Neuralink: primeiro paciente com chip cerebral aparece em vídeo jogando xadrez com a mente

A Neuralink, empresa de Elon Musk que trabalha com a conexão entre cérebro e computador, mostrou um vídeo do primeiro humano usando o implante cerebral para mexer um cursor de mouse e jogar xadrez.

O paciente, Noland Arbaugh, de 29 anos, disse que ficou tetraplégico após um acidente de mergulho há oito anos. Arbaugh comparou o uso do implante da Neuralink a usar “A Força”, icônica energia da franquia Star Wars, dizendo que ele “só precisa olhar para a tela” para mover o cursor para onde quiser.

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Elon Musk, fundador da Neuralink em 2016, compartilhou o vídeo de Arbaugh e comentou que era como “telepatia”.

Paciente também consegue jogar videogame

Arbaugh também jogou Civilization VI por oito horas com o implante, mas teve que pausar para carregar o dispositivo. A FDA (Food and Drug Administration) autorizou a Neuralink a fazer testes clínicos em humanos em maio do ano passado, e logo a empresa começou a buscar voluntários para um teste de seis anos.

É a primeira vez que a Neuralink mostra, através de um vídeo, um humano usando seu implante cerebral. Antes, em janeiro, Musk disse que o primeiro participante do teste estava se recuperando bem depois de receber o implante. Isso acontece quase três anos após a empresa mostrar um macaco jogando Pong com a tecnologia.

O controle através dessa tecnologia não é novo; já em 2004, uma pessoa paralisada conseguiu mover um cursor com uma tecnologia parecida. Mas a versão antiga precisava de fios, já a tecnologia utilizada pela Neuralink funciona sem a necessidade de fios. Além disso, o paciente não podia conversar ao mesmo tempo, segundo o Wall Street Journal.

Outras empresas estão surgindo para concorrer com a Neuralink

Kip Ludwig, co-diretor do Instituto de Neuroengenharia Translacional de Wisconsin, falou à Reuters que é um bom começo, mas não uma descoberta. Outras empresas como BlackRock e Synchron também mostraram como pessoas paralisadas podem controlar dispositivos eletrônicos com essas interfaces.

A Synchron, por exemplo, usa uma técnica menos invasiva, mas não consegue captar tantos dados neurais. Paradromics e Precision Neuroscience também estão desenvolvendo implantes cerebrais para competir com a Neuralink.

Houve críticas à Neuralink pela falta de detalhes sobre seus testes, como o número de participantes e os resultados medidos, aponta a Wired. Experimentos anteriores com macacos também geraram polêmica, com relatos de animais sacrificados por complicações graves. No último incidente, 15 macacos morreram devido aos testes da Neuralink.

No futuro, pessoas saudáveis poderão ter o implante

É fundamental destacar que, de acordo com Elon Musk, o objetivo principal é empregar a tecnologia em pessoas saudáveis no futuro, com a intenção de potencializar as capacidades humanas. Apesar desse cenário promissor, ainda temos muito a percorrer para que essa visão se torne uma realidade concreta e acessível.

Por outro lado, segundo Arbaugh, embora esse caminho ainda contenha muitos obstáculos a serem superados e que a jornada esteja repleta de desafios complexos, ele enfatiza que o progresso até agora feito é notável.

Ele evidencia o impacto positivo do implante já efetuado em sua vida, admitindo que “ainda há muito trabalho pela frente“, mas expressa um genuíno reconhecimento ao avanço alcançado até o momento. A afirmação de Arbaugh ressalta a importância desta tecnologia, declarando com entusiasmo que o implante “já mudou minha vida,” e que “não consigo nem descrever como é legal poder fazer isso“.