Apesar da crescente popularidade e acessibilidade de telas OLED nas TVs e principalmente nos smartphones, o mercado de monitores com essa tecnologia ainda vem enfrentando alguns desafios principalmente em relação aos preços e a espera da redução desses valores.
Em entrevista ao Canaltech, Marina Correia, gerente de Produtos de Monitores da Samsung Brasil, explicou as dificuldades enfrentadas pela empresa para tornar os monitores OLED mais acessíveis aos consumidores. Segundo ela, apesar das vantagens que esses monitores oferecem, o alto custo das peças continua a ser um obstáculo.
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A Promessa dos monitores OLED
Os monitores OLED são frequentemente considerados o futuro do mercado de displays, especialmente entre os entusiastas de jogos competitivos. Comparados aos monitores LCD tradicionais, os monitores OLED oferecem um menor tempo de resposta, cores mais vibrantes, altas taxas de contraste e um ângulo de visão mais amplo, trazendo uma experiência de jogo mais imersiva.
Uma das principais vantagens dos monitores OLED é a sua estrutura, que não requer uma luz de fundo para iluminar os pixels, ao contrário dos painéis LCD. Isso resulta em monitores mais finos e leves. Embora a tecnologia OLED já fosse utilizada em produtos voltados para o público profissional, sua popularidade cresceu significativamente quando foi adaptada para o segmento gamer, há menos de cinco anos.
Desafios de preço e adoção
Aqui no Brasil já é possível encontrar algumas opções de monitores OLED, como é o caso do Odyssey OLED G8 da própria Samsung que foi lançado recentemente. Mas o preço ainda assusta. Por aqui, a novidade foi lançada pelo valor de R$ 11.999, mostrando que um dos principais desafios dessa tecnologia é justamente esse, o preço.
Ainda assim, Marina Correia revelou que, embora os monitores OLED sejam caros no Brasil, há uma demanda crescente por esse tipo de produto.
“Antes de lançar um monitor no Brasil, primeiro entendemos o mercado brasileiro. Sempre olhamos onde temos um gap, e, nesse caso, tínhamos nos monitores de alta resolução, de um produto 4K com alta performance. E aí o Odyssey OLED G8 veio para resolver isso. Em feiras e eventos, quando encontrávamos desenvolvedores de conteúdo, escutávamos pessoas dizendo que o PC estava pronto para o 4K, mas não achava monitor. Foi esse o nosso lugar”
Ela ainda ressaltou um ponto importante sobre o uso desses monitores: para aproveitá-los de verdade é preciso ter um computador potente.
“Nem todo setup está preparado para um monitor OLED de 360 Hz e 0,03 ms de resposta. Quando a gente fala do cenário gamer, ele é todo integrado. Se você tem um monitor premium como o OLED, você precisa de uma GPU potente, RTX ou AMD, um processador avançado, etc. E não é a maioria, embora tenha seu mercado no Brasil, que está crescendo bastante”, comentou ela.
Além disso, o custo dos componentes do painel OLED é um fator importante. A tecnologia requer uma equipe de desenvolvimento maior e soluções avançadas de prevenção de burn-in, que é a queima de pixels.
Monitores OLEDs vão ficar mais baratos?
Um dos fatores que pode ajudar a diminuir o preço dos monitores OLED é o nível de adoção dessa tecnologia por outras marcas. Quanto mais empresas estiverem trabalhando com ela, mais fácil será encontrar soluções para diminuir os custos (e com mais concorrência, mais essas empresas estarão realmente preocupadas com isso).
No Brasil, atualmente, a Samsung, LG, Dell e ASUS são as principais fabricantes que oferecem opções de monitores OLED. O modelo mais barato disponível no país é da LG, com preço inferior a R$ 6.000, enquanto os primeiros monitores OLED lançados no Brasil custavam mais de R$ 10 mil.
Nem tudo parece perdido. Atualmente já é possível encontrar monitores OLED com preços mais acessíveis do que quando comparados há cerca de um ano, porém ainda é preciso esperar para que aconteça uma redução mais significativa nesses preços.
Marina mencionou que é uma tendência que algumas tecnologias de painéis se tornem mais baratas, mas é especulativo afirmar quando o OLED em particular se tornará mais acessível.
“Envolve uma equipe maior, além de soluções preventivas como o do burn-in, por exemplo. Então, por enquanto, a Samsung não tem previsão de colocar o OLED nos modelos mais simples”
A boa notícia é que as próprias fabricantes estão investindo pesadamente na tecnologia OLED, o que pode acelerar sua popularização. A Samsung anunciou recentemente um investimento de US$ 3,1 bilhões para converter fábricas de painéis LCD em OLED. A LG também anunciou um investimento de US$ 1 bilhão para a produção de telas OLED, desde painéis para smartphones até TVs. A chinesa BOE está construindo uma instalação dedicada à produção de OLED, que deve entrar em operação nos próximos anos.
Esses investimentos indicam que, embora a redução de preços possa demorar, é apenas uma questão de tempo até que o OLED se torne mais acessível ao consumidor médio. Só não se sabe quanto tempo.
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