Insustentável: Presidente da Claro diz que preço da banda larga no Brasil é baixo

Durante sua participação no fórum da Telebrasil, o Presidente do Grupo Claro Brasil, José Felix, fez um alerta em relação ao modelo atual de precificação do mercado de banda larga no Brasil. No panorama atual, o executivo classifica como um “mar de sangue”.

“Os preços que estão sendo praticados na banda larga… é um mar de sangue (…) Ofertas inacreditáveis que a gente sabe que não tem retorno financeiro. Amanhã ou depois, com certeza, isso vai ter reflexo no mercado, vamos começar a ter surpresas novamente no mercado com falta de sustentabilidade de algumas operações”.

Felix não entrou no mérito de valores ou planos específicos. A fala parece considerar a insustentabilidade como um todo em relação aos valores cobrados. Nos últimos anos, com a ascensão da fibra, temos um panorama de preços bem mais interessantes para uma faixa massiva de consumidores, tendo em consideração a relação velocidade x preço, quando comparado a época de planos baseados em tecnologias como ADSL e Rádio.

A consolidação da banda larga fixa por fibra também tem contribuído diretamente para que o Brasil registre valores mais altos em relação à média de velocidade.

Segundo os os dados mais recentes da  Ookla, empresa de análise de redes que desenvolveu o serviço Speedtest, que calcula a velocidade da internet do usuário,  a média de velocidade da banda larga fixa no Brasil é de 92.75 Mbps (há pouco mais de um ano era 57.81 Mbps).

Por outro lado, o Brasil ainda está longe de ser uma referência positiva em relação ao custo de internet. Um estudo divulgado pelo CupomValido mostra que o Brasil figura  na 78ª posição entre 110 países pesquisados de um ranking que mostra a quantidade de horas de trabalho necessária para adquirir o plano mais barato de internet em cada país.

São necessários 411 minutos (6 horas e 51 minutos) de trabalho mensal para o brasileiro custear o plano de internet mais barato do país.

Banda larga: mais de 60% das reclamações são sobre cobrança e qualidade do serviço

O Brasil também encabeça a lista dos países que mais cobram imposto sobre o serviço da banda larga fixa.

De acordo com dados da Anatel Agência Nacional de Telecomunicações) com base nos dados coletados pela União Internacional de Telecomunicações (UTI), através do Relatório de nível de carga tributária e custo de cestas de serviços de 2021, a carga tributária média de telecomunicações para o consumidor brasileiro é de 43,6%.