Do DVD ao Streaming: Netflix completa 25 anos

Do DVD ao Streaming: Netflix completa 25 anos

A Netflix já se consagrou como uma das empresas de entretenimento mais conhecidas em todo o mundo, e está comemorando 25 anos de existência, ou seja, desde que foi fundada. Comparado com o tempo de outras empresas, ela pode até ser considerada nova, mas sem dúvidas se tornou um grande sucesso mesmo assim.

Hoje vamos relembrar um pouco como foi a trajetória da empresa, desde os seus primórdios, passando por diferentes mídias, até se consagrar como a rainha dos streamings. Confira!

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A fundação da Netflix

Netflix

Quem conhece a Netflix hoje em dia, já relaciona a empresa com o seu sucesso. Ela já tem disponibilidade em mais de 30 idiomas diferentes e está presente em 190 países. Além disso, ficou bastante popular por ser a responsável por pavimentar o caminho do mercado de streaming, sendo a pioneiro a fazer sucesso nesse ramo.

Porém isso não aconteceu da noite para o dia e nem foi o planejamento inicial da empresa quando ela foi fundada. Isso aconteceu no dia 29 de agosto de 1997, em Scotts Valley, na California. Os responsáveis por essa fundação foram Marc Randolph, que era diretor de marketing, e Reed Hastings, que era formado em ciências da computação e em matemática.

Só que em 1997 os serviços de streaming ainda não existiam, e na verdade o consumo de filmes em casa era feito principalmente a partir das famosas locadoras. Na época muitos filmes ainda eram locados nas fitas de VHS, e a ideia da dupla era fazer um aluguel e venda de filmes pela internet. O único problema é que as fitas eram bem frágeis, então provavelmente elas acabariam sendo estragadas com todo esse transporte de enviar para a casa das pessoas, e no caso de aluguel de enviar de volta e depois enviar de novo para outra pessoa.

Por sorte, foi também nessa época que os filmes em DVDs começaram a surgir, e isso facilitou bastante a vida dos dois fundadores. Isso porque os DVDs eram mais resistentes e menores, mais fáceis de transportar. Inclusive eles até fizeram um teste enviando um DVD para suas próprias casas só para garantir que ele chegaria inteirinho. E chegou!

Assim, já em 1998 eles conseguiram “inaugurar” seu primeiro site de venda e alugueis de filmes pela internet no domínio Netflix.com. Eles começaram pequeno, então o site contava com menos de 1000 filmes disponíveis e a empresa na época só tinha uns 30 funcionários.

Netflix poderia ter sido comprada

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Nessa mesma época, Jeff Bezos, que é dono da Amazon, até se interessou pela Netflix e fez uma oferta de compra que ficou entre US$ 14 e US$ 16 milhões. Randolph até pensou em vender, mas Hastings acreditava no potencial da sua empresa e se recusou.

Mas essa não foi a única vez que a Netflix quase pertenceu a outras pessoas. Um ano depois, em 1999, eles passaram a fazer alugueis com assinatura mensal, então acabaram com as opções de alugueis avulsos logo no começo dos anos 2000. Dessa forma, os assinantes pagavam um valor fixo para alugar os filmes e não tinham data para vencimento e nem multas por atraso na entrega.

Só que ainda assim a empresa começou a ter alguns prejuízos, e foi quando os dois fundadores pensaram em vende-la. A oferta foi feita para a Blockbuster, uma gigante da época, pelo valor de US$ 50 milhões. Mas o CEO da Blockbuster não gostou muito da ideia e acabou recusando (inclusive zombando do valor). Bem, o futuro deu a resposta.

Por causa dos ataques às Torres Gêmeas em 11 de setembro, a empresa também acabou sendo afetada e precisou demitir muitos funcionários. Esse baque fez com que eles só pudessem fazer sua oferta pública de ações (IPO) em 2002. Suas ações começaram sendo vendidas por US$ 1 por ação na NASDAQ, e o código era NFLX.

Foi em 2003 que ela voltou a ter lucros, ao ganhar uma patente do U.S Patent & Trademark Office. O faturamento foi de US$ 6,5 milhões. O número de assinaturas também cresceu bastante, chegando a marca de 1 milhão no mesmo ano. E não parou por aí.

Em 2006 já eram 5,6 milhões de assinantes e em 2010 esse número chegou a 14 milhões. A escolha de alugueis com DVDs acabou se pagando e fez muito sucesso nos Estados Unidos. O catálogo também cresceu bastante e em 2005 eles já tinham mais de 35 mil títulos disponíveis com 1 milhão de DVDs sendo enviados todos os dias.

