Pix – Tudo o que você precisa saber

Pix – Tudo o que você precisa saber

O novo sistema de pagamentos Pix foi anunciado pelo Banco Central em fevereiro de 2020, prometendo uma revolução na forma como enviamos e recebemos dinheiro em nossas contas bancárias. O Pix começou a ser usado, inicialmente em caráter de teste, em outubro de 2020, sendo liberado para todos os brasileiros cadastrados no dia 16 de novembro de 2020.

É bem provável que durante esse período você tenha recebido inúmeras notificações do aplicativo do seu banco pedindo para você cadastrar as chaves Pix e começar a usar a nova forma de pagamentos. Inclusive, alguns bancos sortearam prêmios para quem se cadastrasse nos primeiros dias.

Neste artigo você confere um verdadeiro guia sobre o Pix! Iremos explicar o que é este novo sistema de pagamentos, quais as vantagens, como ele funciona e ainda tiramos as dúvidas mais comuns que os usuários têm a respeito do serviço. Esperamos que goste do artigo.

O que é o Pix?

Como explicamos na introdução do artigo, o Pix é um novo sistema de pagamentos desenvolvido pelo Banco Central e que chega como alternativa ao TED, DOC e boletos bancários.

Ao usar boletos bancários ou o método de transferência DOC (Documento de Crédito), o dinheiro só cai na conta do destinatário no próximo dia útil. Ou seja, se você fizer o pagamento ou a transferência em uma quinta-feira, o dinheiro só estará disponível na sexta-feira. Mas, se fizer o pagamento na sexta o valor só é compensado na segunda-feira, que é o dia útil mais próximo.

Com o TED (Transferência Eletrônica Disponível) a coisa melhora um pouco, já que o dinheiro cai no mesmo dia, em questão de minutos. Mas ainda assim não é possível usar o TED em finais de semana ou feriados.

Com o Pix tudo isso muda. Você pode pagar contas, fazer transferências e até mesmo pagar impostos e taxas em qualquer dia ou horário. Segundo o Banco Central, o dinheiro já estará disponível na conta do destinatário em, no máximo, 10 segundos! Outra vantagem é que para pessoas físicas o Pix será gratuito. Então chega de pagar taxas apenas por transferir dinheiro para uma conta de um banco diferente do seu.

Anatomia do Pix

O sistema de pagamentos Pix possui 7 características principais, que são:

    1. Total disponibilidade: é possível fazer pagamentos com o Pix 24 horas por dia e 7 dias por semana, incluindo feriados;
    2. Rapidez: o dinheiro estará na sua conta em até 10 segundos;
    3. Fácil de usar: qualquer pessoa consegue aprender a usar o Pix em poucos minutos, o sistema de pagamentos é extremamente simples;
    4. Seguro: todo pagamento feito com o Pix é baseado na Rede do Sistema Financeiro nacional (RSFN) que, por sua vez, usa as mais recentes e seguras tecnologias de segurança digital;
    5. Multiplataforma: o Pix poderá ser usada não apenas por bancos, mas também por fintechs (bancos digitais), financeiras e outras instituições;
    6. Multiuso: com o Pix você pode fazer transferências para pessoas físicas, para empresas, pagar compras em estabelecimentos comerciais físicos e virtuais, pagar impostos, etc;
    7. Informações importantes anexadas: junto com a ordem de pagamento do Pix irá também as informações sobre quem está pagando e quem está recebendo o dinheiro.

Chaves Pix

No novo sistema de pagamentos Pix as “chaves” são peças fundamentais. Sem elas você não consegue nem receber e nem fazer pagamentos. Atualmente, quais informações você precisa para fazer uma transferência via TED ou DOC? São elas:

  • Código do banco;
  • Número da agência;
  • Número da conta;
  • Nome completo do destinatário;
  • CPF ou CNPJ.

Com o sistema de pagamentos Pix esses 5 dados se resumiram em apenas 1: a chave Pix. Essa chave é como se fosse um “apelido” para a sua conta. Como analogia podemos imaginar que é o @ de nossa conta bancária. Ou, para os mais nerds, o nome de domínio de um endereço IP.

