Lenovo diz que IA não é uma bolha e tem a mesma importância da internet há 30 anos. Você concorda?

A Lenovo está atravessando um momento excepcional no mercado global de tecnologia. A empresa segue como líder em vendas de PCs, tanto para consumidores finais quanto para o setor corporativo, e registra crescimento em todas as áreas de negócios, incluindo a Motorola, que multiplicou seu faturamento por dez em relação a 2023.

Para entender o que está impulsionando esse sucesso e obter insights sobre o futuro da tecnologia, o site mexicano Xataka conversou com Luca Rossi, vice-presidente executivo do Grupo Lenovo e chefe da divisão de dispositivos inteligentes.

Dentre os temas abordados está a questão sobre inteligência artificial, especificamente uma pergunta que tem ganho cada vez mais relevência nos últimos tempos. O mercado de IA é uma bolha? Estamos a ponto de ver uma catástrofe tão grande quanto a da bolha pontocom, em meados dos anos 2000?

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Luca Rossi,vice-presidente executivo do Grupo Lenovo e chefe da divisão de dispositivos inteligentes,

Rossi descarta essa possibilidade. “Acredito que a IA não é uma bolha. Ela tem a mesma importância que a internet teve há 30 anos.”

O executivo explicou que, assim como a internet passou por fases de entusiasmo e ceticismo antes de consolidar sua importância, a IA está seguindo um caminho semelhante. Segundo ele, a expectativa irreal de que mudanças disruptivas aconteçam da noite para o dia pode gerar frustrações no curto prazo, mas não compromete o impacto estrutural que a tecnologia terá a longo prazo.

“Haverá desastres no caminho, talvez algumas empresas falhem, mas isso não significa que a IA seja uma bolha. Ela mudará estruturalmente nossas vidas nos próximos 10 anos.”

Rossi acredita que a IA trará transformações em praticamente todos os setores, desde a forma como dirigimos até as interações em nossas casas. Ele também reconhece que o mercado de ações pode refletir oscilações no valor das empresas de IA, mas enxerga isso como parte natural do ciclo de adoção de novas tecnologias.

Robôs como aliados no dia a dia

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Uma das previsões mais ousadas de Rossi é que, dentro de uma década, a maioria das pessoas terá robôs em casa para realizar tarefas do dia a dia.
“Em 10 anos, todos teremos um robô em casa para fazer pequenas tarefas, como preparar comida e realizar trabalhos domésticos. Tudo será ativado com base na inteligência artificial, usando modelos linguísticos e gêmeos digitais pessoais.”

Esses “gêmeos digitais” seriam capazes de aprender as preferências dos usuários, como os alimentos favoritos e os horários das refeições, tornando a experiência personalizada e eficiente. No entanto, Rossi destaca que a popularização desses dispositivos dependerá de sua escalabilidade de custo:
“Quando um robô custar 20.000 euros, será um nicho. Mas ele estará na casa de todos quando custar 1.500 euros.”

Uma das empresas que corrobora com esse futuro é a Tesla, de Elon Musk. O magnata tem reforçado o quão importante será o robô Optimus da companhia para o futuro do cotidiano das pessoas. Ele já até afirmou que o robô será a babá do futuro.

O que dizem aqueles que consideram a IA uma bolha?

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Diversos executivos já se posionaram no sentido de classificar que a IA é sim uma bolha prestes a estourar. Uma dessas pessoas é Meredith Whittaker, presidente da Signal. 

Segundo a executiva, a IA generativa é definitivamente uma bolha. “Não se pode gastar um bilhão de dólares por treino quando é necessário fazer múltiplos treinos e, ao final de tudo isso, o que você tem para mostrar é apenas uma ferramenta medíocre de escrita de e-mails. Há algo fundamentalmente errado nessa equação”.

Ela também alerta que  haverá um ponto de inflexão onde as cifras colossais despejadas em pesquisa e desenvolvimento de IA não se traduzirão em produtos ou serviços que gerem um aumento proporcional nas receitas.

“Mas você está olhando para uma indústria que não vai desaparecer. Então, eu não tenho uma previsão clara sobre isso. Eu acho que você vai ver uma queda no mercado. O valor de mercado da NVIDIA vai diminuir por um tempo.”

Quem também vai pelo mesmo caminho e também menciona a NVIDIA é o fundo de investimento Elliot. Em carta enviada a investidores, a companhia diz que  a NVIDIA é uma bolha, e a inteligência artificial é algo superestimado, overhyped. Uma tecnologia com um nível de expectativa acima do que deveria ter, considerando as inúmeras questões em aberto em torno de seu desenvolvimento.

Qual a sua opinião? A IA é ou não uma bolha? Comete abaixo.

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Editor-chefe no Hardware.com.br. Aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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