Microchip implantado na retina faz paciente recuperar visão

Microchip implantado na retina faz paciente recuperar visão

Um novo implante revolucionário promete grandes resultados ao devolver a visão para pessoas idosas que perderam parte ou a totalidade dela graças a uma doença degenerativa. Uma paciente já teve o microchip implantado no Hospital de Olhos Moorfields e os resultados parecem promissores.

A idosa conseguiu detectar sinais no seu olho esquerdo cego graças ao implante, que foca principalmente pessoas que sofrem com a atrofia geográfica, uma doença ocular que leva à perda progressiva da visão central.

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Uma chance de voltar a enxergar

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A atrofia geográfica é uma forma já avançada da conhecida degeneração macular relacionada à idade (DMRI), uma condição que começa a aparecer em pessoas com mais de 50 anos. Ela afeta a mácula, que é a parte central dos olhos, e também a retina. Cerca de 12% das pessoas com mais de 80 anos são afetadas pela DMRI, enquanto 6,7% das pessoas dessa idade são afetadas com a atrofia geográfica.

Atualmente não existe uma cura ou forma de prevenir a perda da visão causada por essa condição, mas o implante de chip pode ser uma luz no fim do túnel para essas pessoas. O procedimento envolve a inserção de um microchip de 2mm embaixo da parte central da retina do paciente.

Esse procedimento é cirúrgico e o paciente precisa usar uma espécie de óculos especial que tem uma câmera de vídeo conectada a um pequeno computador.

Como acontece a captura da imagem pelo microchip

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O que acontece é que o chip consegue capturar a cena visual que é projetada pelos óculos e transmite isso para o computador. Algoritmos com Inteligência Artificial processam essa informação e fazem com que os óculos possam focar no que eles identificam como sendo o objeto principal da imagem.

Os óculos então projetam essa imagem como um feixe de luz infravermelha através dos olhos até o chip, que, por fim, converte em um sinal elétrico. Esse sinal passa pelas células da retina e células ópticas do cérebro, onde é interpretado como se fosse uma visão natural. Obviamente o processo acontece de forma muito rápida e instantânea.

O chip é ativado cerca de 4 a 6 semanas depois do implante, e nesse período o paciente já começa a identificar alguns sinais. É preciso, entretanto, passar por um programa de reabilitação para aprender a usar esse novo “tipo de visão”. Depois disso, eles serão capazes até mesmo de reconhecer palavras que não podiam antes.

Paciente se sente realizada e feliz com o resultado

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A primeira paciente inglesa do procedimento foi uma mulher de 88 anos que tem 7 filhos e 8 netos. Ela se mostrou muito satisfeita com os resultados e com a chance de voltar a fazer coisas que gosta, mas que precisou abrir mão depois da perda da visão.

“Perder a visão do meu olho esquerdo por causa da DMRI me impediu de fazer coisas que amo, como jardinagem, jogar boliche e pintar. Estou emocionada por ser a primeira a receber este implante, animada com a perspectiva de desfrutar dos meus hobbies novamente e espero que muitos outros se beneficiem disso também”

Mahi Muqit, cirurgião vitreorretiniano consultor do Moorfields Eye Hospital, professor clínico honorário do Instituto de Oftalmologia da UCL e investigador de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde (NIHR), acrescentou ainda que:

“Este dispositivo inovador oferece a esperança de restauração da visão para pessoas que sofrem de perda de visão devido à DMRI seca. O sucesso desta operação e as evidências reunidas através deste estudo clínico fornecerão as evidências para determinar o verdadeiro potencial deste tratamento.”

Fonte: Moorfields Eye Hospital

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