Cada pessoa pode ter até 4 chaves Pix, que são vinculadas a uma dessas 4 informações:

  • CPF;
  • Número de telefone;
  • E-mail;
  • Combinação numérica aleatória (Chave aleatória).

Cada uma dessas chaves só podem ser cadastradas em um banco. Ou seja, você pode cadastrar as 4 chaves em um único banco ou, se preferir, cadastrar cada uma em um banco diferente.

Uma vez que você cadastrou uma chave Pix em um banco ou instituição financeira, ela não pode ser usada por outro banco. Mas não se preocupe, é possível fazer a portabilidade de chave Pix para outro banco.

Como eu faço para pagar e receber dinheiro com o Pix?

É muito simples! Muito simples mesmo! Como já explicamos, você pode usar o Pix em lojas físicas, em lojas online, para fazer transferências para outras pessoas e assim por diante.

Se você quiser receber o dinheiro, basta informar uma das suas chaves Pix. Pode ser o CPF, o número de telefone, endereço de e-mail ou chave aleatória. Daí a pessoa que vai pagar apenas preenche o campo específico com a sua chave Pix. Quem usa o PayPal já sabe como é. Para fazer pagamentos por lá basta inserir o endereço de e-mail do destinatário. 

Outra opção é usar o QR Code. Existem dois tipos: o estático e o dinâmico. Veja as diferenças de cada um:

  • QR Code estático: pode ser usado em várias transações, sendo possível estabelecer um preço fixo ou não (é ótimo para ser usado em estabelecimentos comerciais);
  • QR Code dinâmico: o código muda a cada nova transação, sendo mais recomendado para transações entre pessoas físicas.

Daí, apenas apontar a câmera do celular para o QR Code e proceder com o pagamento pelo Pix. No futuro, será possível também fazer pagamentos por NFC. Ou seja, basta aproximar o celular para efetuar o pagamento. É mais prático, rápido e cômodo que o QR Code normal.

Fazendo portabilidade ou excluindo chaves Pix

Como explicamos no tópico “Chaves Pix”, cada chave é única e só pode ser cadastrada em uma única instituição financeira. Por exemplo, digamos que você cadastrou o seu CPF como chave Pix no Banco do Brasil. Você não pode usar o CPF para receber dinheiro na Caixa Econômica, apenas no Banco do Brasil.

Por isso que existe a portabilidade de chaves Pix. Caso você queira encerrar uma conta em um banco ou simplesmente deixar de receber dinheiro por lá, você pode solicitar a transferência da chave Pix para outra instituição financeira. Para isso é necessário comprovar que você é o dono do documento (CPF, telefone ou endereço de e-mail).

Além disso, você pode também reivindicar uma chave Pix. Se, por engano ou má-fé, alguém cadastrar uma chave PIX com seu e-mail, CPF ou telefone, você pode solicitar a reivindicação da chave. Daí, aquela pessoa que cadastrou tem 7 dias para comprovar que é realmente o dono da chave (ou do documento vinculado).

Fazendo a portabilidade de Chaves Pix

A grande vantagem do novo sistema de pagamentos Pix é a sua facilidade de uso. Portanto, fazer a portabilidade de uma chave Pix é tão fácil quanto cadastrá-la. Basta seguir o passo a passo abaixo:

Passo 1. Abra o aplicativo do banco ou fintech ao qual você quer transferir a chave Pix;
Passo 2. Toque na opção de cadastrar uma nova chave;
Passo 3. Escolha a chave Pix que você deseja trazer e preencha o formulário com as informações solicitadas;
Passo 4. Agora abra o aplicativo do outro banco e toque na opção de portabilidade que aparecerá na tela;
Passo 5. Agora é só confirmar a portabilidade.

Prontinho! Viu só como é fácil? No entanto, o processo de portabilidade das chaves Pix não é imediato. Ele demora mais ou menos 7 dias para ser confirmado pelo Banco Central. É válido também mencionar que não existe prazo para você fazer uma nova portabilidade, se assim desejar.

Excluindo uma chave Pix

Também é possível excluir uma chave Pix do banco. Quando você faz isso, o Banco Central também exclui o registro dela do Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT). Esse diretório é um banco de dados do Banco Central e que é vinculado às instituições financeiras.

