Telegram é usado como mercado ilegal e paralelo para venda de certificados de vacina da COVID-19

Telegram é usado como mercado ilegal e paralelo para venda de certificados de vacina da COVID-19

O aplicativo de mensagens Telegram está se mostrando um verdadeiro mercado paralelo para quem deseja vender coisas ilegais. A descoberta da vez dá conta de que em vários grupos privados estão sendo vendidas aplicações falsas da vacina contra COVID-19. E o pior: as aplicações são registradas na plataforma do Ministério da Saúde, o ConecteSUS. As informações foram apuradas pelo jornal Metrópoles.

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Como funciona este esquema?

O que chama a atenção neste esquema ilegal é que ele não se trata apenas da venda de certificados falsos da vacina. Os vendedores realmente registram as doses falsas no ConecteSUS, o que revela que pessoas do próprio sistema de saúde estão participando do esquema. Dessa maneira, o comprador, além de não tomar a dose do imunizante, ainda consegue baixar o certificado de vacinação em PDF do site do governo.

Para o esquema dar certo é necessário que o vendedor trabalhe ou em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Daí o comprador informa o Cadastro Nacional de Informações Sociais e a dose é registrada no banco de dados do ConecteSUS. Por fim, a ampola que seria usada na vacinação é descartada no lixo.

O Ministério da Saúde disse não ter conhecimento sobre a existência desse esquema. Entretanto, o jornal Metrópoles ouviu uma fonte interna do Ministério da Saúde que confirmou que é possível cadastrar as doses no sistema sem que haja a aplicação de fato. Mas, para isso, é necessário que algum funcionário da UBS ou UPA esteja participando do esquema.

Valores cobrados chegam a R$ 500 por dose

O valor dos certificados de vacina com as “doses fantasmas” pode chegar até R$ 500. Mas depende da quantidade de doses e da idade do comprador. Uma única dose custa R$ 300 para adultos e R$ 400 para menores de idade. Mas se você for tomar duas doses o preço sai mais em conta, R$ 400 para adultos e R$ 500 para menores de idade. As doses de reforço, por sua vez, custam R$ 500.

É curioso que os vendedores deixam até que você escolha a fabricante do imunizante, que eles chamam de “veneno”. Apesar desse esquema ser realmente possível, não sabemos se os vendedores cumprem o prometido ou se tudo não passa de um golpe. Melhor seria se fosse um golpe, assim o comprador trocaria a aplicação de uma vacina legítima pela aplicação de um golpe. Nada mais justo.

Os certificados em PDF também são vendidos

Mas o esquema ainda vai mais além. Ou seja, eles não comercializam apenas as aplicações falsas das vacinas contra COVID-19. Eles também vendem certificados falsos em PDF e que são reconhecidos pelo ConecteSUS. Os documentos possuem até mesmo QR Code e código de segurança válidos e reconhecidos pelo aplicativo do Ministério da Saúde.

Entretanto, faz tempo que essa falha existe no aplicativo do ConecteSUS. Pelo menos desde janeiro sabe-se que o aplicativo do Ministério da Saúde aceita qualquer QR Code, até mesmo chaves Pix! O Ministério da Saúde disse que corrigiu essa falha no dia 25 de janeiro em dispositivos Android e no dia 26 de janeiro nos iPhones (iOS).

Fonte: Metrópoles

Sobre o Autor

Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
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