em 2013, GTA V é um dos maiores sucessos da última década no mercado de games. Mesmo com sete anos de rodagem, o título da Rockstar continua fortíssimo em termos de venda. Este ano o jogo bateu a marca de 120 milhões de cópias vendidas.
GTA V roda com a engine RAGE (Rockstar Advanced Game Engine). Para este teste de performance utilizamos a ferramenta interna de benchmark que o próprio jogo oferece. Começamos a capturar a partir do momento do carro estacionado na calcada da fama até o final, em que há um choque com um caminhão de combustível.
The Divison 2
The Division 2, segundo título da franquia da Ubisoft, lançado no ano passado, coloca a capital dos EUA, Washington, numa situação de alerta, após uma pandemia na cidade. A Divisão Estratégica de Segurança Nacional (Strategic Homeland Division) tem a responsabilidade de restaurar a ordem. Este segundo título roda com a mesma engine do primeiro, a Snowdrop, porém numa versão atualizada.
Para este teste de performance utilizamos a ferramenta interna de benchmark que o próprio jogo oferece. Como não há transições de tela entre o benchmark – situação que acaba fazendo com que a taxa de frames sofra uma variação que não condiz com a realidade in game, capturamos do início ao final.
Mortal Kombat 11
Provavelmente o jogo de luta mais bonito da atualidade, Mortal Kombat 11, desenvolvido pela NetherRealm Studios, tem uma jogabilidade dinâmica, gráficos de ponta e a brutalidade que você espera da franquia. O game é baseado na Unreal Engine, e para o teste utilizamos também a ferramenta interna de benchmark, que basicamente é um trecho de uma luta.
Battlefield V
Um dos primeiros títulos com Ray Tracing, Battlefield V, lançado em 2018, continua como um dos games mais bonitos dessa geração. Tendo como enredo a segunda guerra mundial, este título, distribuído pela EA e produzido pela DICE, utiliza o motor gráfico Frostbite, que também dar o ar da graça em outros games distribuídos pela EA, como Need For Speed e Star Wars Battlefront. Para este teste utilizamos o preset gráfico Ultra e escolhemos a missão Tirailleur.
Forza Horizon 4
A linha Forza é um dos grandes trunfos da Microsoft no universo do Xbox e também do Windows. Forza Horizon 4, lançado em 2018, mantém a regularidade da série, um game lindíssimo e muito divertido. O game é desenvolvido pela Playground Games e publicado pela Microsot Studios. O motor gráfico utilizado é o ForzaTech, anunciado em 2015.
Infelizmente com o Forza Horizon 4 tivemos que adotar os próprios parâmetros de performance exibido pelo jogo. Os títulos da Microsoft Store não suportam overlay, impossbilidando o uso do MSI Afterburner para a coleta de dados. Recorremos então a ferramenta de benchmark do game que ao final do teste revela como a placa se saiu. Confira abaixo os prints:
Stock
Overclock
Temperatura
Confira abaixo duas capturas de tela do MSI Afterburner com a RX 570 em stock. À esquerda você pode observar a temperatura da placa durante o 3DMark e à direita durante a jogatina no BF5. O teste da placa foi realizado numa bancada em temperatura ambiente (26ºC).
Especificações
- Modelo: PCYES RADEON RX 570 4GB
- GPU: AMD RADEON RX 570
- Chipset: Polaris 20
- Processador de fluxo: 2048
- Clock base: 1168 MHz
- Boost clock: 1244 MHz
- Tipo de memória: GDDR5
- Memória: 4GB
- Velocidade da memória: 7000 MHz
- Interface de memória: 256 bits
- Largura de banda: 224.0 (GB/s)
- Dimensões da placa: 263 x 111 x 41 mm
- Conector auxiliar: 8-Pin
- Largura: 2 slots
- Cooler: Dual Fan
- Saídas de vídeo: 3xDisplayPort + 1xHDMI + 1xDVI-D
- Directx: 12
- OpenGL: 4.5
- Multi-view: 5
Pontos positivos
- Produto com uma proposta visual bem interessante, com direito a um poster na embalagem
- Backplate de metal
- Boa relação custo x benefício
Pontos negativos
- Design bem genérico
Veredito
O investimento que a PCYES vem fazendo em seu portfólio de produtos tem surtido efeito, a companhia se desgarrou de uma cera má fama do passado com suas placas de vídeo, e agora tem um portfólio interessante de produtos, a linha Graffiti Series é um exemplo. Com a RX 570 dessa família, a companhia brasileira entregou uma placa competitiva e que tem uma das propostas visuais mais interessantes para sua faixa de preço, com uma embalagem muito original e backplate de metal, um ponto interessante em meio a tantos modelos que utilizam plástico.
Em relação ao design da placa em si, a PCYES ainda carece de uma identidade mais interessante, achei a carenagem bem genérica. Já em relação ao design do arrefecimento, isto é, as soluções que a empresa optou para a dissipação, é interessante, destaque para os 4 hetpipes de cobre.
Em termos de preço, a melhor oferta que encontramos atualmente para esta placa é da loja tudo à beça, revendedor parceiro da PCYES. A placa está com o preço promocional de R$ 703, no boleto, e R$ 799, no cartão.
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