Para tentar fugir dos altos preços praticados no Brasil, muitos brasileiros recorrem à importação de produtos, especialmente de lojas localizadas na China. Os níveis de importação costumam aumentar no final do ano, quando ocorre a Black Friday e as festas de fim de ano. Devido ao alto volume de pacotes chegando, é normal as entregas atrasarem alguns dias ou semanas.
Para tentar diminuir o tempo de atraso, os Correios decidiram usar o seu maior centro de distribuição, localizado em Curitiba, para processar somente encomendas vindas da China. As encomendas oriundas de outros países serão redirecionadas para os centros de distribuição de São Paulo ou Rio de Janeiro.
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Empresa americana revela mudança nos Correios
O curioso é que não houve nenhum comunicado oficial dos Correios sobre isso. A informação só foi descoberta por causa de uma empresa redirecionadora de pacotes dos Estados Unidos, a Fishisfast. Em uma resposta a um cliente ela disse o seguinte:
“Sem nenhuma notificação prévia, os Correios redirecionaram as encomendas originadas dos EUA que deveriam ser processadas em Curitiba, para a linha de processamento de São Paulo e Rio de Janeiro. Isso é uma medida dos Correios & Receita Federal no momento, independe de nosso serviço. Apenas encomendas originárias da China estão sendo processadas em Curitiba, visto o volume (6 milhões de encomendas por mês). Não existe previsão de normalização.”
Embora tenha deixado claro que não tenha nada a ver com a mudança, a empresa americana cogitou possíveis motivos para essa mudança:
“Isso se dá devido ao momento de “Pente fino” realizado pelos Correios/Receita Federal nesta época do ano, alta temporada (outubro a janeiro). Entretanto, este ano os Correios e a Receita Federal estão mais rigorosos. Não só na tributação, como na distribuição das encomendas.”
Portanto, não se espante se a sua encomenda vinda da China for taxada pelos Correios. Ao que tudo indica, o tipo de envio mais afetado será o ePacket. Ele é o mais utilizado pelas lojas e clientes. De qualquer forma, importações vindas de outros países podem ser afetadas negativamente. O tempo de entrega pode aumentar e o número de produtos taxados também.
Como funciona a taxação em produtos importados?
Importar produtos de outros países, especialmente eletrônicos, é bem tentador. Os preços são mais baixos que no Brasil. Porém, muitas pessoas ficam apreensivas por causa do famigerado “Imposto de Importação de Produtos”.
O imposto é realmente bem elevado, mas nem sempre ele acontece. Na verdade, o produto geralmente é taxado assim que chega ao centro de distribuição. Se ele não for taxado nesse momento, dificilmente será taxado depois.
Além disso, é possível prever quanto você pagará de imposto antes mesmo de fechar a compra. Isso porque a alíquota de importação é fixada em 60% sobre o valor do produto. Assim, se você pretende comprar algo que custa R$ 1.000, já se programe para pagar R$ 1.600.
Pacotes que são declarados com preços abaixo de US$ 50 são isentos da taxa. É por isso que muitos brasileiros optam por declarar um valor abaixo, mesmo que o produto custe mais caro.
Para pessoas jurídicas há ainda outros tributos que incidem sobre as importações. Um deles é o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Bens e Serviços). Esse imposto muda de estado para estado. Outro tributo cobrado de pessoas jurídicas é o PIS de Importação (Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Servidor Público).