Netflix começa a testar cobrança de taxa para quem compartilha conta

Netflix começa a testar cobrança de taxa para quem compartilha conta

Não é de hoje que a discussão sobre o compartilhamento de senha de uma conta de streaming esta em discussão, principalmente na plataforma que lidera este mercado quando falamos de vídeo sob demanda.

E o tema parece estar avançando para um desfecho há algum tempo parece ser o que todo mundo já esperava. A Netflix começou a realizar um teste que envolve uma cobrança extra para aqueles que compartilham a conta com pessoas que não moram na mesma casa.

Essa não é a primeira vez que a Netflix realiza testes em cima de alguma possibilidade, até então, padrão e popular entre o próprio marketing da plataforma. Um exemplo importante foi em relação ao período de gratuidade de 30 dias para novos assinantes.

Por anos esse foi um grande chamariz de novas contas na plataforma. Entretanto, a partir de 2019, a empresa começou a rever essa política, com base num teste em alguns países. Medida que hoje é um padrão na plataforma. O acesso a Netflix de maneira gratuita com um novo cadastro acabou.

Netflix

Para essa fase inicial do teste do encerramento do compartilhamento de contas sem nenhum tipo de filtro, a Netflix escolheu os seguintes países: Chile, Peru e Costa Rica. Por enquanto não há previsão para a inclusão de novos países nessa nova política.

Essa taxa extra é de 30% do valor do plano mais básico da Netflix, que no Brasil custa R$ 25,90. Com base nessa perspectiva, o valor da taxa extra no Brasil seria de R$ 7,77. O teste está valendo apenas para o plano padrão e premium, o intermediário e o mais completo da Netflix, respectivamente.

Há alguns anos a Netflix comentou sobre o impacto do compartilhamento de contas. Em 2019, citando especificamente o mercado americano, dos 58.49 milhões de assinantes na época, cerca de 16,38 milhões compartilhavam sua senha com outra pessoa. Com essa prática, de acordo com os dados da época, a Netflix deixava de aturar US$ 147 milhões por mês, quase US$ 1.8 bilhão ao ano, somente no mercado americano. Uma pesquisa de 2020 mencionou, com base numa amostragem de 2.235 assinantes, que um terço compartilha sua senha com alguém fora da casa.

Você também deve ler!

Governo quer implementar imposto para serviços de streaming como Netflix, HBO Max e outros

OPINIÃO: concorrência acirrada do streaming revigora a pirataria

Atualmente, a Netflix é bem maior do que era em 2019, um salto que passa não apenas pelo número de assinantes, mas também no próprio investimento em produções originais, um dos trunfos para seguir relevante no cada vez mais concorrido mercado de streaming. Do lado do usuário, o compartilhamento de senhas acaba funcionando como um amortizador da mensalidade, ainda mais para aqueles que assinam diversas plataformas, já que o valor integral da assinatura pode ser dividido entre pessoas que usufruem de um mesmo cadastro base.

No comunicado oficial da Netflix sobre a medida de implementar uma taxa para o compartilhamento da conta, a empresa diz que o compartilhamento sem restrições impacta na “habilidade de investir em grandes filmes e série”.

A Netflix sempre se posicionou publicamente de maneira amena em relação a essa prática do compartilhamento, nunca uma situação de “colocar o usuário contra a parede” por seguir essa conduta, o que muda agora é que ficará cada vez mais difícil para Netflix se manter relevante no segmento de streaming. E o epicentro dessa relevância é a produção de conteúdo, que demanda investimentos cada vez mais colossais. E, ao que tudo indica, o que a plataforma anda perdendo com o compartilhamento de senhas se tornou realmente crucial para as pretensões do serviço.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
Leia mais
Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X