O próximo mês marca o fim da divisão de smartphones da LG, mas também marca a entrada da empresa coreana no mercado de carros elétricos. Em 5 de abril deste ano, a LG decidiu encerrar suas atividades no ramo de celulares após perder espaço para outras marcas, ocasionando altos prejuízos para a empresa coreana.
Segundo o Nikkei Asia, LG venderá 49% de suas ações para a empresa canadense Magna International, uma das principais fornecedoras de peças de automóveis, formando uma nova sociedade que mira lucrar com o mercado emergente.
Entre a cartela de clientes da Magna estão a BMW, a GM e a Ford.
Além disso, a Magna é uma das empresas que desejam fabricar o Apple Car. Em 2016, a empresa era uma das que trabalhavam no time do Project Titan, em um dos laboratórios da Apple, na Califórnia.
Leia mais: Apple contrata ex-diretor da BMW para desenvolver Apple Car
A nova sociedade se chamará LG Magna e-Powertrain, com sede em Incheon, na Coreia do Sul, e com outras duas bases nos Estados Unidos e na China, os dois maiores mercados de veículos elétricos, respectivamente.
A LG enfrentará uma acirrada competição com outras fornecedoras de peças, incluindo a alemã Bosch. Por outro lado, a LG possui uma força considerável no quesito componentes para veículos elétricos, sobretudo motores e baterias.
LG já produzia peças para carros, mas ainda não lucrou muito com esse setor
A junção com a Magna não é a primeira empreitada da LG no mercado de peças de automóveis, pois a divisão interna de componentes para esse setor já existe desde 2013.
Também visando o mercado de EVs (Veículos Elétricos), em 2018 a LG anunciou a compra da ZKW, fabricante austríaca de faróis de carro. Desse modo, a gigante asiática definiu que sua estratégia para os negócios automotivos consistirá, basicamente, em faróis, componentes para veículos e centrais de multimídia, que incluem sistemas de navegação e áudio.
A divisão de utensílios domésticos correspondem por 41% do lucro total da LG, seguido pelas TVs, com 24% e pelos componentes para veículos, com 11%.
Inclusive, utensílios como geladeiras e ares condicionados dependem de motores, compressores e outros componentes, sendo o ponto forte da LG, que deverá aproveitar essa avançada produção nas peças de carros elétricos.
Há alguns anos, a LG realiza pesquisas em desenvolvimento de inversores, que modulam a rotação da velocidade de motores, portanto, fazendo com que a empresa esteja ainda mais apta para entrar no mercado de veículos elétricos.
Além disso, a segunda maior produtora de baterias para veículos alimentados por energia elétrica é da LG, a LG Chem, bem como a fábrica de telas LG Display, e a LG Innotek, que fornece câmeras para computadores de bordo dos veículos.
Por fim, a LG prevê que a sua divisão de componentes para carros comece a dar lucro em 2021, com planos de expandir as vendas em um ritmo de 15% ao ano.