Facebook vive um péssimo momento e Zuckerberg se pronuncia

Facebook vive um péssimo momento e Zuckerberg se pronuncia

Esta semana mal começou, mas para Mark Zuckerberg, Facebook e seus serviços, a semana começou mal.

Referenciando um popular meme do clássico personagem Tintin — que aparece, exaustivamente, na internet em toda quarta-feira —, o Capitão Hadoque diz ao Tintin: “Que semana difícil, hein?” e o obtém a resposta: “Capitão, ainda é quarta-feira”.

Certamente, o CEO do Facebook está vivenciando a mesma sensação do Capitão Hadoque, pois, apenas no início desta semana, a sua megacorporação já sofreu dois baques.

Na segunda-feira, uma mudança nos servidores do Facebook — feita pela própria empresa, ou seja, sem invasão externa —, resultou em uma queda de todos os serviços, incluindo o WhatsApp, Instagram e o Workplace.

O baque dessa queda foi tão grande que Zuckerberg que, além de aumentar o uso de outros apps (Twitter bateu recorde de acessos), afetou também o bolso do bilionário.

Mark Zuckerberg perde quase US$ 7 bi com apagão do Facebook, WhatsApp e Instagram

Ontem (5) foi a vez de mais um duro golpe ao Facebook, que fez com o que o próprio Zuckerberg se pronunciasse.

A pedra no sapato do Facebook (e de Zuckerberg)

Primeiramente, para contextualizar, ontem ocorreu a audiência no Senado americano com a ex-gerente de produtos da companhia que vazou pesquisas internas realizadas pela empresa.

Essas pesquisas apontavam que o Facebook tinha noção do efeito negativo que suas redes sociais, sobretudo o Instagram, causam na saúde mental de adolescentes.

Leia mais: Em pesquisa vazada, Facebook admite o efeito negativo do Instagram em adolescentes

Frances Haugen, ex-gerente de produtos do Facebook, ao comentar sobre a pesquisa, afirmou que o Facebook prioriza o lucro em detrimento da saúde mental dos seus usuários mais jovens.

Facebook Zuckerberg
Frances Haugen prestando depoimento ao Senado Americano na terça-feira (5). Créditos: Bloomberg

Além disso, de acordo com Haugen, a empresa também não parece se importar com os efeitos negativos causados pela polarização política que suas redes fomentam.

“Em diversas ocasiões, eu vi o Facebook entrar em conflito no que concerne os lucros da empresa ou o bem-estar dos seus usuários”, afirma Haugen.

A ex-funcionária e atual delatora ressalta que o Facebook, na maioria das vezes, optava pelos lucros. “Isso resultava em mais divisões, mais danos, mais mentiras, mais ameaças e mais confrontos [no Facebook].”

A audiência contribuiu para gerar uma noção mais completa sobre as vulnerabilidades do Facebook e Haugen afirmou que irá conversar com outros membros do Congresso dos EUA.

 

Estados Unidos vs Facebook

Ao descrever o seu trabalho como gerente de produtos no Facebook, Haugen insistiu para que o Congresso Americano ignore as leis antigas sobre redes sociais e foquem em garantir maior transparência das plataformas de redes sociais.

O Senador Richard Blumenthal, presidente da comissão que realizou a audiência, afirmou que o Facebook é uma empresa “Moralmente corrupta” e que os impactos de suas plataformas terão impactos em toda uma geração.

Blumenthal criticou o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, por não se responsabilizar pelo mal que a sua empresa causa. Aliás, o político afirmou que Zuckerberg deve prestar depoimento ao Senado.

“O Facebook tem noção do quão viciante e tóxico os seus produtos são para as crianças. No entanto, eles valorizam o lucro em detrimento da dor que causam às crianças e suas famílias.”

O Facebook é mal? Zuckerberg se pronuncia

Ontem (5), após a audiência da delatora do Facebook, o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, fez um extenso post em sua principal rede social para responder às acusações. O texto foi direcionado aos funcionários do Facebook, mas também postado publicamente no perfil oficial de Zuckerberg.

Facebook Zuckerberg
CEO postou mensagem no Facebook ontem às 17 horas, logo após o depoimento da delatora.

Esta foi a primeira vez que Zuckerberg comentou sobre a recente polêmica envolvendo o Facebook. Segundo ele, são mentirosas as alegações de que o Facebook prioriza o lucro em vez do bem-estar dos seus usuários.

“É doloroso ver coberturas da mídia que deturpam nosso trabalho e nossas razões.

Em poucas palavras, eu acredito que a maioria de nós apenas não percebe a falsa imagem que estão pintando da nossa empresa”.

Zuckerberg afirmou se incomodar com a ‘narrativa’ de que o Facebook não se preocupa com o bem-estar e a segurança das crianças em suas plataformas.

Mudança em algoritmo é dos reflexos da postura da empresa

“Quando o assunto é a saúde ou bem-estar dos jovens e das crianças, qualquer experiência negativa é um problema. Portanto, nós trabalhamos por anos em empreendimentos que pudessem ajudar as pessoas nesses momentos negativos”, afirma Zuckerberg.

Zuckerberg salienta que o Facebook não se beneficia por conteúdos que podem causar raiva ou depressão nas pessoas. Ele aponta que todas as decisões no desenvolvimento dos seus produtos são baseadas para maximizar as interações dos usuários.

Para refutar as alegações de que a empresa prioriza o lucro, o CEO cita a mudança do algoritmo do Feed de Notícias do Facebook.

Afinal, a mudança passou a mostrar mais posts da família e dos amigos do usuário, apresentando menos memes e vídeos virais. Desse modo, segundo Zuckerberg, “o Facebook tinha noção de que isso faria com que as pessoas passassem menos tempos usando a rede”.

Por fim, O CEO encerrou o post encorajando os funcionários do Facebook e os agradecendo pelo trabalho.

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