Apagar uma chave Pix também é muito simples. Veja o passo a passo:

Passo 1. Abra o aplicativo do banco ou fintech de onde você deseja excluir a chave Pix;
Passo 2. Vá até a opção Pix e depois procure pela opção de “exibir a lista de chaves” ou “gerenciar chaves” (essa opção, normalmente, fica bem visível);
Passo 3. Na tela de exibição de chaves, toque na chave que você deseja excluir para mostrar as opções;
Passo 4. Por fim, escolha a opção “Excluir”. Em alguns bancos para apagar a chave basta arrastá-la para o lado que você verá o botão de uma lixeira.

Eu testei o procedimento em 4 aplicativos de bancos e fintechs (Inter, Nubank, Bradesco e Itaú). E em todos o caminho é mais ou menos o mesmo, apenas com uma ou outra mudança mais sutil.

O Pix é realmente seguro?

Sim. O sistema financeiro brasileiro é um dos mais seguros do mundo, com protocolos de segurança e tecnologias que garantem a confiabilidade da transação. Esses mesmos protocolos já são usados com as transferências feitas via TED e DOC, que todo mundo já usa e confia.

Porém, com o novo sistema de pagamentos Pix, os bancos tiveram que se adequar e implementar novas tecnologias de segurança, tais como assinaturas e certificados digitais, criptografia de ponta a ponta e autenticação em duas etapas. Portanto, do ponto de vista tecnológico, o Pix é sim bastante seguro. O problema são as pessoas…

Como aumentar a segurança do Pix

O sistema de pagamentos Pix pode até ser seguro, mas as pessoas que o usam estão sujeitas a erros, seja por ingenuidade ou desconhecimento técnico mesmo. Por exemplo, só para você ter uma ideia, no dia que o Banco Central liberou o cadastramento de chaves Pix nas instituições financeiras, já havia mais de 30 sites fraudulentos com relação ao Pix. Ou seja, os golpistas não perdem tempo.

Outra tática usada por golpistas são os e-mails de phishing. Essa tática já é usada há décadas, mas ainda continua eficiente, especialmente com pessoas que não têm tanta instrução tecnológica.

Funciona assim: o golpista envia um e-mail em nome de um banco conhecido. Todo o corpo do e-mail é bem parecido com o original, as cores, a logo, absolutamente tudo. E dentro desse e-mail há um link para o cadastramento das chaves Pix. Só que este link vai cair em uma página que não é do banco e sim do golpista. E nessa página você é induzido a inserir seus dados bancários e pessoais, como número de agência e conta, CPF, nome completo e assim por diante.

Por isso preparamos algumas dicas simples que você pode seguir para evitar cair em golpes de qualquer natureza. Veja só:

01. Desconfie de qualquer link enviado por e-mail, SMS ou WhatsApp

Entenda que não é costume dos bancos enviarem e-mails, mensagens de texto (SMS) ou mensagens de WhatsApp para seus correntistas pedindo dados pessoais e bancários, como senhas, número de documentos, número de conta e coisas relacionadas.

Portanto, sempre desconfie de links enviados por esses canais de comunicação. Se estiver em dúvida, não clique e fale com algum parente ou conhecida que entenda mais de tecnologia do que você. De qualquer maneira, segue algumas dicas para você se certificar se algum link é fraudulento ou não:

  • Verifique o remetente do e-mail: um golpista não pode ter o mesmo endereço de e-mail do banco, portanto, veja mensagens de e-mails antigas do banco e compare se o endereço bate;
  • Analise a URL do site ao qual o link levou: o golpista também não pode registrar o mesmo domínio do banco, mas ele pode registrar um parecido. Por isso analise com cuidado a URL para ver se há alguma diferença com a URL do banco;
  • Desconfie de ligações: em golpes mais elaborados o golpista pode até ligar para você e se passar por um atendente do banco. Desconfie dessas ligações, já que você não tem como confirmar quem está do outro lado;
  • Não baixe nada do site: se você ainda está em dúvida quanto à veracidade do site, não baixe nenhum arquivo de lá, pois pode ser um vírus que facilitará o trabalho do hacker em conseguir seus dados pessoais.

