Em um discurso recente na Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, Sundar Pichai, CEO da Alphabet e do Google, falou um pouco sobre alguns dos temas mais urgentes e inovadores no campo da tecnologia, entre eles o impacto da inteligência artificial (IA) na profissão de programadores e o uso de energia limpa para alimentar centros de dados cada vez mais exigentes.
Pichai destacou como a IA pode transformar não apenas o desenvolvimento de software, mas também o setor de energia, enquanto o Google e outras grandes empresas se esforçam para minimizar sua pegada de carbono.
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IA não substituirá programadores, mas será uma ferramenta colaborativa
Durante sua fala, Pichai foi questionado sobre o impacto da IA no mercado de trabalho, especificamente se ela poderia substituir programadores em nível iniciante. Ele afirmou que essa questão não é exclusiva da programação, mas pode ser aplicada a várias profissões. No entanto, sua visão é otimista. De acordo com ele, ao invés de substituir programadores, a IA deve funcionar como uma ferramenta para ajudá-los a executar tarefas mais complexas e criativas.
“Ela vai ajudar os programadores a focarem em tarefas mais avançadas, ao invés de se concentrarem em corrigir erros repetidamente”, disse Pichai. Ele usou como exemplo o editor de código com IA, Cursor AI, que reduz barreiras e permite que mais pessoas possam programar de forma intuitiva, usando linguagem natural. Com isso, a programação torna-se mais acessível e criativa, permitindo que pessoas sem formação tradicional em programação possam desenvolver software.
Pichai acredita que o verdadeiro valor da IA está em sua capacidade de ser uma ferramenta colaborativa e não em competir com a inteligência humana. “O termo ‘inteligência artificial’ é infeliz, porque sugere uma comparação com a inteligência humana”, afirmou. Ele prefere pensar na IA como uma “inteligência capacitadora”, que permite que mais pessoas possam se envolver em programação no futuro.
Desafios energéticos da IA e a aposta do Google em energia limpa
Outro tema central discutido por Pichai foi a alta demanda por energia associada ao treinamento de modelos de IA. Ele mencionou que, desde 2007, o Google tem sido neutro em carbono e que a empresa estabeleceu a meta de operar completamente livre de carbono, 24 horas por dia, 7 dias por semana, até 2030.
Porém, Pichai reconheceu que o recente aumento no uso de IA complicou esse objetivo, já que é preciso uma grande quantidade de energia para treinar e executar modelos de inteligência artificial.
Ele revelou que o Google já está enfrentando esses desafios, operando centros de dados que consomem mais de 1 gigawatt de energia, um nível que a empresa não previa há apenas alguns anos. No entanto, Pichai se mostrou otimista em relação ao futuro, acreditando que essa demanda crescente está incentivando investimentos em novas fontes de energia.
Como exemplo, Pichai destacou que muitos dos maiores centros de dados do Google já operam com uma média de 90% de energia livre de carbono, graças ao uso de fontes renováveis, como a energia geotérmica. O centro de dados do Google em Nevada, por exemplo, é alimentado principalmente por essa fonte sustentável.
Além disso, Pichai mencionou o interesse crescente em pequenos reatores modulares (SMRs), uma forma de energia nuclear mais segura e eficiente, para alimentar os centros de dados do futuro. O CEO observou que há um fluxo significativo de capital sendo investido no desenvolvimento dessas tecnologias, o que o deixa otimista quanto à sustentabilidade energética no médio e longo prazo.
Fonte: wccftech
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