A chegada da era do streaming

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Foi em 2007 que a Netflix começou a surfar nas ondas do streaming, que na época ainda estava em sua fase tímida. Na verdade, a empresa foi responsável por praticamente inaugurar esse mercado. Isso porque eles permitiam que seus assinantes pudessem assistir aos filmes e séries do seu catálogo sem precisar de uma mídia física, ou seja, de forma instantânea sem esperar chegar o DVD pelo correio.

Essa ideia já estava lá há algum tempo, só sendo regada. Eles tiveram que esperar porque na época a oferta de velocidade de internet nos Estados Unidos ainda não era suficiente para isso, mas quando isso melhorou em 2007, os fundadores viram sua oportunidade para colocar o plano em ação.

Eles começaram com um catálogo mais reduzido, assim como aconteceu na época do lançamento do site, com apenas 1.000 títulos sendo ofertados em streaming. A diferença é que nessa época eles já contavam com mais de 70 mil assinantes. Quem assinava o plano do serviço de DVD tinha acesso gratuito a esses filmes em streaming.

Eles até pensaram em vender um dispositivo avulso e focado para esse tipo de conteúdo, que seria capaz de fazer o download dos filmes durante a noite para que os assinantes pudessem assisti-los no dia seguinte. Porém eles acabaram decidindo ficar com o streaming online mesmo, até porque outras plataformas já mostravam que ele seria o futuro, como o Youtube.

A partir de 2008 esse serviço da Netflix começou a surgir em outros aparelhos graças às parcerias firmadas pela empresa com grandes nomes de marcas de eletrônicos. Uma delas foi a própria Microsoft, o que permitiu que o serviço estivesse disponível no console de games, Xbox 360. Além disso ela também apareceu em aparelhos de Blu-Ray e decodificadores de TV.

Em 2009 a Netflix começou a surgir nas TVs que contavam com conexão com a internet, e também foi a época que ela ultrapassou pela primeira vez a marca de 10 milhões de assinantes. Foi ainda em 2009 que o serviço de streaming se consolidou de vez, ultrapassando os alugueis de DVD.

Chegando a outros países

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Em 2010 o serviço de streaming da Netflix começou a aparecer em outros dispositivos, como os aparelhos móveis. A empresa também buscou por um novo público adicionando conteúdos para crianças.

E foi também nessa época que ela passou a ser mais conhecida e, com isso, chegar a mais países. O primeiro deles foi o Canadá, que foi o primeiro país a receber a Netflix depois dos Estados Unidos. Em 2011 essa expansão foi mais longe, chegando na América Latina e no Caribe.

A Netflix estreou no Brasil no dia 5 de setembro de 2011, com uma mensalidade de R$ 15, sendo o primeiro mês gratuito para testes.

Essa expansão só foi aumentando com o tempo, o que acabou trazendo também um maior número de assinantes. Em 2012, a Netflix chegou na marca de 25 milhões de assinaturas, e acabou chegando também ao Reino Unido, Irlanda e diversos países do Norte da Europa.

A partir daí foi só sucesso. Em 2014 o número de assinaturas duplicou, chegando a 50 milhões, e a Netflix continuou vencendo barreiras. Dessa forma, ela chegou também em outros países. Em 2015 ela já estava presente na Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo e Suíça. Austrália, Cuba, Itália, Japão, Espanha e Nova Zelândia.

Em 2016 ela estava presente em 190 países, em 21 idiomas diferentes. Em 2017 ela já contava com 100 milhões de assinantes. Em 2021, esse número já duplicou, e a empresa já conta com mais de 200 milhões de assinantes.

O serviço foi melhorando com o passar do tempo

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Hoje em dia o serviço da Netflix conta com diversos recursos e ferramentas que ajudam e facilitam a experiência do usuário na hora de escolher um título para assistir. Muitos desses recursos surgiram com o passar do tempo e com as melhorias que foram sendo implementadas nele, mas outros já existem desde os primórdios do site.

Um deles é o sistema de recomendações personalizadas, que já existia, mesmo que de forma mais simples, desde a época que eles trabalhavam com alugueis de DVD. Nesse caso, eles recomendavam títulos que fossem semelhantes a outros já alugados por cada assinante.

Outros recursos foram surgindo aos poucos. A capacidade de criar perfis diferentes, por exemplo, surgiu em 2005, enquanto o perfil dedicado apenas para o conteúdo infantil estreou na plataforma em 2010. Inclusive, foi em 2011, que algumas fabricantes de TVs começaram a adicionar um botão dedicado à Netflix em seus controles remotos.

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Em 2013 eles lançaram a opção de salvar títulos em uma lista para assistir mais tarde, o famoso Minha Lista. E em 2014 o grande destaque foi a chegada do suporte para transmissão de conteúdo na qualidade 4K Ultra HD.

A opção de fazer download para assistir aos títulos quando estiver sem internet foi adicionada em 2016. Em 2017 eles lançaram a opção para pular as aberturas das séries. Em 2018 chegou o recurso para controle parental com o código PIN e em 2020 eles passaram a exibir os títulos TOP 10, que facilita com que o assinante confira quais são os filmes e séries mais vistos em cada época.

