Intel anuncia medidas para lidar com a alta na demanda por processadores

Os rumores se confirmaram: a Intel está enfrentando dificuldades para suprir a demanda de CPUs do mercado. A companhia optou por não terceirizar a produção de seus chips, porém para seguir com tudo “em casa”, a gigante de Santa Clara terá que fazer certas concessões, a principal delas é priorizar a produção dos processadores que dão mais lucro, os Xeon e os da linha Core de alta performance.

Na prática, isso significa que modelos mais modestos ficarão mais difíceis de serem achados no mercado, enquanto esse problema não for superado. Outro reflexo desse momento, é a alta no preços dos processadores.

A Intel, por intermédio de seu CEO interino, Bob Swan, declarou, em carta aberta, que irá investir US$ 1 bilhão em suas fábricas que conduzem a produção de chips em 14nm, distribuídos por instalações nos Estados Unidos, Irlanda e Israel. De acordo com  Martin Wong , CEO da Compal, empresa parceira da Intel, essa crise de produção não será resolvida até o segundo semestre de 2019.

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O mercado se mostra bastante preocupado com essa escassez de processadores Intel, que detém 90% de quota no mercado de CPUs, a Acer já alerta que o déficit de CPUs impactará o mercado global de notebooks. O CEO da Intel explica que todo esse problema é uma soma de fatores, que passa pelo segmento corporativo e doméstico.

No caso do corporativo destaca-se a demanda por sistemas de alta performance para análise e armazenamento de dados na nuvem, enquanto no setor doméstico o executivo cita o crescimento global do mercado de PCs, que, pela primeira vez em seis anos, registrou crescimento. No segundo trimestre de 2018, a IDC aponta crescimento de 2,7%, enquanto o Gartner cita 1,4%. No Brasil, o crescimento registrado neste período foi de 14%. 

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Com o déficit o efeito pode ser o inverso, impacto negativo nas vendas. De acordo com uma previsão da JP Morgan, o déficit de chips da Intel pode reduzir as vendas de PCs no último trimestre deste ano em em 5 a 7%. Com essa situação, a maior beneficiada seria a AMD, que poderia aumentar ver sua participação no mercado saltar de 10% para 30%.

Os problemas de demanda para a fabricação dos seus chips em 14nm, também impactam na produção dos chipsets. O H310, que anteriormente era fabricado em 14nm, está descendo um degrau, passando para a produção em 22nm, de acordo com fontes próximas ao Tom’s Hardware. Em outubro devem aparecer as primeiras placas baseadas no chipset Z390, novo carro-chefe para a família Coffe-Lake. A entrega desse chipset estaria tão escassa que os fabricantes de placas-mãe estariam recebendo em quantidades limitadas.

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Evidentemente que em torno de todo esse assunto está toda a polêmica sobre a transição aguardada da Intel em relação ao processo de fabricação dos seus próximos processadores, passando de 14nm para 10nm. A companhia fez questão de ressaltar que está tudo conforme o planejado, mantendo seu lançamento para 2019.

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Editor-chefe no Hardware.com.br. Aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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