152 milhões de pessoas acessam internet no Brasil, diz CGI

152 milhões de pessoas acessam internet no Brasil, diz CGI

A internet nos conecta ao mundo mas, infelizmente, ainda não está ao alcance de todos. No Brasil, entretanto, o número de pessoas conectadas aumentou, principalmente no último ano por conta da pandemia.

Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2020 (Edição COVID 19 – Metodologia Aplicada), atualmente o país conta com 152 milhões de usuários da internet, e esse número equivale a cerca de 81% da população ao contar apenas pessoas com 10 anos ou mais.

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Essa pesquisa foi promovida pelo Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br) e anunciada na quarta-feira (18) através do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

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Ela revela um dado único até o momento. Pela primeira vez foi possível identificar mais domicílios com acesso a rede (o equivalente a 83%) do que indivíduos usuários (81%). Em comparação ao ano passado o número de domicílios com acesso a internet aumentou em 12 pontos percentuais enquanto o número de usuários conectados aumentou 7 pontos percentuais.

Por causa da pandemia, a metodologia acabou sendo um pouco diferente e mais limitada. Por isso as entrevistas foram realizadas em sua maioria pelo telefone no período de outubro de 2020 a maio de 2021.

Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br, afirmou que “Durante a pandemia a Internet foi mais demandada em razão da migração de atividades essenciais para o ambiente digital. Os resultados mostram a resiliência da rede em um cenário de crise sanitária”.

Os usuários de internet no Brasil

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Um dos focos de pesquisa foi detectar o número de usuários da internet para comparar com o ano anterior. Ela detectou que houve um aumento na proporção em algumas áreas: entre os moradores das áreas rurais que aumentou de 53% em 2019 para 70% em 2020, entre as pessoas com maios de 60 anos que passou de 34% em 2019 para 50% em 2020, entre as pessoas que estão no Ensino Fundamental, provavelmente por causa das aulas online, que aumentou de 60% para 73% e também entre mulheres, que aumentou de 73% para 85%.

“Em 2020 houve uma aceleração do uso da rede entre parcelas mais vulneráveis da população. Apesar do maior alcance da Internet no Brasil, os indicadores apontam a persistência das desigualdades no acesso, com uma prevalência de usuários de classes mais altas, escolarizados e jovens”

Aumento no número de domicílios com internet

A pesquisa também indicou um aumento no número de domicílios que agora contam com acesso à internet. Nesse caso, o aumento aconteceu em todos os segmentos analisados, ou seja, nas áreas urbanas quanto rurais, em todas as regiões, em todas as faixas de renda da família e estratos sociais.

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Uma notícia interessante é que os domicílios de classe C aumentaram de 80% para 91% e DE aumentaram de 50% para 64%, apresentando as maiores diferenças na pesquisa e com isso mostrando que as diferenças regionais recuaram um pouco.

Entre os tipos de conexões, a principal foi a de banda larga fixa, que corresponde a 68% do tipo encontrado em todos os domicílios. Houve também um aumento das conexões por cabo ou fibra óptica. E com isso, também aumentou o número de computadores, seja desktop, portátil ou tablet, nas residências. Foi uma mudança já que nos últimos anos a pesquisa vinha indicando uma diminuição no uso desses aparelhos, já que muitas pessoas usam o smartphone para acessar a internet.

Outro ponto de destaque é que, mesmo com o aumento da presença de computadores nas casas,  a proporção de acesso à internet por televisão apareceu pela primeira vez acima do acesso por eles. Cerca de 44% dos usuários brasileiros utilizam mais a internet na TV, um aumento de 7 pontos percentuais em comparação a 2019. Esse aumento foi observado principalmente entre as pessoas de 16 a 24 anos e pretos.

Esse aumento se deve, principalmente, por causa do consumo de cultura e entretenimento pela TV. Além de atualmente os serviços de streaming estarem mais em alta do que nunca e com diversas opções possíveis, houve ainda um período da pandemia onde as pessoas ficaram mais em casa, ou seja, consumindo mais esse tipo de entretenimento.

Aumento de atividades online

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Durante a pandemia, houve também um aumento nas atividades online, o que foi prontamente indicado pela pesquisa. Isso também mostrou que as desigualdades de oportunidades online entre as classes também ainda persistem. Embora os usuários da classe C tenham tido um aumento de estudos e cursos a distância nesse período em relação a 2019, ainda ficam abaixo das proporções encontradas nos usuários de classe A.

Houve também um acréscimo no número de usuários que procuraram ou realizaram serviços públicos online, o que também foi impulsionado pela pandemia e fechamento de agências. Resta saber se esse tipo de solução vai se manter até o próximo ano.

Metodologia da pesquisa

Para obter esses dados, foram realizadas entrevistas em 5.590 domicílios através de ligações telefônicas e também por coleta presencial. Por causa da pandemia, essa coleta presencial passou por uma adaptação para que os entrevistadores e entrevistados estivessem dentro dos métodos de proteção do distanciamento social.

Por isso, ainda que os dados obtidos estejam dentro do esperado, é preciso realiza essas comparações com cautela, já que as mudanças na metodologia aconteceram e os efeitos referentes a isso ainda não são totalmente conhecidos.

“Com a divulgação da pesquisa o CGI.br reforça seu compromisso com a produção de estatísticas para embasar políticas públicas. A despeito das restrições que caracterizaram o período, os dados apresentados são únicos, pois permitem compreender as dinâmicas de acesso e de uso da rede durante o período da pandemia”

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