2019 começou de forma catastrófica para a Apple. Em comunicado, assinado por seu CEO, Tim Cook, direcionado aos investidores, o executivo diz que a expectativa de lucro para os três primeiros meses do ano é de US$ 84 bilhões. Bem abaixo do que estava previsto. Algo entre US$ 89 bilhões e US$ 93 bilhões. O motivo principal para esse panorama insatisfatório é a queda nas vendas dos iPhones, responsáveis por 67% da receita da Apple.
O impacto negativo na venda dos novos iPhones parece estar impulsionado pelo mercado chinês, um dos mais importantes para a gigante de Cupertino. “Embora tenhamos antecipado alguns desafios nos principais mercados emergentes, não previmos a magnitude da desaceleração econômica, particularmente na China”, declarou Tim Cook.
A dependência da Apple em relação as vendas de uma nova geração de iPhones é impressionante. Em seu quatro trimestre fiscal do ano passado a companhia registou uma receita recorde: US$ 62,5 bilhões. Desse montante, US$ 37,185 bilhões vieram da venda de iPhones.
O reflexo desse anúncio nada positivo não poderia ser outro: queda das ações. Pela manhã, as ações da Apple caíram 9,1%, o que representa uma perda de US$ 65 bilhões de mercado para a companhia que ocupa hoje a terceira posição entre os maiores fabricantes de smartphones no mundo. Em entrevista ao canal CNBC, Tim Cook afirmou que as tensões comerciais entre Estados Unidos e China colocam pressão adicional na economia desses países. Além de tensões comerciais, essa queda também tem relação com a ascensão da chinesa Huawei, que já é a segunda maior fabricante de smartphones no mundo.
Analistas estão desferindo duras críticas a esse momento da Apple. Daniel Ives, analista da empresa de serviços financeiros Wedbush, disse que “é o pior dia da Apple na era iPhone”.
A categoria que mais registrou crescimento, de acordo com os dados mais recentes da Apple, foram os wearables, crescimento de 50% ao ano. Nesta categoria está o Apple Watch e os Airpods.