Huawei reduzirá produção de smartphones em 60%

Huawei reduzirá produção de smartphones em 60%

A Huawei notificou seus fornecedores que os pedidos de componentes para fabricação de smartphones serão reduzidos em 60% neste ano.

De acordo com o NikkeiAsia, portal de notícias japonês, a ação ocorreu tendo em vista a continuidade das sanções que os Estados Unidos impuseram à companhia chinesa.

Segundo o site, a Huawei, na notificação para os fornecedores, informou que planeja encomendar componentes suficientes para produção de 70 a 80 milhões de smartphones neste ano.

Esse número representa uma queda de mais de 60% na produção, se comparado ao ano passado, quando a Huawei produziu 189 milhões.

O governo americano não autorizou que a Huawei importasse componentes de empresas dos EUA para aparelhos 5G.

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O Mate 30 5G. Créditos: Huawei

Sendo assim, a Huawei está limitada a comprar componentes apenas para os modelos 4G de seus smartphones.

Alguns fornecedores, ainda de acordo com a NikkeiAsia, disseram que o número de produção de smartphones da Huawei pode ser reduzido para 50 milhões.

Impacto das sanções dos EUA na Huawei

A Huawei é um dos protagonistas da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que começou em 2018  com o então presidente, Donald Trump, impondo tarifas e outras barreiras comerciais a empresas do país asiático.

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O ex-presidente Donald Trump, no dia 15 de maio de 2019, após assinar o decreto executivo 13.873, que baniu a Huawei dos Estados Unidos. Créditos: Andrew Harrer/Bloomberg

O resultado foi a redução do crescimento econômico acelerado da China e o aumento do preço de produtos de consumo para população dos Estados Unidos.

Voltando ao foco, com as sanções impostas pela Casa Branca, a Huawei viu sua posição cair para o terceiro lugar no ranking de empresas do ramo de smartphone, atrás da Samsung e da Apple, de acordo com dados da IDC.

Além disso, neste ano, a Huawei, possivelmente, pode perder, ainda mais, o terreno no mercado devido às proibições do governo estadunidense.

No ano passado, em novembro, a Huawei vendeu a Honor, sua subsidiária que produzia celulares mais baratos, para um consórcio de mais de 30 empresas chinesas.

A intenção da Huawei era ajudar a Honor a recuperar o acesso a componentes e partes importantes para fabricação de celulares que estão sob restrição dos EUA.

Segundo o NikkeiAsia, a Honor informou que reassegurou as relações de negócios com fornecedores importantes, incluindo AMD, Intel, MediaTek, Microsoft, Qaulcomm, Samsung e Sony.

No entanto, embora alguns fornecedores da Huawei tenham obtido permissão do departamento de Comércio dos EUA para exportar os produtos, a companhia chinesa ainda não tem acesso aos produtos essenciais para os celulares 5G.

Novo governo, nova política?

Havia uma certa esperança de que Joe Biden, presidente dos EUA, suavizasse a abordagem dura que Trump tinha em relação aos negócios com a China, sobretudo em relação aos semicondutores.

Entretanto, está aparente que a nova administração do poder executivo americano irá manter a postura combativa de Trump.

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Joe Biden fazendo o juramento para assumir a presidência dos Estados Unidos em janeiro deste ano. Créditos: Comitê de Cerimônia Inaugural dos Estados Unidos.

Gina Raimondo, Secretária de Comércio dos Estados Unidos, afirmou, no início deste mês, que não via razão para remover companhias da lista negra do Departamento de Comércio.

Segundo ela, as empresas, em sua maioria, foram incluídas nessa lista (Entity List) por razões de segurança nacional ou política externa.

A Huawei entrou para lista em maio de 2019 sob acusações de espionagem por parte do governo americano, sendo considerada um risco significativo para os interesses dos EUA.

De acordo com o Escritório de Indústria e Segurança dos EUA (BIS), a Huawei forneceu serviços financeiros para o Irã, que são proibidos segundo a legislação americana.

Além disso, o BIS acusou a empresa de “obstrução de justiça durante as investigações do caso de violação das leis americanas.”

Huawei abandonará o mercado de smartphones?

Outro ponto que a matéria do NikkeiAsia abordou foi o rumor de que a Huawei irá abandonar o mercado de celulares.

De acordo com o portal japonês, há notícias circulando na empresa sobre uma possível venda de toda a divisão mobile da Huawei.

O CEO do conglomerado chinês, Ren Zhengfei, disse a um jornal que nunca iria “seguir esse caminho.”

No entanto, um executivo de um dos fornecedores da Huawei, de acordo com a matéria do NikkeiAsia, afirmou que a Huawei não está conseguindo obter os componentes necessários para fabricar celulares.

Além disso, atualmente, há uma escassez mundial de semicondutores e componentes que está afetando diretamente os negócios de smartphone da Huawei.

A Huawei não quis comentar sobre o assunto publicamente.

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