O anúncio nesta terça-feira de Mark Zuckerberg, CEO da Meta, sobre mudanças nas políticas de moderação de conteúdo nas plataformas da empresa, gerou reações diversas no cenário político brasileiro.
A decisão de encerrar o programa de checagem de fatos e implementar as “notas da comunidade”, semelhante ao modelo adotado pelo X, foi recebida com críticas por parte de representantes do governo e parlamentares de esquerda, enquanto políticos de direita celebraram a medida.
Críticas do Governo e da esquerda
João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, interpretou as declarações de Zuckerberg como um ataque direto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Brant afirmou que o posicionamento do CEO da Meta antecipa o início do governo de Donald Trump e revela uma aliança da empresa com os Estados Unidos contra países que buscam regulamentar o ambiente digital para proteger direitos.
O anúncio feito hoje por Mark Zuckerberg antecipa o início do governo Trump e explicita aliança da Meta com o governo dos EUA para enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente online (na visão dele, os que ‘promovem censura’). (1/8)
— João Brant (@joaobrant) January 7, 2025
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) criticou a decisão, acusando Zuckerberg de aliar-se à extrema-direita para aumentar sua fortuna. Boulos afirmou que, para os bilionários das big techs, a democracia é apenas uma palavra bonita e nada mais
As mudanças anunciadas hoje por Zuckerberg aprofundam ainda mais o avanço da extrema-direita e os ataques à democracia ao redor do mundo. Entenda o que ele está propondo:
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— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) January 7, 2025
Em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também expressou preocupação, afirmando que a nova política da Meta amplia os riscos de disseminação de desinformação. Haddad destacou que a liberdade de expressão não deve incluir calúnia, mentira e difamação
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Por outro lado, parlamentares de direita comemoraram o anúncio. O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) interpretou a decisão como um avanço na luta pela liberdade de expressão, afirmando que o Brasil se isola como o país da censura.
Haddad encerrou antecipadamente suas férias e foi à Globo para comentar as mudanças da Meta. Não era para estar tentando reverter o desastre da economia que ele e lula enfiaram o Brasil. A censura é mais importante que a economia. pic.twitter.com/be5zoovpT0
— Carlos Jordy (@carlosjordy) January 7, 2025
O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) exaltou o movimento como um marco contra o autoritarismo global, destacando a conexão com a ascensão de Donald Trump nos EUA e a resistência a políticas autoritárias na América Latina. Van Hattem criticou governos que, segundo ele, utilizam mecanismos de censura para se perpetuar no poder.
Acabou a palhaçada: Mark Zuckerberg decide se voltar contra a censura e anuncia novos tempos de liberdade de expressão no Instagram e no Facebook! pic.twitter.com/V8ANkLH6Ts
— Marcel van Hattem (@marcelvanhattem) January 7, 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também se manifestou, elogiando a postura de Zuckerberg e afirmando que a decisão representa uma vitória contra a censura e a favor da liberdade de expressão.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 7, 2025
O deputado Nikolas Ferreira (PL-SP) repostou o vídeo com o anúncio de Mark Zuckerberg e escreveu a seguinte legenda: “Os brasileiros querem liberdade de expressão. A tirania esquerdista não prevalecerá”.
Brazilians want free speech. The leftist tirany won’t prevail. pic.twitter.com/gq9adyccmT
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) January 7, 2025
O anúncio de Zuckerberg contou com falas contundentes. O executivo chegou a denunciar o que ele chama de “cortes clandestinas na América Latian que promovem a censura. Entenda mais aqui.