02. Faça o cadastramento da chave Pix direto no aplicativo do banco

Outra dica para evitar cair em qualquer golpe de phishing, é você fazer o cadastramento das chaves Pix diretamente pelo aplicativo do banco, sem recorrer a nenhum link enviado por e-mail ou WhatsApp.

Todos os aplicativos de bancos estão dando um grande destaque para o Pix. Assim, é só entrar no aplicativo que você logo verá, na tela inicial, onde e como cadastrar as suas chaves Pix. Portanto, esqueça qualquer tipo de link que lhe enviarem sobre esse assunto.

03. Não informe quais as suas chaves e nem os bancos que você usa

Como explicamos nos tópicos anteriores, cada chave Pix só pode ser usada em um único banco. E, em geral, é muito fácil alguém descobrir qual é a sua chave Pix, já que elas são apenas o seu CPF, número de telefone e endereço de e-mail.

No entanto, evite falar para todo mundo quais chaves Pix você usa e em quais bancos elas estão vinculadas. Um golpista experiente e com conhecimento técnico, ao saber o banco em que a sua chave Pix está cadastrado, pode elaborar um plano para conseguir fazer a portabilidade, por exemplo.

Antes, ao fazer uma transferência para um banco diferente do seu, você pagava uma taxa. Então fazia sentido perguntar qual é o banco. Mas como o Pix é gratuito para pessoas físicas, não faz o menor sentido ficar falando qual o seu banco e chaves Pix para outras pessoas. Manter o sigilo da chave Pix e do banco é fundamental para minimizar os riscos de ser vítima de um golpe.

04. Cuidado com o SIM Swap

SIM Swap é um golpe muito usado para “clonar números de WhatsApp”. Na prática, o golpista compra um chip virgem, consegue os dados da vítima (através de phishing) e liga para a operadora fingindo ser a vítima e pedindo a ativação do novo chip mas com o mesmo número.

Como uma das chaves Pix é justamente o seu número de telefone, pode ser que os golpistas tentem fazer um SIM Swap para usar o Pix em seu lugar. Felizmente, há algumas medidas que você pode adotar para se proteger desse tipo de golpe. São elas:

  • Não usar a verificação em duas etapas por SMS;
  • Ativar a verificação em duas etapas no seu WhatsApp;
  • Ativar os códigos PIN e PUK do chip SIM;
  • Ficar atento a qualquer e-mail ou mensagem SMS suspeita.

Temos certeza de que se você seguir essas dicas, dificilmente cairá em algum golpe envolvendo o Pix. Informação é o poder!

O Pix vai extinguir o dinheiro em papel?

Quando falamos em Pix o posicionamos como uma opção melhor e mais eficiente aos meios de transação anteriores (TED, DOC e boletos). Muitos falam que o Pix vai acabar com essas modalidades de transferência. Mas alguns ainda vão mais longe ao afirmar que o próprio papel moeda cairá em desuso. Será?

Na minha humilde opinião, eu acho que não. Basta pensar no cheque. Pra quê método de pagamento mais antiquado, trabalhoso e vulnerável que o cheque? Mesmo assim, até hoje ainda existem pessoas que usam o cheque. Por quê com o dinheiro será diferente?

De fato, até seria uma boa se o dinheiro em papel fosse extinto. Para você ter uma ideia, o Banco Central gastou cerca de R$ 114 milhões somente para produzir as células de R$ 100 e R$ 200 em circulação. Fora que o transporte, armazenamento e segurança das cédulas resultou em um gasto de R$ 90 bilhões para a entidade. Ou seja, dinheiro custa dinheiro. 

Porém, realmente a tendência é que nos próximos anos a circulação de papel-moeda diminua bastante. Essa já é uma tendência dada a popularização de cartões de crédito, carteiras digitais e meios de pagamento mais fáceis, como o Google, Samsung e Apple Pay. Entretanto, a extinção do papel-moeda não está tão próxima. E eis alguns motivos para isso.

Informalidade

No final de 2019 o Brasil havia batido o recorde de trabalhadores informais, ou seja, pessoas que trabalham por conta própria e sem nenhum tipo de garantia do governo ou trabalhista. Na ocasião eram 24,4 milhões de pessoas em todo o país.

