O Facebook anunciou ontem (27) que suspendeu todas as vendas do headset de realidade virtual Oculus Quest 2 devido aos inúmeros casos de usuários alegando que o dispositivo causa “irritações na pele”.
O responsável por essas irritações é a espuma removível da interface facial do Oculus Quest 2 – uma peça que e fica em volta dos olhos e nariz do usuário, servindo para acolchoar o dispositivo e o rosto -, segundo as reclamações de mais de cinco mil usuários.
Dos cinco mil usuários que afirmaram ter irritações na pele devido ao uso do Oculus Quest 2, 45 precisaram de atendimento médicos. Erupções cutâneas, coceiras, queimaduras, inchaços e urticárias são algumas das reações, de acordo com a Comissão de Segurança de Produtos do Mercado Consumidor dos Estados Unidos (CPSC).
Após a análise da CPSC, o Facebook decidiu fazer um recall da interface facial do Oculus Quest, que voltará a ser comercializado no dia 24 de agosto, contando com uma nova proteção facial.
“Hoje (27 – terça-feira) estamos apresentando uma nova capa de silicone para todos os nossos clientes ao redor do mundo com parte de um recall voluntário, em parceria com a CPSC, da interface facial de espuma removível do Oculus Quest 2. Além disso, após conversas com órgãos reguladores internacionais, optamos por suspender globalmente as vendas do Quest 2 enquanto trabalhamos para incluir as novas coberturas de silicone em todos os Quest 2. As novas coberturas de silicone se encaixam sobre a interface facial de espuma do Oculus Quest 2 e a partir do dia 24 de agosto todos os headsets Quest 2 terão essa proteção incluída na caixa”, afirmou o Facebook.
Facebook já sabia do problema com o Oculus Quest 2
As “irritações na pele” de usuários causadas pelo Oculus Quest 2 não são um problema desconhecido para o Facebook. Pelo contrário, afinal, a empresa de Mark Zuckerberg afirmou, em dezembro de 2020, ter recebido relatos sobre tal situação, mas que contabilizavam 0,01% de todos os usuários do headset.
No comunicado, o Facebook observara que a maioria dos casos apresentava sintomas leves que, portanto, poderiam ser curados sem cuidados médicos. Além disso, a empresa ressaltou haver, de fato, um problema com o Quest 2.
No entanto, em abril deste ano, o Facebook voltou atrás, alegando que, após uma extensa investigação, a empresa não encontrou nenhuma “substância inesperada ou foco de contaminação” no processo de fabricação do dispositivo, salvo alguns pequenos vestígios de substâncias que costumam estar presentes no processo de fabricação.
Essas substâncias, de acordo com o Facebook, podem causar desconfortos na pele, embora seus níveis estejam bem abaixo do padrão da indústria. À época, o Facebook decidiu manter as características do Oculus Quest 2.
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