No último domingo (1), Bill Gates, o bilionário e fundador da Microsoft, afirmou que o pior momento da pandemia do coronavírus ainda não aconteceu.
Em entrevista ao jornal Financial Times, Bill Gates — que, além da Microsoft, é conhecido por suas ações filantrópicas envolvendo a erradicação de doenças contagiosas —, alertou sobre a necessidade de um alto investimento para evitar outra pandemia global.
Bill Gates disse ao jornal que há a necessidade urgente de vacinas mais duradouras que bloqueiam a infecção, ressaltando que a pandemia atual ainda é uma ameça.
“Ainda corremos o risco desta pandemia gerar uma variante que possa ser mais fatal e contagiosa. Não é provável, e eu não quero soar pessimista ou alarmista, mas há um risco superior a 5% de que essa pandemia ainda não chegou ao seu pior momento”, disse Gates.
Anteriormente, em dezembro do ano passado, Bill Gates declarou que a variante Ômicron marcava o pior momento da pandemia da COVID-19.
Bill Gates sobre variante Ômicron: “estamos entrando na pior fase da pandemia”
Hoje (3), Bill Gates lançou o seu mais novo livro, intitulado How to Prevent the Next Pandemic (Como Prevenir a Próxima Pandemia, em tradução livre), propondo formas de evitar a próxima pandemia.
No livro, Gates afirma que pandemias são opcionais — embora surtos de doenças sejam inevitáveis —, caso exista o investimento global para a prevenção de uma próxima pandemia.
De acordo com Gates, é necessária a criação de uma equipe internacional reunindo especialistas, desde epidemiologistas a profissionais de modelagem computacionais para a rápida identificação de ameaças à saúde global.
Além disso, segundo Bill Gates, essa equipe internacional iria, em tese, melhorar a coordenação entre nações.
Em 2015, a proposito, Bill Gates declarou que o mundo não estava pronto para a próxima pandemia inevitável. No mês passado, o magnata revelou a ideia de uma iniciativa para evitar uma crise sanitária tão grande quanto a dos dois últimos anos.
A Global Epidemic Response and Mobilization (GERM – Mobilização e Resposta Global a Epidemias) é iniciativa de Bill Gates, que, segundo o próprio afirma, deveria ser gerenciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O sentido “global” da iniciativa de Bill Gates é visto pela postura do antigo CEO da Microsoft em pedir que os líderes mundiais não deixem a crise de saúde de lado, tendo em vista o domínio da agenda internacional pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.
Segundo Bill Gates, maior investimento pode evitar uma nova pandemia global
Para prevenir pandemias futuras, Gates ressalta a importância de maiores investimentos.
“Para mim, é meio absurdo a gente conseguir falhar em ver essa tragédia e não fazer esses investimentos em nome dos cidadãos do planeta”, disse Gates ao Financial Times.
No entanto, Bill Gates reconheceu haver questões sobre atingir um consenso internacional em relação ao aumento de investimentos para a OMS. A OMS, para Gates, é a única organização capaz de criar e gerenciar a equipe da iniciativa Global Epidemic Response and Mobilization, cujos custos, segundo a estimativa do bilionário, ficariam em torno de US$ 1 bilhão por ano.
Em contrapartida, Bill Gates afirma ser uma quantia bem pequena se comparada ao benefício que a iniciativa pode gerar. Além disso, para Bill Gates, a Global Epidemic Response and Mobilization pode ser um teste às instituições globais.
“É possível que os órgãos internacionais assumam novas responsabilidades, de uma forma admirável, mesmo em um período em que as relações dos Estados Unidos com Rússia e China sejam extremamente difíceis?”, indagou Gates.
Bill Gates ainda disse que a OMS possui menos de 10 pessoas trabalhando exclusivamente na prevenção e no enfrentamento de surtos epidêmicos, declarando que esse grupo também trabalha em outras funções.
Para Bill Gates, o financiamento atual da OMS não leva a sério uma nova pandemia, em curto, médio e longo-prazo.