Deixar o smartphone sobre a mesa atrapalha a concentração mesmo que ele esteja desligado, diz estudo

O smartphone já se tornou parte essencial da vida de muitas pessoas, principalmente dos jovens, e embora possa ser usado de forma positiva em diversas maneiras, ele também traz algumas consequências negativas, principalmente por roubar muita atenção.

De acordo com um estudo, um smartphone pode ser prejudicial para a concentração de alguém que está estudando mesmo que ele esteja na mesa sem ser usado. E isso afeta principalmente os jovens.

Sugador de recursos cognitivos

De acordo com o News Medical, em 2021 todos os jovens americanos entre 18 e 29 anos tinham um celular, e 96% eram smartphones. Muitos estudos vêm trazendo algumas consequência negativas do uso de smartphones, principalmente em relação as notificações.

Os smartphones recebem notificações e para chamar a atenção dos usuários podem emitir bipes, acender luzes ou simplesmente vibrar. O estudo revelou que isso é o suficiente para diminuir significativamente a concentração nos estudos mesmo que a pessoa não pegue no aparelho para responder a essas notificações.

Muitos estudos anteriores relataram efeitos adversos dos smartphones no desempenho acadêmico das pessoas, elevando inclusive o estresse e o sono. Eles sugerem que só a presença de um smartphone na mesa é capaz de drenar a atenção das pessoas, e isso acaba afetando a inteligência fluida, a capacidade de memória de trabalho e a atenção.

Estudo determina influência do smartphone

No estudo revelado pelo News Medical, eles quiseram entender se o smartphone é um vilão por sugar a atenção no que diz respeito a universitários. Para isso, fizeram uma pesquisa com 42 alunos de universidades, com idades entre 20 e 34 anos. Esses alunos foram separados em 2 grupos com 21 pessoas cada.

Em seguida eles partiram para o experimento, que envolveu realizar uma tarefa de atenção durante uma videoconferência online. No primeiro grupo eles orientaram os alunos a desligar os smartphones e colocá-los na mesa cobertos para que a tela não ficasse visível. Já o segundo grupo foi orientado a desligar os smartphones e colocar em outro cômodo da casa que não fosse seu quarto.

Eles usaram um teste de concentração e atenção d2-R para conseguir avaliar com mais precisar a atenção de cada um dos alunos. Ele contava com folha física de 789 caracteres e 14 linhas, e eles precisavam procurar e marcar alvos corretos entre imagens de personagens e objetos em um período de 20 segundos para cada linha.

O teste todo levou 4 minutos e 40 segundos, e eles analisaram a precisão, a velocidade e o desempenho da atenção na tarefa. Vale lembrar que antes do teste eles passaram um vídeo de instruções para todos, para que não houvesse dúvida durante o experimento.

Ao final do procedimento, eles realizaram análises de variâncias (ANOVAs) e também usaram uma versão curta modificada da escala alemã de dependência de smartphones.

Abordagem para melhorar o desempenho acadêmico

Eles concluíram então que houve um desempenho de atenção significativamente maior entre os alunos do grupo 2, ou seja, que tinham colocado seus smartphones em outros cômodos. Os alunos do grupo 1, que mantiveram o smartphone no quarto mesmo com a tela coberta, tiveram velocidade de trabalho menor. Já em relação à precisão, não foram observadas diferenças significativas.

Isso significa que apenas a presença do smartphone por perto é suficiente para roubar um pouco da atenção dos alunos e pode ser uma fonte de desconcentração.

“O presente estudo relata que a presença de um smartphone resultou em menor atenção dos alunos. Esses achados indicam que a presença de um smartphone foi suficiente para consumir recursos cognitivos sem qualquer uso voluntário ou mudança de atenção em direção a um smartphone.”

O estudo em questão teve uma amostra pequena e a maioria dos participantes eram brancos, jovens e altamente educados, então não dá para generalizar os resultados. Porém, eles ainda indicam que a ausência do smartphone no local de estudo pode neutralizar o efeito de consumo de recursos cognitivos, então é uma boa abordagem para quem quer melhorar o seu desempenho acadêmico.

Fonte: News Medical