Chips cerebrais da Neuralink mataram 15 macacos

Chips cerebrais da Neuralink mataram 15 macacos

Na semana passada, um grupo em defesa pelos direitos dos animais acusou a Neuralink ter matado 15 macacos que foram cobaias para os testes de chips cerebrais da empresa de Elon Musk.

O Comitê de Médicos pela Medicina Responsável, grupo que advoga pelos direitos dos animais e contra o abuso de técnicas em cobaias, submeteu uma ação judicial ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) contra a Universidade da Califórnia. 

Segundo ação, a Universidade violou as normas do Ato pelo Bem Estar dos Animais por seus “experimentos mortais” conduzidos em 23 macacos.

Jaula com macacos no Centro de Pesquisa em Primatas da Universidade da Califórnia

O Centro de Pesquisa em Primatas da Universidade da Califórnia recebeu US$ 1,4 da Neuralink para realizar os experimentos.

Portanto, a ação tem como base um documento de quase 600 páginas, divulgados após ações judiciais do comitê, feitas em 2021.

Segundo o documento, a maioria dos macacos teve parte dos seus crânios removidos para o implante dos chips cerebrais.

Neuralink utilizou substância ilegal em macacos

O comitê aponta que as equipes da Neuralink e da Universidade da Califórnia não ofereceram cuidados veterinários adequados aos macacos com risco de morte.

Além disso, os experimentos utilizaram uma substância chamada BioGlue (cola biológica), ainda não aprovada pelos órgãos federais, responsável por matar 15 macacos ao destruir partes de seus cérebros.

O comitê também acusa a Neuralink de sacrificar os macacos antes mesmo de esses terem os chips cerebrais implantados. Ou seja, antes de serem utilizados nos experimentos.

Neuralink Elon Musk

De acordo com a ação, entre 2017 e 2020, 23 macacos de posse da Neuralink estavam abrigados em uma das instalações da Universidade da Califórnia.

Desses 23 macacos, 15 morreram em decorrência dos experimentos de chips cerebrais da Neuralink.

O uso de chips cerebrais em macacos teve seu momento de aclamação no ano passado, quando a Neuralink (assim como Elon Musk) divulgou o vídeo de um macaco jogando Pong, como pode ser visto abaixo. 

Entretanto, agora as coisas tomaram o rumo contrário e a empresa teve que se posicionar publicamente.

Neuralink nega as acusações, afirmando que ‘apenas’ 8 animais foram mortos

Após uma avalanche de críticas à empresa de Elon Musk, a Neuralink refutou as acusações do comitê em um comunicado divulgado hoje (15).

De acordo com a empresa, é falsa a informação de que os macacos foram expostos a “sofrimentos extremos” e a “experimentos mortais”. No entanto, a Neuralink afirma que sacrificou oito macacos durante a testagem de chips cerebrais.

Neuralink macacos
Para refutar as acusações, a Neuralink postou hoje (15) fotos de como era o espaço onde a empresa abrigava os animais. Créditos: Neuralink

“O uso de cada animal pela Neuralink é extensivamente planejado e consideramos o equilíbrio entre a descoberta científica e o uso ético de animais em experimentos. Desse modo, como parte deste trabalho, dois macacos foram sacrificados em datas planejadas para obter importantes dados de histologia. Além disso, outros seis macacos foram sacrificados por indicação da equipe veterinária da Universidade da Califórnia”.

A Neuralink, atualmente, desenvolve implantes cerebrais para humanos, de modo a tratar diversas doenças neurológicas. No entanto, após a repercussão negativa sobre a morte dos macacos, a empresa precisou se retratar publicamente.

“Todos os novos medicamentos, bem como tratamentos, devem ser testados em animais antes que possam ser testados de maneira ética em séries humanos”, disse a Neuralink.

Neuralink macacos
Dois macacos da Neuralink nas instalações do Centro de Pesquisa em Primatas da Universidade da Califórnia. Créditos: Neuralink

A empresa de Elon Musk ressaltou não haver recebido nenhuma reclamação do USDA após várias inspeções do departamento em suas instalações de experimentos em animais.

Além disso, a Neuralink ressalta que as acusações foram feitas por organizações que se opõem ao uso de animais em pesquisas científicas.

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