Seagate deve demitir cerca de 3 mil funcionários

Seagate deve demitir cerca de 3 mil funcionários

A Seagate, popular fabricante de discos rígidos e outras soluções de armazenamento, anunciou uma restruturação que irá resultar em um corte da sua força de trabalho. Devido à crise global no setor de tecnologia, principalmente em relação a desaceração econômica da China, a companhia deve demitir 3.000 funcionários, número que representa 8% da base de colaboradores globais da empresa.

“As incertezas econômicas globais e as amplas correções de estoque de clientes pioraram nos últimos estágios do trimestre de setembro, e essa dinâmica se reflete tanto na demanda de curto prazo do setor quanto no desempenho financeiro da Seagate.”

 

Conhecida por suas unidades da série Barracuda, a Seagate encerrou o primeiro trimestre fiscal com seu pior resultado em 15 anos, e o lucro líquido apresentou uma queda de 94% em relação ao ano anterior. Esse panorama fez com que a empresa colocasse em curso rapidamente ações que possam responder às condições atuais do mercado. Entre essas ações, está a restruturação interna, e corte de pessoal, aventando um crescimento futuro mais saudável.

O novo plano de restruturação da Seagate será concluído até o final do segundo trimestre fiscal de 2023, custará entre 60 e 70 milhões e permitirá que a empresa economize aproximadamente US$ 110 milhões anualmente a partir do terceiro trimestre fiscal de 2023.

A Seagate não informa o número exato de discos rígidos comercializados, mas sim os dados da capacidade total enviada ao mercado. No primeiro trimestre, a empresa fala em 118,2 exabytes. Há um ano, os relatórios apontava o embarque de 159,1 exabytes. A divisão de discos rígidos (HDs) representa 88% da receita da Seagate, dados que mostram como a companhia é dependente direta deste mercado.

Para o segundo trimestre fiscal de 2023, a Seagate espera receita de US$ 1,85 bilhão com margem de erro de aproximadamente 150 milhões. Com essa perspectiva, na melhor das hipóteses, a situação da empresa ficará estável em relação ao primeiro trimestre fiscal de 2023.

O revés financeiro da Seagate pode ganhar um contexto ainda mais drmático com uma acusação de autoridades do governo americano, que acusa a empresa de vender HDs para a chinesa Huawei, mesmo com as sanções dos EUA que dificulta a negociação com empresas da China que estão na famosa lista negra do Departamento de Comércio dos EUA. Para que o acordo possa ser firmado, é preciso uma licença do Departamento de Comércio. Supostamente a Seagate não tinha essa licença.

A Seagate negou as alegações do Departamento de Comércio dos EUA , argumentando que seus HDDs não estariam sujeitos ao EAR (Export Administration Regulations).  Caso seja descoberto que a Seagate violou os regulamento do governo dos EUA, a empresa pode enfrentar uma multa de US$ 3000.000 ou o dobro do valor da transação.

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