ANÁLISE: headset Mancer Arthas

ANÁLISE: headset Mancer Arthas

Lançado no último trimestre de 2020, o Arthas é um headset USB de entrada com suporte a 7.1 canais da marca Mancer. Essa marca, assim como a TGT, fazem parte do grupo da Pichau. Além de produtos assinados com a alcunha Pichau Gaming, como as memórias T-Force Vulcan, em parceria com a Team Group, e os SSDs PG512X e PG256X, a loja também tem marcas independentes, como é o caso da Mancer.

Recebi da Pichau o Arthas para análise. Abaixo você confere minhas impressões com este headset de drivers de 50mm com suporte a RGB e surrond, via virtualização de 7.1 canais.

Design e conteúdo da embalagem

O Arthas segue um padrão de estética que passa longe de ser personalista. Na verdade é um design meio que comum entre headsets da faixa de preço que ele vista atender. O Arthas é bem discreto quando está desligado.

Ao conectar o cabo USB no computador esse conceito cai por terra. Cada uma das earcups recebeu iluminação RGB em duas zonas: numa área de contorno da concha e também no logo da marca Mancer ao centro de cada uma das conchas auditivas. A iluminação também dá as caras na ponta do microfone.

Mancer Arthas

Mancer Arthas

Mancer Arthas

Sua estrutura é dividida entre aço e plástico. Chamou minha atenção como o Arthas é flexível em relação ao ajuste para os mais variados tipos de cabeça. O headset é bem leve, devido a sua característica do uso do plástico como elemento predominante. Em termos de qualidade de construção, com base na interação com o produto, não me passou tanta segurança.

Mancer Arthas

Assim como outros headsets que fazem uso de drivers de 50mm, as earcups são grandes. Particularmente, em relação ao headsets com drivers dinâmicos, caso do Arthas, prefiro os modelos com algum “respiro” para a earcup na forma de saída de ar em algum ponto na concha. Essas saídas de ar são inseridas para atenuar a ressonância. As earcups do Arthas não contam com esse detalhe. As conchas são seladas.

As almofadas que cobrem o driver, e entram em contato direto com a orelha do usuário, são de couro sintético. O Arthas passa uma boa sensação em termos de toque. Tanto as earcups quanto a haste superior são texturizadas, lembra uma superfície aveludada.

O microfone é bem flexível, é possível aproxima-lo à boca, mas não é removível! O cabo USB tem 2 metros de comprimento e é revestido em malha. Um núcleo de ferríte também está presente no cabo.

Embora não seja esteticamente tão agradável, curti bastante o revestimento em malha adotado no Arthas. No cabo há também um controller em plástico para que você possa gerenciar o volume e também mutar/desmutar o microfone.

Lembrando que este controlador do Arthas faz uso de um potenciômetro para gerenciar o volume. Dica básica para qualquer controlador de volume deste tipo: nunca altere o volume direto por ele. Deixe numa posição fixa (no máximo, por exemplo) e faça este gerenciamento do volume direto pelo computador. A chance de problema com controlador de potenciômetro é  bem grande!

Há também um botão para que você possa ligar/desligar a iluminação RGB do headset. É importante pontuar que não é possível configurar a iluminação (escolher feitos, intensidade etc). A iluminação do Arthas segue apenas o padrão rainbow.

O conteúdo da embalagem inclui o headset e um folheto. Nada mais

Desempenho

A virtualização de canais em headsets gamer continua sendo um baita chamariz de marketing. O Arthas vai nessa direção e também aposta no multi-canal virtualizado. Além do modo estéreo, este modelo da Mancer também lida com a virtualização de 7.1 canais. Recurso que funciona de maneira independente do conteúdo que será reproduzido. A virtualização pode ser ativada em músicas, filmes, jogos. Tudo. Em relação ao resultado, isso é uma outra conversa.

Já me posicionei aqui no site em outras análises sobre essa questão do 7.1. É uma implementação que funciona bem em casos raríssimos, e esses casos acontecem em headsets com preço bem elevado. Um exemplo é o HyperX Cloud Orbit. A melhor implementação em termos de som virtualizado que já tive contato.

No caso do Arthas esse recurso acaba sendo mais uma firula de marketing mesmo. Para ativar o 7.1 você precisa baixar o software do Mancer Arthas, disponível no site oficial da companhia.

