Hacker finge sua morte para evitar pagar pensão alimentícia

Hacker finge sua morte para evitar pagar pensão alimentícia

Jesse Kipf, um homem de 39 anos do estado de Kentucky, Estados Unidos, foi condenado recentemente a 81 meses de prisão após ser considerado culpado por fraude informática e roubo de identidade agravado.

Kipf admitiu ter acessado ilegalmente o Sistema de Registro de Óbitos do Havaí em janeiro do ano passado e forjado sua própria morte, em uma tentativa desesperada de evitar o pagamento de mais de $100.000 em pensão alimentícia.

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O esquema elaborado do hacker

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O caso de Kipf chamou a atenção pelas maneiras incomuns e complexas que ele utilizou para conseguir o que queria. O hacker conseguiu acessar o sistema de registro de óbitos do Havaí, criando um “caso” para sua própria morte. Em seguida, ele preencheu uma Ficha de Certidão de Óbito do Estado do Havaí, onde assumiu a identidade de médico responsável pelo caso e certificou seu próprio falecimento, utilizando a assinatura digital de um médico de verdade.

Com isso, Kipf conseguiu ser registrado como uma pessoa falecida em vários bancos de dados governamentais, o que lhe proporcionou uma falsa “morte” oficial.

A motivação de Kipf para essa fraude foi evitar suas obrigações de pensão alimentícia, que já ultrapassavam $100.000. Porém, sua atividade criminosa não parou por aí. O hacker também foi responsável por acessar outros sistemas de registro de óbitos e realizar ataques a diversas empresas, utilizando credenciais roubadas de médicos e funcionários reais.

A rede internacional de crimes cibernéticos

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Kipf não executava esses ataques apenas para seu próprio benefício, mas também oferecia acesso aos sistemas comprometidos e vendia bancos de dados roubados contendo informações privadas, como números de Seguro Social, para outros cibercriminosos na darknet. O Seguro Social nos EUA é o equivalente ao CPF aqui no Brasil.

A darknet é uma parte da internet acessível apenas através de softwares especializados que conseguem esconder a identidade dos usuários, e é frequentemente usada para atividades ilegais, incluindo a venda de dados roubados e acesso a sistemas de TI comprometidos.

De acordo com as informações apresentadas no tribunal, Kipf vendia essas informações para compradores internacionais, incluindo indivíduos da Argélia, Rússia e Ucrânia.

Consequências legais e financeiras

Carlton S. Shier, IV, Procurador dos Estados Unidos para o Distrito Leste de Kentucky, condenou as ações do hacker, descrevendo o esquema como um “esforço cínico e destrutivo” e ressaltando que ele foi parcialmente motivado pelo “objetivo inaceitável de evitar suas obrigações de pensão alimentícia.”

Sob a lei federal dos EUA, Kipf é obrigado a cumprir 85% de sua sentença de prisão. Além disso, após sua libertação, ele ficará sob supervisão do Escritório de Liberdade Condicional dos EUA por três anos.

Os danos causados aos sistemas governamentais e corporativos, combinados com a falta de pagamento de suas obrigações de pensão alimentícia, resultaram em uma perda total de $195.758,65.

Fonte: BBC

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