Adeus Intel: Coreia do Sul está desenvolvendo sua própria CPU para supercomputação

Adeus Intel: Coreia do Sul está desenvolvendo sua própria CPU para supercomputação

Em 2020, vimos uma movimentação história. A Apple anunciando o primeiro processador baseado em ARM, isso representa o passo inicial em um futuro com Macs sem chips Intel. Essa movimentação de uma produção “em casa” também está acontecendo numa outra escala da computação, a supercomputação. A Coreia do Sul anunciou que está desenvolvendo sua primeira CPU que será utilizado em seu supercomputador.

Atualmente, o país do K-Pop e polo de avanços em termos de telecomunicações, está na 17ª posição no ranking Top 500 dos supercomputadores mais poderosos do mundo. A máquina em questão, localizada no Instituto de Ciência e tecnologia, é a Nurion.

Este supercomputador que integra o consórcio HPC COVID-19 (consórcio que reúne uma largo poder computacional para estudar o novo coronavírus) tem 25 TFLOPs de poder computacional.  O Nurion é construído com tecnologia americana, incluindo CPUs Intel Xeon Phi. Além do Nurion, a Coreia do Sul tem outros dois computadores. Todos eles utilizam processadores Intel.

Para não depender da Intel, e nem de outros parceiros, a Coreia do Sul está desenvolvendo a sua própria CPU para este segmento de computação de alto desempenho. Esse projeto parte de uma parceria entre o Instituto Coreano de Eletrônica e Telecomunicações ETRI fez parceria com a empresa de chips ARM, adquirida pela NVIDIA em setembro.

O objetivo do projeto é desenvolver uma CPU que seja duas vezes mais rápida que as opções utilizadas ​​nos supercomputadores da geração atual, além de um consumo energético 60% menor. Esse processador em questão será o K-AB21.

K-AB21

De acordo com Youngsu Kwon do Departamento de Pesquisa de Processadores de Inteligência Artificial do ETRI, os primeiros resultados são muito promissores. O protótipo do novo K-AB21 em processamento massivamente paralelo atinge uma eficiência cerca de 2,5 vezes maior do que os aceleradores mais rápidos atualmente e, ao mesmo tempo, consome 60% menos energia do que clusters comparáveis. Kwon também enfatiza a ampla compatibilidade com estruturas, incluindo PyTorch e Tensorflow, mas também OpenCL.

Essa plataforma combina ARM Zeus de alto desempenho com núcleos escalonáveis ​​de Computação de Alto Desempenho (AI / HPC) da ETRI em interfaces de memória HBM2E (há também compatibilidade com DDR5). O desempenho de cada matriz de CPU pode chegar a 1.600 teraflops (cada Teraflops representa um trilhão de operações de ponto flutuante por segundo). Como o próprio slide de apresentação enfatiza, é uma arquitetura em blocos.

A expectativa é que esse a produção em massa massa dessa nova plataforma aconteça antes do final de 2021.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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