Ao contrário de outros chefões de empresas do ramo, a CEO da AMD, Lisa Su, está confiante que a escassez de chips irá até o final do ano que vem.
Durante a sua apresentação na Conferência Code deste ano, realizada ontem (27), Su afirmou que, embora o primeiro semestre de 2022 seja difícil para as empresas fabricantes de chips, a segunda metade do ano apresentará uma suavização na crise.
“Nós sempre vivenciamos ciclos de altos e baixos, em que a demanda excedia a oferta, ou vice e versa”, afirmou Su, apontando, no entanto, que desta vez a coisa é diferente.
Segundo a CEO da AMD, desta vez, as melhorias serão graduais, tendo em vista a capacidade de cada empresa em se recuperar.
“Talvez possam ser de 18 a 24 meses para a criação de uma nova fábrica, ou mais tempo que isso em alguns casos. Esses investimentos começaram, talvez, há um ano”, afirma Su, ao comentar sobre os investimentos na recuperação da indústria.
Por outro lado, a TSMC, maior fabricantes de chips do mundo, projeta que a crise irá continuar até 2023.
AMD investirá em fabricação de chips
Desde o início da pandemia, a AMD, que vende processadores e placas de vídeo para PCs e consoles, viu suas vendas aumentarem, que, segundo Su, levou a demanda a um nível novo.
Com isso, as ações da AMD subiram em mais de 120% desde 2020, custando US$ 108. No entanto, a empresa não fabrica seus próprio chips, terceirizando a produção para fábricas de chips.
Por outro lado, para seguir a linha de sua principal rival, a Intel, a AMD pretende investir na aquisição de empresas fabricantes de chip para manter o nível da concorrência.
No ano passado, a empresa americana anunciou a intenção de comprar a Xilinx por US$ 35 bilhões, mas os pormenores do contrato ainda não foram aprovados para a negociação se concretizar.
Segundo Su, a AMD prevê a aprovação da compra no fim deste ano.
Mineração de criptomoedas não é importante para os negócios da AMD, diz CEO
Ao responder sobre o impacto da mineração de criptomoedas nos produtos fabricados pela AMD, Su afirmou ser uma pequena parte dos negócios da AMD.
Além disso, a executiva ressaltou que o espaço das criptomoedas é bastante volátil e, portanto, não deveria ser o foco da empresa.
Embora Su admita que os mineradores de criptomoedas representem uma grande parte dos compradores de placas de vídeo, a CEO afirma que a AMD trabalha para aumentar o estoque de GPUs Radeon aos gamers.
Desse modo, Su reconhece que a comunidade gamer representa uma alta parcela de consumidores dos seus produtos. Mas, além disso, caso a executiva afirmasse enxergar com bons olhos o uso de GPUs da AMD em mineração de criptomoedas, a repercussão seria bastante negativa.
Outro fator que Su deve ter considerado é a diminuição do uso de hardware da AMD, bem como da Nvidia, por parte dos mineradores devido à proibição de transações de criptomoedas na China.
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A China é o principal centro de mineração de criptomoedas, mas o governo do país trabalha para acabar com essa prática, que afeta o fornecimento de energia elétrica do país.