Trabalhadores informais tendem a ter uma renda um pouco mais baixa e uma movimentação bancária irregular. Com isso eles preferem usar o dinheiro em espécie, pois recebem de um lado, por conta de seus serviços, e logo em seguida já precisam gastar para pagar as próprias contas ou consumir algo.

Desbancarizados

Os desbancarizados são aquelas pessoas que não têm conta corrente aberta em nenhuma instituição financeira. Segundo pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva no ano passado, mais de 45 milhões de brasileiros são desbancarizados. É como se um país do tamanho da Argentina não tivesse conta em banco!

Os motivos para isso são variados, mas passam principalmente pela baixa escolaridade. 58% dessas pessoas possuem, no máximo, apenas o nível fundamental completo. Mas uma boa parte não tem qualquer tipo de escolaridade.

E isso faz com que eles não consigam trabalho ou ganhem muito pouco. O dinheiro que entra é tão pouco que mal dá para a subsistência dessas pessoas. Por isso é ilusório achar que essa multidão vai parar de usar o dinheiro de papel e adotar o Pix.

Questão cultural

Além dos trabalhadores informais e das pessoas sem conta em banco, o fator cultural também pesa bastante, especialmente entre os mais velhos. Eu, sinceramente, acho difícil ver as pessoas mais velhas e mais desconfiadas com a internet adotando esses meios de pagamentos modernos. Para eles é dinheiro pra lá e mercadoria pra cá.

Mas será que o Pix vai vingar?

Sem sombra de dúvidas! O sistema de pagamentos Pix foi feito para evoluir o sistema financeiro brasileiro. Por isso se espera que ele seja usado por uma boa parte da população. E acredito que o Pix possui as características necessárias para ser adotado por centenas de milhões de pessoas. 

Como já explicamos, o Pix poderá ser usado em qualquer dia e horário, a transação é concluída em até 10 segundos, ele pode ser usado para fazer transferências bem como pagamentos de contas ou compras na farmácia ou supermercado. A gratuidade do Pix para pessoas físicas é outro fator que joga a favor deste novo sistema de pagamentos.

Facilidade de uso

Mas nada disso importaria se o Pix não fosse fácil de usar. As chaves são uma maneira extremamente simples e prática de se fazer e receber pagamentos. Elas dispensam a necessidade de se saber uma série de informações tais como nome completo do destinatário, CPF, número da conta, etc.

É justamente por isso que os bancos e demais instituições financeiras estão desesperados pedindo para você cadastrar a chave Pix na conta deles. Pois eles sabem que as contas que não tiverem chave Pix serão “abandonadas”. Alguns bancos até fizeram promoções e sorteios entre quem cadastrasse a chave.

Ampla presença em instituições financeiras

Outro fator que contribui, em minha opinião, para o sucesso do Pix é que ele está presente em muitas instituições financeiras e não apenas nos grandes bancos. O Pix poderá ser usado por bancos digitais (fintechs), seguradoras, cooperativas de crédito, varejistas, dentre outros.

O Pix terá participantes diretos e indiretos. Para ser um participante direto a instituição financeira precisa ter, no mínimo, 500 mil clientes. Ela terá acesso ao Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), que é justamente onde acontecem as transações comerciais.

As instituições com menos de 500 mil clientes entram no grupo de participantes indiretos. Para conseguirem trabalhar com o Pix os participantes indiretos precisam contratar um participante direto para intermediar as transações. Isso garante ao Banco Central a inclusão de um grande número de entidades financeiras ao mesmo tempo que garante a segurança do SPI.

QR Code será mais atrativo para lojistas

Outro fator que pode fazer o Pix vingar é o QR Code. Espera-se que o pagamento via Pix por QR Code se torne mais popular que o pagamento por cartão de crédito ou débito. é mais fácil só apontar a câmera do celular ao invés de tirar o cartão da carteira e digitar a senha.

E para os lojistas isso é uma mão na roda! Imagine os gastos que os lojistas e pequenos comerciantes têm para aceitar cartão de crédito. Primeiro, precisam bancar a maquininha de cartão, depois tem as taxas da bandeira, os processadores de pagamento, dentre outros. Com o Pix todos esses custos podem ser evitados.