Através deste software você ativa ou desativa a virtualização, atribui algum parâmetro de equalização (possibilidade de configurar 4 perfis diferentes), gerencia o ganho do microfone, ou até mesmo aplica algum efeito baseado na ressonância acústica de algum ambiente (cinema, banheiro, sala de estar e corredor).

O software também deixa com que você possa fazer um ajuste fino na virtualização. Assim como sistemas multi-canais físicos, o som virtualizado também se baseia na ideia de pontos de som originários de direções distintas, uma tentativa de emular a imersão de um sistema multi-canal real.

A diferença é que num sistema multi-canal real esse posicionamento e propagação acontece de maneira física, um conjunto de transdutores (alto-falante) posicionados de maneira estratégica para exercer alguma função de base, como uma caixa central cuidando das frequências médias – da região da fala. No som multi-canal virtualizado essa propagação é feita de maneira artificial, baseado em software. Este é o caso do Arthas.

A virtualização do Arthas é apenas uma reverberação pura e simples. Nada mais do que isso, uma “ressonância de banheiro”. Passa longe a sensação de um som posicional. O headset se sai melhor quando o recurso está desligado e o modo de uso é o estéreo. Um ganho de volume acontece quando a virtualização do Arthas está ativado. Junto com esse ganho de volume vem também um ganho de distorção em frequências mais altas.

Diferentemente de outras opções de headsets gamers, o Arthas utiliza apenas a conexão USB. Isso impossibilita que você possa utilizá-lo a um DAC/amp externo, situação que é bem factível quando o fone faz uso da conexão de 3,5mm, por exemplo.

Em termos de qualidade de som o Arthas não entrega muito. Principalmente na definição de médios e brilho nos agudos.

O fato da virtualização não poder ser ativada diretamente por um botão dedicado no controller no cabo USB também é um problema. Em jogos, por exemplo, ficaria muito mais cômodo alternar automaticamente entre ativar ou desativar o recurso para conferir na hora a diferença do som estéreo e o modo virtualizado.  Como não há essa possibilidade, a única saída é utilizar o software do Arthas.

Entre as funções do software de configuração do Arthas a mais interessante – para atenuar algumas questões relacionadas ao áudio – é o equalizador. Vale a pena gastar um tempinho no ajuste da equalização para tentar dar uma melhorada no resultado geral que o fone entrega. O Arthas é um fone fechado e o isolamento de sons externos até que funciona de maneira satisfatória.

Passamos agora para o microfone. Confira abaixo uma captura de áudio feita com o microfone integrado do headset Mancer Arthas no software Adobe Audition. Nenhuma edição foi feita no áudio:

Especificações do Mancer Arthas

  • Marca: Mancer;
  • Modelo: Arthas (MCR-ART-RGB01);
  • Tamanho do driver: 50m;
  • Resposta de frequência: 20hz a 20.000hz;
  • Sensibilidade do microfone: 110 dB ± 3dB;
  • Suporte a RGB: Sim
  • Suporte a surrond: Sim, 7.1 canais;
  • Comprimento do cabo USB: 2 metros;

Pontos positivos

  • Design;
  • Qualidade do cabo USB;
  • Software de configuração
  • Som no modo estéreo, após um trato com a equalização.

Pontos negativos

  • Virtualizaçãoi 7.1 ineficaz;
  • Qualidade da construção;

Veredito

Mancer Arthas

O Arthas é o segundo headset do portfólio da Mancer e o primeiro modelo da empresa a apostar no recurso de virtualização de som Aspecto que é bem controverso no mercado de fones, principalmente quando falamos de modelos de entrada. Infelizmente, esse que seria o principal recurso para chamar atenção do Arthas também é seu grande calcanhar de Aquiles. O 7.1 não entrega um resultado interessante e a ausência de ativação através de um botão dedicado no controlador compromete a usabilidade.

No modo estéreo também sem grandes atrativos. O som é sem brilho e presença, situação que até pode ser um pouco ateunada dando uma calibrada minuciosa na equalização.

Curti bastante a qualidade do cabo USB, o design também está totalmente condizente com uma proposta de produto para o público gamer. Agora precisamos falar sobre o preço. Quando foi lançado, fim do ano passado, o Arthas era encontrado na casa dos R$ 150. No momento em que publico esta análise, o headset já está na casa dos R$ 200. Essa alteração no preço, somado a todos os problemas que mencionei na análise, tornam inviável sua recomendação.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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