Tombo histórico: Netflix perde quase 1 milhão de assinantes

No primeiro trimestre de 2022 a Netflix divulgou uma queda de 200 mil assinantes, primeira retração de sua base em 10 anos. Agora temos os números referentes ao segundo trimestre.  Mais uma marca negativa e histórica. A empresa, que vem apostando no streaming de vídeo desde 2007, perdeu 970.000 assinantes, maior queda já registrada pelo serviço.

No entanto, o revés foi menos catastrófico do que as próprias previsões da Netflix apostavam, já que a empresa e seus acionistas se preparavam para perder 2 milhões de assinantes no segundo trimestre.

“Não é fácil falar de sucesso quando se perde um milhão” de clientes, reconheceu Reed Hastings, cofundador da Netflix. “Mas estamos bem preparados para o próximo ano”, acrescentou o executivo em teleconferência.

A receita da Netflix no período foi de US$ 7,97 bilhões, um pouco abaixo dos US$ 8,04 bilhões que os analistas esperavam Após a revelação da redução de assinantes, as ações da empresa subiram mais de 8% nas negociações eletrônicas na Bolsa de Valores de Nova York.  Mesmo com mais essa retração de sua base de usuários, a Netflix segue na liderança entre as plataformas de streaming, com 220,7 milhões. 

A Netflix vem se movimentando, mudando radicalmente a aplicabilidade do seu negócio. No início de 2023 veremos um plano mais barato com anúncios, e a empresa também já colocou em vigor uma cobrança adicional para quem compartilha a conta, medida em teste em alguns países. A expectativa da Netflix é atrair um milhão de novos assinantes no terceiro trimestre.

Outros bons números também foram destacados pela casa de Stranger Things. Lucro por ação de US$ 3,20, superando as expectativas de US$ 3,0. Já com o lucro líquido, foi registrado US$ 1,4 bilhão, aumento de 9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

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A Netflix também garante haver caixa suficiente par seguir investindo em filmes e séries.  Certas produções seguem entregando a repercussão e o engajamento que a plataforma precisa.

A quarta temporada de Stranger Things, com o primeiro volume lançado em maio e o segundo em julho, ultrapassou 1 bilhão de horas assistidas.

Porém, o momento não e favorável para a Netflix por inúmeros fatores. Como destaca Neil Saunders, diretor da GlobalData, a plataforma está passando por um efeito de correção, amplificado pela concorrência que tem saturado o mercado nos últimos anos.

Somado a isso, há a retração da base de assinantes, um contexto econômico desfavorável, que passa pela guerra na Ucrânia e até mesmo a inflação. Nunca foi tão difícil para a Netflix se manter no topo.