Crise dos Chips: TSMC e Intel participam de reunião com governo americano

Crise dos Chips: TSMC e Intel participam de reunião com governo americano

Ontem (12), governo dos Estados Unidos realizou uma reunião para debater soluções, visando diminuir os impactos da crise dos chips, contando com a participação dos CEOs de 19 companhias, como a TSMC, a Samsung, a Intel e a Micron.

O encontro fez parte da Cúpula de CEOs da Cadeia de Abastecimento de Semicondutores, realizado pelo conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, que contou com a presença do presidente americano Joe Biden.

Além de empresas fabricantes de chips, os presidentes do Google, da Dell, e de montadoras de carros, como a Ford e a GM – uma das indústrias que mais sofreu com a crise global de chips – também estiveram presentes na reunião virtual.

Joe Biden apareceu na reunião à tarde, afirmando que os Estados Unidos irão liderar a recuperação financeira investindo “agressivamente” no setor de semicondutores e baterias.

“A China e o resto do mundo não está esperando, portanto, não há razão pela qual os americanos devem esperar”, disse o presidente americano. Segundo Biden, os outros países já investem no setor de semicondutores e os EUA devem seguir o mesmo caminho.

Em março, o presidente americano havia confirmado o investimento de US$ 2,3 trilhões em infraestrutura. O programa CHIPS para a América faz parte desse investimento e terá um orçamento de US$ 50 bilhões para retomar as atividades da indústria de chips no país.

Ao socorrer apenas grandes empresas, investimento americano pode não resolver a crise dos chips

De acordo com a Reuters, a maioria deste orçamento deverá ser destinado à construção de fábricas de chips da Intel, Samsung e TSMC. No entanto, executivos da indústria afirmam ser necessário atender toda a cadeia de abastecimento.

No final do mês passado, a Intel anunciou que irá gastar US$ 20 bilhões na construção de duas fábricas de chips no Arizona. A empresa afirmou que isso é parte da nova estratégia, implementada pelo recém-nomeado CEO, Pat Gelsinger, para expandir a divisão de fundição da empresa.

A Fab 42 da Intel, no Arizona. Créditos: Intel

Além disso, a Intel revelou que irá trabalhar em uma forma de amenizar a crise global de chips na indústria automobilística.

Ontem (12), Gelsinger, em entrevista à Reuters, informou que a Intel está em negociação com fabricantes de chips automotivos para produzi-los em suas fábricas.

Os EUA são responsáveis por 12% da produção global de semicondutores. Em 1990, o país tinha 37% da fatia de produção dessa indústria.

O Presidente e CEO da Associação da Indústria de Semicondutores dos EUA, John Neuffer, afirmou, em um comunicado, que esse declínio se deu “pelos consideráveis subsídios que o governo americano ofereceu às empresas internacionais.” Para Neuffer, isso colocou os EUA em desvantagem competitiva. Desse modo, país americano tem dificuldades em atrair a construção de novas instalações para produção de semicondutores.

Intel x TSMC: maior fabricante de chips do mundo estaria ameaçada?

A TSMC é a maior fabricantes de chips do mundo, respondendo por 51% da produção global. A empresa taiwanesa alcançou um patamar elevado na indústria de semicondutores, devido à perda de mercado da Intel nos últimos anos. Agora, a expansão da Intel no mercado de fundição pode representar um desafio à TSMC.

No entanto, a TSMC elogiou a postura de Biden, afirmando esperar que o programa CHIPS para a América beneficie toda a indústria de semicondutores. Sendo assim, a TSMC deixa claro que o investimento, beneficiando apenas empresas americanas, pode ameaçar os seus negócios.

“Os comentários do presidente confirmam uma crescente maré de investimentos por parte do governo americano que irá, portanto, elevar todo o navio dos semicondutores”, afirmou Peter Cleveland, Vice-presidente Global de Assuntos Governamentais da TSMC.

Além disso, a gigante taiwanesa anunciou, no ano passado, que planeja investir US$ 12 bilhões na construção de uma fábrica em Phoenix, também no Arizona. Essa instalação será um dos maiores investimentos de capital estrangeiro nos Estados Unidos, segundo Mark Liu, presidente da TSMC.

Por fim, a TSMC confirmou o investimento de US$ 100 bilhões, três anos, para aumentar a produção de semicondutores e sanar os impactos da crise dos chips.

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