Receita da AMD com placas de vídeo Radeon registra queda de quase 70%

Inúmeros posicionamentos públicos da AMD deixam claro que a companhia está alterando o foco. Como a CEO Lisa Su, que completou recentemente 10 anos no cargo, já afirmou a AMD agora é uma empresa focada em data centers. Sua participação em outros mercados, como o de CPUs e GPUs para o mercado consumidor continua, mas é inegável a mudança estratégica, devido as próprias alterações consideráveis na maneira como a empresa vem elevando a sua receita e gerando lucro.

AMD está cada vez mais forte no mercado de data centers

No balanço financeiro referente ao terceiro trimestre de 2024, a AMD conseguiu o melhor trimestre de sua história. E o grande pilar para esse resultado pouco tem a ver com CPUs Ryzen ou GPUs Radeon. O que realmente está se destacando são produtos que muitas pessoas do grande público talvez nem conheçam. CPUs EPYC e GPUs Instinct. Linhas voltadas para o segmento corporativo.

No terceiro trimestre a AMD registrou uma receita total de US$ 6,819 bilhões, número que está distribuído entre todos os segmentos que a companhia atua. Esse valor representa um salto de 18% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse montante, os produtos relacionados a data centers foram responsáveis por US$ 3.549 bilhões da receita. Obviamente, também foram os responsáveis pela maior fatia de lucro que a empresa obteve. US$ 1,041 bilhão. 

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Segmento gaming preocupa a AMD

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Quando olhamos o mercado gaming, o panorama é preocupante. Agregando a parte de GPUs Radeon e também dos SoCs customizados, utilizados em projetos por parceiros da AMD, como a Sony, com o PS5, a companhia registrou uma receita de US$ 462 milhões. O que representa uma retração de 69% quando comparado ao período homólogo. Atrelado a isso, o lucro também caiu vertiginosamente. Passando de US$ 140 milhões no terceiro trimestre de 2023 para US$ 12 milhões no terceiro trimestre de 2024.

Com essa perspectiva sobre a mesa, está claro que a AMD seguirá aumentando seus esforços no setor que está a alavancando, o mercado profissional, impulsionado por soluções que visam atender empresas que querem concorrer com no mundo da IA. A AMD também está se fortalecendo com aquisições estratégicas, como a compra da ZT  Sytems que atua no segmento de equipamentos de servidor, atendendo a infraestrutura para aplicações de IAs e nuvem de empresas de tecnologia de grande porte.

No balanço também é possível observar que o segmento “cliente” que engloba os processadores Ryzen registrou crescimento. A receita saltou de US$ 1.453 bilhão para US$ 1.881 bilhão, e o lucro passou de US$ 140 milhões para US$ 276 milhões.

Qual será o futuro das Radeon?

Mesmo em baixa, a AMD deixou claro que manterá seu investimento com as placas Radeon. Lisa Su afirmou que as novas opções, baseadas na arquitetura RDNA 4, será o portfólio mais forte já lançado pela companhia. O posicionamento indica que a AMD deve manter seus esforços na faixa de placas high-end, segmento que alguns analistas indicavam que a AMD poderia abandonar.

A CEO da AMD também deixou relatou que no próximo trimestre haverá uma nova queda no segmento gaming da companhia, principalmente devido a uma contração no mercado de consoles.

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Editor-chefe no Hardware.com.br. Aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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