Um smartphone, por si só, já é um aparelho bem difícil de ser produzido. Os smartphones dobráveis, então, adicionam algumas dificuldades nessa fabricação, que tornam o processo ainda mais complicado. Engenheiros da Samsung falaram um pouco sobre o assunto e revelaram mais detalhes sobre essas dificuldades.
Entre as partes mais desafiadores estão garantir a integridade do aparelho para que eles durem muito tempo e resistência tanto às temperaturas mais altas quanto a impactos ou ação de agentes externos diversos.
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O tipo de alumínio é um fator importante nos smartphones dobráveis
Dois engenheiros da Samsung responsáveis pelo design mecânico dos smartphones dobráveis da empresa falaram um pouco sobre o assunto. Um deles é Jinhwan Jeong, que é engenheiro de materiais e especializado no projeto das novas ligas de alumínio usadas no processo de fabricação dos aparelhos.
O outro é Minsu Jung, que é engenheiro mecânico e responsável pelo projeto estrutural tanto o Galaxy Z Fold 3 quanto do Flip 3.
Segundo eles, o primeiro desafio no processo é escolher o material certo. Embora a maioria das empresas utilizem alumínio para compor a estrutura interna dos smartphones, existem vários tipos diferentes de alumínios a serem escolhidos.
Isso porque cada liga de alumínio conta com propriedades diferentes que no final podem impactar detalhes como a rigidez da estrutura do smartphone e também sua resistência na absorção de impactos ou de agentes externos, como os abrasivos.
Por isso, Jinhwan Leong explicou que sua equipe conseguiu desenvolver uma nova liga de alumínio para o uso nos smartphones dobráveis, o Armor Aluminium. Ela foi utilizada pela empresa em aparelhos como Galxy Z Fold 3 e Flip 3, além de também ser parte do Galaxy S22.
Como a nova liga é patenteada pela Samsung, não dá para saber ao certo sua composição exata, porém a empresa revela que ele é 10% mais forte do que o alumínio comum da maior qualidade possível (o alumínio da série 7000), além de ser também 10% mais rígida.
Isso é muito importante no caso dos aparelhos dobráveis principalmente porque é esse material que compõe a dobradiça, um elemento estrutural de muita importância nesses aparelhos. A nova liga de alumínio também está presente na estrutura interna e nas molduras dos smartphones dobráveis.
A empresa revelou que a nova liga também tem a capacidade de aumentar a integridade estrutural do aparelho, fazendo com que ele dure mais tempo, e também garante mais resistência conta impactos.
Outro ponto importante é que por ser mais rígida e resistente, é possível que ela seja trabalhada em espessuras mais finas, o que faz com que os aparelhos possam ser finos e leves e, ainda assim, contem com componentes eletrônicos importantes e com uma refrigeração adequada.
Atenção na resistência contra água
A resistência a respingos e pingos de água é um recurso que se tornou muito popular e bastante procurado pelo público, então acaba sendo um detalhe muito importante. No caso dos smartphones dobráveis, esse desafio é ainda maior do que em um modelo convencional.
Segundo Minsu Jung, o primeiro passo para esse processo é identificar os pontos dos smartphones dobráveis pelos quais a entrada de água é possível. O elemento mais vulnerável nesse caso é a dobradiça, que se torna um componente essencial para o funcionamento de um smartphone que dobra. Porém, é preciso pensar também em proteger outras áreas que são sensíveis à água.
Entre essas áreas estão o ponto onde a tela se encontra com os quadros, os conectores e também os botões físicos do aparelho. Para realizar essa vedação de forma eficiente eles utilizam uma fita adesiva que, obviamente, é a prova d’água.
É importante ficar de olho na força de adesão dessa fita, ou seja, evitar que ela possa amolecer ou se mover quando a água entrar em contato, além de conseguir ser fixada em toda a extensão da área. Se ela não tiver uma boa força de adesão, acabará se descolando.
A Samsung também utiliza um lubrificante resistente à água, já que ele é fundamental para minimizar o atrito entre as partes móveis do aparelho. Então além de cumprir seu papel, o lubrificante ainda serve como uma proteção a mais.
Ainda há mais um desafio. A dobradiça, que é tão importante para esse tipo de dispositivo, acaba ficando escondida no gabinete do terminal quando o aparelho é aberto, e para isso é preciso que ela “entre” em um pequeno orifício na superfície do celular. Nesse caso é mais um buraco por onde a água poderia penetrar, e a solução deles é bem interessante.
Eles instalaram dentro da dobradiça pequenas escovas que conseguem impedir que a água penetre no orifício. Essas escovas são feitas com fibras de nylon, que contam com filamentos elásticos e bastante fortes e resistentes.
Dessa forma, os aparelhos contam com a certificação IPX8, que os torna resistentes a uma submersão em água doce a até 1,5 metros por no máximo 30 minutos. Infelizmente eles ainda não contam com resistência à poeira.
Prova final dos smartphones dobráveis: limite de aberturas
Um smartphone dobrável será aberto e fechado milhares de vezes durante sua vida útil, isso é um fato. Por isso, é importante que isso possa acontecer realmente sem causar danos ao aparelho. A Samsung afirma que que o Galaxy Z Fold 3 e o Flip 3 conseguem suportar mais de 200.000 aberturas. Com esse limite, é possível abrir e fechar o celular 100 vezes todos os dias por 5 anos.
Isso é importante porque os usuários que compram esse tipo de smartphone pagam caro e querem um produto que vá durar um bom tempo, que tenha uma boa longevidade. Os engenheiros da Samsung reforçaram que os testes são feitos de diversas formas e que garantem essa segurança para os usuários.
“Os usuários esperam que um celular dobrável dure tanto quanto um smartphone convencional. E as marcas conhecem nossas expectativas”.
Fonte: xataka
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