2022 é ano de eleições aqui no Brasil. E estas prometem ser bem polarizadas, com os eleitores de Bolsonaro e Lula com os ânimos inflamados. Para tentar impedir que as fake news influenciem nos resultados das eleições 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está tentando fazer acordos com diversos aplicativos de mensagens. E um deles é o Telegram. No entanto, todas as tentativas de entrar em contato com os representantes do serviço foram frustradas.
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Tentativas de contato frustradas
Em dezembro, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, enviou um ofício ao CEO do Telegram, Pavel Durov. O objetivo era discutir medidas de combate à desinformação. Mas o ofício nunca foi respondido. Porta-vozes do TSE confirmaram que o ofício foi enviado a dois e-mails. E em ambos não houve resposta.
O próximo passo foi tentar enviar o ofício para um endereço físico. O endereço da empresa está situado nos Emirados Árabes. Mas os Correios não conseguiram fazer as entregas. A justificativa foi que o “carteiro não foi atendido” e que a “empresa não tem expediente”.
A comunicação com o Instagram é importante pois é um aplicativo de rápido crescimento aqui no Brasil. Ele está instalado em 53% dos smartphones ativos no território tupiniquim. Mas o fator mais importante é que muitas teorias da conspiração e fake news surgem e são disseminadas primeiro no Telegram. É fato que o aplicativo possui diversos recursos muito úteis, como grupos secretos, quantidade de membros ilimitada e possibilidade de se enviar áudios e vídeos grandes.
Possibilidade de banimento do Telegram
Luís Roberto Barroso disse, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que caso o Telegram continuasse a ignorar a Justiça Eleitoral, o Congresso Nacional trabalharia para suspender a plataforma de mensagens aqui do Brasil. Como eles farão isso, exatamente, eu não sei.
A preocupação da Justiça Eleitoral faz todo o sentido do mundo. O Telegram é usado por praticamente todos os políticos, de todos os partidos. Mas quem conseguiu arrebanhar mais seguidores em seu canal foi justamente o presidente Jair Bolsonaro. Ele tem mais de 1 milhão de seguidores na plataforma de mensagens.
E todos sabemos que as declarações do atual presidente são, no mínimo, controversas. Por muito tempo ele negou os riscos e os impactos da pandemia de COVID-19. Retardou o início da vacinação com fake news. Foi contra a vacinação de crianças. Acusou de fraude o sistema eleitoral sem apresentar uma prova sequer. E seus seguidores incitam o ódio e a violência contra os opositores.
Mas, para piorar ainda mais a imagem do Telegram no Brasil, o aplicativo é usado para inúmeros fins ilícitos. Há grupos secretos para o compartilhamento de pornografia infantil e ideias extremistas, como os neonazistas. Portanto, é preciso sim haver uma fiscalização maior por parte dos desenvolvedores do mensageiro.
Fontes: TSE e Valor Econômico