Sem falar que para antecipar o recebimento dos pagamentos feitos com cartão de crédito o lojista paga uma taxa bem alta. Já com o Pix o dinheiro estará na conta em apenas 10 segundos, sem nenhum tipo de desconto ou espera. Muito mais prático. É bem provável que os lojistas passem a oferecer descontos para quem pagar com o Pix.

FAQ – Dúvidas Frequentes Sobre o Pix

Abaixo vamos esclarecer outras dúvidas recorrentes sobre o Pix que não foram explanadas nos parágrafos acima.

Onde posso baixar o aplicativo do Pix?

O Pix não é um aplicativo. Ele é um sistema de pagamentos que será implementado nos aplicativos de bancos e fintechs.

O Pix é gratuito?

Sim. E não. Para pessoas físicas e MEI (Microempreendedor Individual) o Pix não terá nenhum custo. Entretanto, a pessoa física poderá ser cobrada se optar por receber dinheiro via QR Code dinâmico ou se ela fizer mais de 30 transações mensais por conta.

Já empresas, ou seja, pessoas jurídicas, poderão ser cobradas. Mas a cobrança é definida pelo banco ou fintech. Então, pode ser que o banco decida não cobrar pela transação feita pela pessoa jurídica.

É obrigado ter conta em banco?

De forma nenhuma! Você pode usar as chamadas carteiras digitais, como PicPay e Mercado Pago, para cadastrar as suas chaves Pix.

Que tipo de pagamentos eu posso fazer?

Praticamente tudo. Você poderá fazer transferências para outras pessoas ou empresas, pagar por produtos ou serviços, pagar contas de água e luz, pagar impostos e taxas, enfim… Desde que o recebedor aceite o Pix você poderá pagar.

É possível estornar um pagamento feito via Pix?

Não. Portanto, é bom conferir com muita atenção os dados da pessoa para quem você vai enviar o dinheiro. Se, por uma desatenção, você enviar o dinheiro para a pessoa errada, não tem como voltar atrás. O máximo que dá é você tentar entrar em contato com a pessoa e pedir a devolução do dinheiro.

Quantas chaves posso ter no máximo?

Pessoas físicas podem ter 5 chaves Pix cadastradas em uma única conta. Já empresas podem ter até 20 chaves.

O que acontece se eu mudar ou perder meu e-mail e número de telefone?

Nesse caso você precisa cadastrar novas chaves com o endereço de e-mail novo e número de telefone novo. Em seguida você exclui as chaves antigas, como já explicamos aqui.

O que é a chave aleatória?

A chave aleatória, também chamada de EVP (Endereço Virtual de Pagamento), é um conjunto de letras, números e símbolos que corresponde à sua conta bancária. A EVP é uma alternativa ao cadastramento de e-mail, CPF ou telefone. O conjunto de caracteres é gerado pelo próprio Banco Central.

Existem alguma diferença em usar a chave EVP?

Não. ela funciona do mesmo jeito que as demais chaves. Mas você precisa memorizar a sequência de letras, números e símbolos, o que não é nada fácil.

TED e DOC deixarão de existir?

Não. Eles vão continuar à disposição para serem usados. A pergunta é: Por quê você vai preferir fazer um TED ou DOC?

É possível fazer saques?

Ainda não. Mas o Banco Central disse que em 2021 será possível fazer saques em qualquer lugar que aceite o Pix. Por exemplo, imagine que você chegue em uma loja e peça para fazer um saque. O atendente gera um código QR, você paga e daí já pode sacar o dinheiro imediatamente.

Tenho conta conjunta, posso usar o Pix?

Somente o titular da conta pode usar e movimentar o Pix.

Conclusão

Como pudemos aprender ao longo do artigo, o Pix realmente veio para revolucionar a forma como lidamos com o dinheiro no Brasil. Agora será muito mais fácil e rápida fazer pagamentos e receber dinheiro.

Trata-se de um sistema seguro, fácil de usar e que é aceito em inúmeras instituições financeiras. Pode ser que ele não elimine por completo a circulação do dinheiro de papel, mas com certeza vai diminuir bastante o seu uso. Agora que você já sabe exatamente como funciona o Pix, cadastre as suas chaves, tome os devidos cuidados e vamos usar o Pix!

Sobre o Autor

Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
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