Tesla está contratando pessoas para se comportar como robô humanoide e treinar o Optimus

Tesla está contratando pessoas para se comportar como robô humanoide e treinar o Optimus

A Tesla vem há algum tempo tentando abrir caminho em uma nova fronteira, mais precisamente na criação e desenvolvimento de robôs humanoides. Com o anúncio do robô Optimus, Elon Musk revelou sua ambição de transformar não apenas a indústria automobilística, mas também o futuro do trabalho humano.

E para atingir esse objetivo, a Tesla tem contratado trabalhadores dispostos a passar longas horas em trajes de captura de movimento, oferecendo uma remuneração que pode chegar a $48 por hora, tudo para treinar seu robô.

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O papel dos “Operadores de Coleta de Dados”

Optimus Tesla

 

Em 2021, Elon Musk anunciou os planos da Tesla de criar um robô humanoide, batizado de Optimus. A visão de Musk é que o Optimus seja capaz de realizar uma ampla gama de tarefas, desde funções em fábricas até serviços de cuidado pessoal.

Para Musk, o desenvolvimento de robôs como o Optimus representa um passo crucial para a automação de atividades repetitivas e fisicamente exigentes, liberando os seres humanos para se concentrarem em tarefas mais complexas e criativas.

Para alcançar esse objetivo, a Tesla vem contratando “Operadores de Coleta de Dados”, um título que, à primeira vista, pode não revelar realmente o quão inusitado é o trabalho. Esses operadores têm um papel importante no treinamento do Optimus, caminhando por rotas de teste e realizando tarefas designadas enquanto vestem um traje de captura de movimento e um fone de ouvido de realidade virtual por mais de sete horas por dia.

Optimus Tesla

O trabalho vai além da simples execução de tarefas. Os operadores são responsáveis por coletar e analisar os dados gerados, redigir relatórios diários e realizar pequenas manutenções em seus equipamentos.

Para garantir a precisão no treinamento do robô, a Tesla traz algumas especificações que precisam ser consideradas, principalmente em relação à altura para os operadores, que devem medir entre 1,70m e 1,80m. Segundo o roboticista Christian Hubicki, esses requisitos têm como objetivo garantir que os operadores tenham tamanhos semelhantes ao do robô Optimus, que possui cerca de 1,73m de altura.

Optimus Tesla

Obviamente, os candidatos precisam se sentir confortáveis usando o traje de captura, que tem seu peso considerável, e usar aparelhos de realidade virtual por longos períodos, o que pode ser um problema para muitas pessoas que acabam se sentindo tontas e desorientadas com esse tipo de aparelho.

Em relação ao valor, a Tesla está pagando de US$ 25 a US$ 48 por hora (que em conversão direta dá aproximadamente de R$ 138 a R$ 263 por hora). O cargo conta com várias opções de turnos, sendo elas das 8h às 16h30, das 16h às 00h30 e da meia-noite às 8h30.

A missão da Tesla: milhões de horas de dados

Autopilot tesla

Para treinar o Optimus, a Tesla está em uma corrida para acumular grandes quantidades de dados. O processo é semelhante ao que a empresa já realiza com o Autopilot, seu sistema de condução autônoma. Porém, enquanto o Autopilot coleta dados de uma frota de veículos, o treinamento do Optimus depende de operadores humanos que realizam tarefas específicas dentro de fábricas.

De acordo com Animesh Garg, pesquisador sênior da Nvidia Research e professor de robótica do Instituto de Tecnologia da Geórgia, a Tesla precisa registrar centenas de milhares, senão milhões, de horas de dados para que o Optimus possa funcionar corretamente em um ambiente industrial.

Ou seja, é uma empreitada gigantesca, que exige tempo e investimento consideráveis. Garg estima que a coleta de dados para treinar o Optimus pode facilmente custar meio bilhão de dólares, e mesmo assim não há garantias de sucesso.

Desafios e inovações na automação

Usar trajes de captura de movimento e teleoperação para treinar robôs não é uma prática nova, mas a Tesla está entre as primeiras a tentar esse tipo de abordagem em larga escala e para uma variedade tão grande de tarefas.

No setor de manufatura, é comum que robôs sejam programados para realizar uma única tarefa com extrema precisão, mas a visão da Tesla é desenvolver um robô capaz de executar múltiplas tarefas generalizadas, uma inovação que, se der certo, poderia redefinir os padrões da automação industrial.

Jonathan Aitken, especialista em robótica da Universidade de Sheffield, destaca que a Tesla está buscando algo sem precedentes, um robô que não apenas execute uma tarefa repetitiva, mas que também tenha a versatilidade para se adaptar a diferentes funções.

Esse avanço pode transformar fábricas em ambientes mais dinâmicos e flexíveis, onde robôs como o Optimus assumem papéis que tradicionalmente exigiam a intervenção humana.

Fonte: businessinsider

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