A empresa continua ainda se expandindo e trazendo novidades, como é o caso dos jogos para dispositivos móveis, que foram lançados no ano passado, em 2021.

Maiores sucessos entre os conteúdos originais

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Um dos grandes destaques da Netflix atualmente e o que a destaca bastante de seus competidores no mercado de streaming que já se tornou acirrado é, sem dúvidas, o sucesso de muitas das suas produções originais. Tanto filmes como séries que fazem muito sucesso dentro da plataforma e são exclusivos de lá.

Isso começou aos poucos, em 2012, com a chegada de especiais de comédia stand-up produzidos pela plataforma. Em 2013 chegaram as primeira séries originais, como House of Cards e Orange is the New Black.

Já o primeiro filme original chegou em 2015, sendo eles Beasts of No Nation. A partir daí eles também começaram a lançar produções originais em outras línguas e até mesmo com opões de acessibilidades.

Em 2017 a empresa ganhou o seu primeiro Oscar, com o documentário Os Capacetes Brancos. Em 2018 ela foi líder em indicações no Emmy, com 23 vitórias para algumas de suas séries como GLOW, Godless e Queer Eye. Em 2019 foram mais 4 Oscars para a empresa graças a sua primeira animação originail, Klaus, além do filme Roma e do documentário Absorvendo o Tabu. Em 2020 ela bateu mais um recorde sendo o estúdio com mais indicações no Emmy e no Oscar!

Produções originais Netflix mais assistidas atualmente

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A própria plataforma divulga quais são as produções mais vistas de acordo com as horas produzidas durante os 28 primeiros dias de estreia. Confira a lista:

Séries

  • 10 – The Witcher 2ª temporada – 484.2 milhões de horas visualizadas
  • 9 – Ozark 4ª temporada – 491 milhões de horas visualizadas
  • 8 – 13 Reasons Why – 2ª temporada – 496.1 milhões de horas visualizadas
  • 7 – Inventando Anna – 511.9 milhões de horas visualizadas
  • 6 – The Witcher 1ª temporada – 541 milhões de horas visualizadas
  • 5 – Lucifer 5ª temporada – 569.4 milhões de horas visualizadas
  • 4 – Stranger Things 3 – 582.1 milhões de horas visualizadas
  • 3 – Bridgerton 1ª temporada – 625.4 milhões de horas visualizadas
  • 2 – Bridgerton 2ª temporada – 656.2 milhões de horas visualizadas
  • 1 – Stranger Things 4ª temporada – 1 bilhão e 352 milhões de horas visualizadas

Obs: as listas são apenas de produções em inglês, mas no site existe também a lista com produções em outras línguas contando com grandes sucessos como Round 6 que continua sendo o recorde da empresa com 1 bilhão e 650 milhões de visualizações em horas durante os 28 primeiros dias, além de La Casa de Papel que conta 3 temporadas no top 10, tendo a Parte 5 mais de 792 milhões de horas visualizadas, ou seja, passando Bridgerton.

Filmes

  • 10 – A barraca do beijo 2 – 209 milhões de horas visualizadas
  • 9 – O Irlandês – 214.5 milhões de horas visualizadas
  • 8 – Imperdoável – 214.7 milhões de horas visualizadas
  • 7 – Continência ao Amor – 220.6 milhões de horas visualizadas
  • 6 – Extração – 231.3 milhões de horas visualizadas
  • 5 – O Projeto Adam – 233.1 milhões de horas visualizadas
  • 4 – Agente Oculto – 253.8 milhões de horas visualizadas
  • 3 – Bird Box (Caixa de Pássaros) – 282 milhões de horas visualizadas
  • 2 – Não Olhe para Cima – 359.7 milhões de horas visualizadas
  • 1 – Alerta Vermelho – 364 milhões de horas visualizadas

O que esperar para o futuro?

Embora sempre líder, a Netflix experimentou no começo do ano uma queda bem significativa de assinantes, em um total que chegou a quase 1 milhão. Um dos motivos para isso é o aumento de ofertas de serviços de streaming variados e com preços mais em conta, e outro motivo foi o aumento nos preços dos seus planos em alguns países, incluindo o Brasil.

Porém, ela já tem uma carta na manga. A empresa pretende, ainda esse ano, lançar uma nova opção de assinatura, só que bem mais barata. Nesse caso, é a chamada assinatura com anúncios, já que em troca de pagar mais barato, o assinante terá que assistir alguns anúncios e propagandas durante a programação. Nos Estados Unidos, que é onde ela vai estrear primeiro, estima-se que a assinatura será a metade do valor cobrado no plano mais barato. Ainda não se sabe como acontecerá aqui no Brasil.

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