Windows 7 é mais usado que Windows 11 em empresas

O Windows 11 já foi anunciado pela Microsoft há mais de um ano, e até o momento muitos consumidores ainda estão reticentes sobre a atualização dos seus aparelhos. Outros simplesmente não podem, já que os computadores não atendem aos requisitos necessários para tal.

O mesmo parece estar acontecendo com algumas empresas, de acordo com um relatório do Lansweeper, que revela que o Windows 7, uma versão tão antiga que não recebe nem mais atualizações, ainda é mais usado em algumas empresas do que o novo Windows 11. Boa parte do motivo pode ser justamente essa dificuldade de requisitos por parte dos aparelhos.

Quase metade dos computadores não são compatíveis com o Windows 11

O novo Windows 11 é fácil de instalar, e para quem já usa o Windows 10 e tem o computador compatível com a versão mais atual do sistema, basta clicar em alguns botões e pronto, tudo acontece de forma rápida e simples. Porém, mesmo com essa facilidade toda, o que permite que qualquer pessoa atualize o computador, o que realmente está pegando é a parte da compatibilidade.

Isso porque para que o computador possa ser atualizado, ele precisa que 3 componentes sejam compatíveis com os requisitos necessários para isso, sendo eles a CPU, a memória RAM e o TPM. Dessa forma, caso elas não estejam nos conformes, mesmo que você instale o Windows 11, ainda poderá ficar de fora de atualizações futuras e importantes do sistema.

De acordo com a pesquisa feita pelo Lansweeper com base em cerca de 30 milhões de aparelhos usando Windows de 60.000 empresas diferentes, apenas 57,26% dos computadores são compatíveis com a nova atualização por contarem com todos os requisitos necessários. Ou seja, só um pouco mais da metade.

Eles separaram essa compatibilidade a partir de cada componente, mas esse dado mostra o componente que tem o menor número de compatibilidade, que é a CPU. Isso é lógico porque não adianta o computador ter uma RAM e TPM compatíveis, mas não a CPU, ainda assim ele não poderá ser atualizado.

Então o que deu para ver é que dos computadores analisados, só 57,26% oferecem uma CPU que tenha os requisitos de sistema para realizar a atualização para o Windows 11. Em relação à memória RAM, foi mais fácil encontrar essa compatibilidade, já que 92,85% dos computadores atendiam ao requisito mínimo. E, por último, 65% dos TPMs dos PCs atenderam aos requisitos, enquanto 15% não e 20% não eram compatíveis ou não tinham o TPM habilitado.

E isso é apenas em relação aos computadores físicos, porque quando a análise vai para as estações de trabalho de máquinas virtuais, os resultados são um pouco mais negativos. A compatibilidade da CPU diminui um pouco, chegando apenas a 55,7%. A de memória RAM diminui mais significativamente, caindo de quase 93% para apenas 67%. Porém, o pior vem com o TPM, já que apenas 1,33% das máquinas virtuais contam com o TPM 2.0 habilitado.

Esse número pode ser explicado pelo fato do TPM nunca ter sido necessário para o Windows antes. No caso das máquinas virtuais, existem o vTPM, que é raramente usado. Isso significa que, para que essas estações de trabalho possam usar o Windows 11, será preciso que elas sejam modificadas para contar com o vTPM.

Em relação aos servidores físicos, apenas 2,35% passaram no teste do TPM. Isso significa que, caso a Microsoft crie um sistema operacional de servidor que tenha os mesmo requisitos do Windows 11 no futuro, cerca de 97% deles não conseguiriam atualizar. No caso dos servidores virtuais, praticamente não existem servidores habilitados.

Mas, ainda com esses números tão baixos em relação aos requisitos, houve sim uma melhoria quando eles são comparados com os resultados obtidos pela pesquisa no ano passado. O número de computadores que atendem aos requisitos de CPU e TPM aumentou em cerca de 12% esse ano. Já a compatibilidade da memória RAM aumentou 1,8%, mas ela já é bem alta.

Caso o crescimento dessas compatibilidades continue evoluindo dessa forma, o que eles preveem é que até 2026, todas as estações de trabalho já estarão compatíveis com o Windows 11. Porém, vale lembrar que o Windows 10 só terá suporte para atualizações até 14 de outubro de 2025.

Windows 7 ainda é mais usado nas empresas do que o Windows 11

Em relação à taxa de adoção do Windows 11, eles perceberam que ela ainda é muito baixa. Tão baixa que o Windows 7, uma versão do sistema que não conta mais com atualizações, tem uma adoção maior.

Segundo eles, apenas 2,61% dos usuários atualizaram para o Windows 11, o que significa ainda um aumento de 1,17% quando comparado a abril de 2022. Ainda assim, uma baixa adoção. Por enquanto o vencedor ainda é o Windows 10, que está presente em 81,87% dos aparelhos.

O Windows XP ainda está na lista, sendo adotado por 1,27% dos usuários, porém a grande surpresa mesmo é o Windows 7, ainda está presente em 3,38% dos computadores e tem uma adoção ainda maior que a do Windows 11.

A surpresa está justamente no fato do Windows 7 ter sido descontinuado e estar desatualizado, ou seja, ele não mais recebe nenhuma atualização para corrigir bugs, trazer patches de segurança e nem novas funcionalidades. Para um usuário comum isso já é bastante perigoso já que ele se torna mais susceptível a ataques de malware, então para empresas, o perigo é ainda mais preocupante.

Eles revelaram ainda um gráfico que mostra uma comparação entre a adoção do Windows 11 por consumidores comuns e por empresas, mostrando que as empresas ainda estão mais reticentes em relação a essa atualização, ou, mais provavelmente, ainda contam com máquinas antigas e não compatíveis. Mas ainda assim, o gráfico indica um crescimento na adoção de ambas as partes.

Requisitos para atualizar

Essas pesquisas mostram que grande parte da adoção baixa do novo Windows 11 pode ser culpa justamente dos requisitos de sistema para tal, já que muitas máquinas mais antigas não contam com essa compatibilidade.

Para instalar o novo Windows 11 é preciso que o computador tenha um processador de 1 GHz ou mais rápido, com 2 ou mais núcleos em chip de 64 bits ou SoC. É preciso ainda que ele tenha, pelo menos 4 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento. Por fim, existe ainda um requisito que é a capacidade de inicialização segura e TPM 2.0 habilitado na máquina, o que torna essa lista ainda mais desafiadora.

Os aparelhos que não contam com esses requisitos, não podem ser atualizados. No caso de empresas, esse controle se torna ainda mais difícil, principalmente sem automação ou sem inventários de ativos de TI atualizados. Segundo a Lensweeper:

“Embora a Microsoft ofereça algumas dicas sobre como se preparar para uma migração tranquila do Windows 11 e tenha uma ferramenta de verificação de integridade do PC destinada a avaliar a compatibilidade de PCs com o Windows 11. Sem visibilidade completa em toda a propriedade de TI, as organizações podem perder horas e orçamento significativo inspecionando manualmente máquinas — sem mencionar o risco de perder máquinas desatualizadas que eles não conhecem.”

Fonte: Lensweeper