Microsoft e Sony pagam milhões para que um jogo fique disponível no Game Pass e PS Plus

Microsoft e Sony pagam milhões para que um jogo fique disponível no Game Pass e PS Plus

Você já se perguntou quanto custa a adição de um novo game aos serviços Game Pass e PS Plus? Bom, um documento vazado da distribuidora Snail Games, responsável pelo marketing e distribuição do game Ark 2, da Wilcard Studio, dá um norte de como funciona os bastidores dos acordos para que um novo título fique disponível aos assinantes de plataformas de jogos sob demanda, e também para que ele permaneça por ali.

Segundo o documento, a Microsoft desembolsou US$ 2,5 milhões para levar ARK: Survival Envolved ao Game Pass, enquanto para a Sony o valor acordado foi de US$ 3,5 milhões. Não há uma explicação detalhada sobre a diferença de valor. Lembrando que o game ficou disponível por cinco semanas no serviço da gigante japonesa.

O documento também fala que a Microsoft fechou o acordo em 2018, com validade firmada até dezembro de 2021, sendo que, ainda em 2020, houve uma renovação para uma permanência vitalícia do game. Obviamente a Microsoft irá pagar um valor recorrente para que o game siga disponível em seu catálogo. Há também a menção sobre o novo game da franquia. Ark II, que será lançado em 2023, permanecerá por três anos no Xbox Game Pass. Lembrando que, dependendo da recepção do game, e o impacto direto na estratégia da Microsoft, o acordo pode ser alterado.

É interessante essa parte sobre a manutenção ou retirada de algum conteúdo em uma plataforma. O mesmo vale para os serviços de streaming de vídeo, por exemplo. Às vezes acontece uma certa comoção porque determinada plataforma retirou conteúdo A ou B do catálogo.

Essa decisão, entre outras coisas, tem relação direta com o acordo de licenciamento pré-estabelecido. As plataformas formam parcerias com provedores de conteúdo e estúdios para licenciar determinada obra. Os títulos envolvidos neste licenciamento podem estar disponível por um tempo limitado ou somente em regiões específicas. São esses acordos que impedem que o catálogo seja unificado em todos os países em que tal serviço atua.

A curadoria em torno do que será licenciado é uma peça fundamental quando falamos de serviços como Netflix, Game Pass, e PS PLus, e muitos outros. Além, é claro, do próprio componente da quantidade de títulos. Por mais que você não jogue todos os games disponíveis, ou assista todos os filmes e séries, a variedade do que escolher joga a favor para convencer um potencial cliente a aderir determinada plataforma.

A própria força de determinados players acaba limitando o cerco contra plataformas que talvez cogitassem entrar neste meio.

Vide o caso da Microsoft. Além da influência maciça da marca, há muito dinheiro em caixa, que pode ser usado para grandes aquisições, como o caso da Actvision Blizzard, que, caso seja aprovada pelos órgãos reguladores, entrará diretamente naquele hall de diferenciais que podem chamar ainda mais a atenção de quem está pensando em assinar o Game Pass, elevando a quantidade de assinantes, gerando mais receita, e, consequentemente, aumentando o poderio para ir em busca de novos acordos de licenciamento.

Outro dado interessante é em relação a um gráfico que reúne dados do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que revela os valores referentes  a divisão de games da Microsoft em 2021. O departamento Xbox gerou no ano passado US$ 16,2 bilhões, montante dividido ente US$ 12,5 bilhões do departamento de jogos e serviços e US$ 3,7 bilhões da venda de hardware.

Dos US$ 12,5 bilhões relacionados ao departamento de jogos e serviços, temos um detalhamento sobre o que representa o Game Pass para a companhia. Somente nos consoles, o serviço gerou US$ 2,9 bilhões.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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