Na última segunda-feira (16), um executivo do alto escalão do Facebook afirmou que a empresa está removendo de todas as suas plataformas conteúdos que promovam as ações do grupo terrorista Talibã.
O executivo em questão é Adam Mosseri, chefe do Instagram, o App de compartilhamento de fotos do Facebook. Mosseri afirmou, em entrevista ao Bloomberg, que a companhia de Mark Zuckerberg trabalha de maneira “proativa” para combater a propagação de conteúdos que, segundo ele, “possam ser perigosos ou tenham relação geral com o Talibã”.
Desde o último final de semana, milhares de pessoas estão fugindo do Afeganistão após os guerrilheiros do Talibã assumirem o controle de Cabul, a capital do país do Oriente Médio. A ação do Talibã é diretamente relacionada com a retirada das tropas americanas do país, cuja intervenção ocorria desde 2001.
O Talibã afirmou que em breve o Afeganistão se tornará o novo “Emirado Islâmico do Afeganistão”.
“Agora que a situação está se evoluindo rapidamente, certamente, acredito eu, o risco também irá evoluir. Portanto, teremos que modificar a forma como combatemos esses conteúdos para responder a essas mudanças efetivamente”, disse Mosseri.
Talibã usa Facebook, Twitter, WhatsApp e YouTube como ferramentas de mobilização
De acordo com o pesquisador Emerson Brooking, para obter apoio e recrutar novos guerrilheiros, o Talibã utiliza mídias sociais como o Facebook e o Twitter.
Desde a saída das tropas americanas do Afeganistão, o que acarretou a insurgência do Talibã, as plataformas sociais sofrem críticas sobre a forma como lidam com as contas ligadas ao talibã em suas redes.
YouTube, Facebook e Twitter não confirmaram publicamente alterações nas suas políticas, mas alteraram suas políticas de uso para reforçar a aplicação das medidas.
Na segunda-feira (16), um porta-voz oficial do Talibã usou o Twitter para afirmar a tomada da capital do Afeganistão pelo grupo. Além do Twitter, membros do talibã circulavam pelo WhatsApp, de propriedade do Facebook, até que o aplicativo de mensagens os banissem.
O Talibã é oficialmente banido de todos os serviços do Facebook, incluindo o WhatsApp, mas a criptografia de ponta a ponta facilita a entrada de contas ligadas ao grupo, pois os moderadores não possuem acesso à comunicação dos usuários do app.
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