Inteligência artificial da Disney consegue deixar atores mais jovens ou mais velhos em tela

Para o quinto capítulo da badalada franquia Indiana Jones a tecnologia conseguiu ser um aliado do ator Harrison Ford. O astro parecerá 40 anos mais jovem em tela. Tudo graças a mais uma nova aplicação do rejuvenescimento digital, que, nos últimos anos, chamou a atenção com o resultado fantástico que foi entregue no filme “O Irlândes”, de Martin Scorcese. Além de deixar mais jovens, também é possível conseguir o efeito inverso, atendendo a demanda de determinada obra.

“Esta é a primeira vez que vejo isso e acho incrível. Isto é um pouco assustador. Não quero saber como funciona, mas funciona!”, declarou Harrison Ford sobre o uso da tecnologia que o deixa mais jovem no longa. A Disney resolveu explicar como essa “mágica” acontece, trazendo os avanços mais recentes em um estudo baseado numa nova tecnologia que o estúdio utilizará em breve.

Criada pelo  Disney Research Studios, em parceria com a Universidade de Wisconsin, nos EUA, e o Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, a tecnologia conhecida como FRAN (Face Re-aging Network), consiste em uma rede neural U-NET, que parte da ideia de um treinamento para a máquina baseado em padrões. O treinamento faz com que a inteligência artificial (IA) reconheça consistências, baseadas no material em que ela foi apresentada, e isso pode ser usado para gerar novos dados que não foram vistos no processo de treinamento. Os responsáveis por essa tecnologia da Disney criaram um banco de dados com 2.000 identidades, cada uma com 14 idades distintas – da faixa de 18 a 85 anos -. Esse banco de dados forneceu 196 pares de treinamento por identidade.

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Esse padrão de aplicabilidade é entendido, dentro do campo da inteligência artificial, como uma rede neural convolucional, ou RNC, em que o algoritmo de aprendizagem profunda recebe uma imagem de entrada e aprende com ela para gerar um resultado pretendido.

Redes neurais convolucionais são utilizadas nos mais variados segmentos, no campo dos games, por exemplo, a NVIDIA o utiliza como uma força motora da versão 3.0 da tecnologia DLSS, que faz uso de IA para reduzir a carga, em termos computacionais, das placas de vídeo da sua linha RTX para que ela consiga performar melhor em resoluções mais altas ou com preset gráfico mais elevado. A companhia explica que, no DLSS 3.0, é utilizado uma rede neural convolucional que analisa os dados e gera automaticamente um quadro adicional para cada quadro renderizado pelo jogo.

Recentemente um trabalho de conclusão de curso (TCC) de um aluno da Unifesp mostrou como uma rede convolucional pode ser uma aliada no reconhecimento mais rápido de pneumonia e até mesmo de covid-19 via aplicativo. Por meio de um site, o usuário faz login e o upload de uma imagem de Raio-X, e o sistema usa uma rede neural convolucional treinada em outros dados e faz a classificação dessa nova imagem indicando se seria de um paciente saudável, com pneumonia ou com covid-19.

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Portanto, o mundo audiovisual é apenas mais um meio que está se beneficiando pelos avanços da IA. Com a nova implementação mostrada pela Disney, o sistema leva apenas cinco segundos para obter o resultado desejado em cada quadro. Uma solução que permitirá economizar um bela grana. No caso do Irlândes, por exemplo, foram gastos US$ 200 milhões para fazer com que Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci parecessem mais jovens.

A conclusão dos envolvidos no estudo é que os resultados não são apenas suaves e contínuos no tempo, mas também correspondem muito perto à identidade da imagem de entrada.  “Além disso, nosso método funciona bem tanto para aumentar quanto para diminuir a idade de forma realista”, destaca o estudo. 

A tecnologia deve ser utilizada nas produções da Disney em breve. Clique aqui para ler o estudo completo.

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Editor-chefe no Hardware.com.br. Aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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