Microsoft suspende inteligência artificial que reconhece emoções

Microsoft suspende inteligência artificial que reconhece emoções

A Microsoft anunciou que irá interromper as vendas de um serviço de inteligência artificial capaz reconhecer as emoções humanas e prever a idade e gênero de um determinado indivíduo.

Ontem (21), em uma publicação no seu site oficial, a Microsoft afirmou que receios em relação aos parâmetros éticos da tecnologia são os motivos por trás da decisão.

Azure Face é o nome do serviço de inteligência artificial da Microsoft, usado por empresas como o Uber para verificar, por exemplo, a identidade do motorista. No entanto, motoristas do aplicativo de viagens do Reino Unido exigiram a remoção do recurso após falhas em reconhecer motoristas legítimos.

A Microsoft reconheceu essas falhas, ressaltando que os recursos da inteligência artificial também abrem precedentes para uma grande margem de “erros”, que incluem a discriminação, o estereotipo de pessoas, ou a recusa injusta de serviços, como no caso do Uber.

“Para reduzir esses riscos, optamos por não continuar o suporte ao sistema de propósito geral da API do Azure Face que se propõe a deduzir emoção, gênero, idade, sorriso, barba, cabelo e maquiagem”, escreveu Sarah Bird, gerente de produtos da Microsoft Azure.

A Microsoft lançou a inteligência artificial como parte do projectoxford em 2015.

Desse modo, de acordo com Bird, a detecção de emoções, bem como dos outros atributos, não estará disponível para novos clientes a partir de agora. Além disso, os clientes anteriores terão que descontinuar o uso desses recursos até 30 de junho de 2023.

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A inteligência artificial da Microsoft, ao conseguir reconhecer emoções, já havia sido criticada anteriormente por especialistas. O argumento é que, além das expressões faciais diferirem entre etnias distintas, não há embasamento científico em igualar demonstrações externas de emoções com as sensações internas.

A própria Microsoft concorda com esse argumento, conforme outra publicação no site oficial da empresa sobre a criação de parâmetros responsáveis para o desenvolvimento de inteligência artificial. 

“Especialistas externos e da Microsoft já haviam destacado a falta de consenso científico na definição de ‘emoções’, além dos desafios na forma como as deduções por inteligência artificial são generalizadas através de regiões e populações”, escreveu a chefe da divisão de inteligência artificial da Microsoft, Natasha Crampton.

Sistema de eficácia em reconhecimento facial da API do Azure Face.

Enfim, a empresa encerrou as vendas do Azure Face, mas, pelo visto, não encerrou a inteligência artificial definitivamente. A companhia anunciou que utilizará a inteligência artificial que reconhece emoções em um dos seus produtos.

Esse produto é o Seeing AI, um aplicativo para pessoas com deficiências visuais que utilizará os recursos da polêmica inteligência artificial da Microsoft.

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