Sony explica por que o PlayStation 5 é tão grande

Desing é aquilo, nunca é uma unanimidade, ainda mais quando o produto promove uma mudança drástica em relação ao modelo anterior. Na semana passada, a Sony revelou o design do PlayStation 5. Muitos gostaram, outros nem tanto. Em meio a tantos elogios, críticas e memes sobre o formato do console, surgiu a seguinte dicussão: por que o PS5 é tão grande?

Diferentemente do Xbox Series X, concorrente direto do PlayStation 5, que adota uma proporção mais avantajada na largura, o PS5 é bem mais alto, e essa escolha tem um motivo. A explicação veio da própria Sony.  Matt MacLaurin, vice-presidente de UX Design da PlayStation, explicou esse ponto após um comentário de um usuário no Linkedin.

A pessoa que indagou MacLaurin destacou que está muito impressionado com o design, mas que o console está em desacordo com os tempos atuais, com pessoas buscando mais portabilidade e conveniência. Por que então construir um design que está fora dessa linha?

MacLaurin respondeu que essa decisão tem relação com um fator que sempre permeia qualquer projeto dessa magnitude: temperatura. O executivo explicou que essa geração é basicamente um computador muito parrudo, e, ainda que um chip de 7nm entregue uma bom rendimento em relação ao consumo e aquecimento, o calor gerado ainda exige atenção, por isto a equipe decidiu que o ideal seria bastante espaço para realizar essa disipação.

Esse ponto merece atenção. Quando falamos do design de um produto, não está em jogo apenas a questão estética, desmembrada em relação a sua paleta de cores e linhas adotadas, por exemplo, também está em jogo o design prático – a forma como o equipamento irá lidar com a dissipação faz parte dessa parte.

Evidentemente que a solução térmica interna adotada pode ser determinante para que o console seja menor ou maior. Até a proposta visual que cada empresa quer adotar para o seu produto determina como ele será vendido (em termos da mensagem passada) ao consumidor. O Xbox Series X tem muito mais uma cara de produto industrial, enquanto o PlayStation 5 é mais futurista.

Lembrando que ambos os consoles são baseados em soluções personalizadas de hardware da AMD. Tanto o Xbox Series X quanto o PlayStation 5 rodam com um processador octa-core baseado na arquitetura Zen 2 (processo de fabricação em 7nm), porém há diferenças no clock de operação.

A Microsoft fala em clock fixo – 3.8 GHz e 3,6 GHz com SMT, já no caso do PlayStation 5 o clock é variável, podendo atingir até 3,5 GHz. Este clock máximo será alcançado apenas em situações estratégias, evidentemente a jogatina é uma deles.

Este SoC é combinado com 16 GB de memória GDDR6, há aqui outra diferencial considerável entre ambos. O barramento da memória do PS5 é de 256-bits, enquanto a do Xbox Series X é de 320-bits. A largura de banda associada no console da Sony é de 448 GB/s, enquanto no caso do Xbox Series X os 16 GB são distribuídos da seguinte maneira: 10 GB a 560 GB/s e 6 GB/s a 336 GB/s.

Passamos agora para o chip gráfico, elemento primordial para o rendimento em games. A AMD aparece aqui de novo, responsável pela arquitetura dos chips utilizados nos dois consoles: RDNA2 (Radeon DNA 2). O salto da performance por watt em soluções gráficas baseadas em RDNA 2 será de 50% (quando comparado ao RDNA) – mesmo salto que a AMD promoveu quando passou de GCN para RDNA.

No PS5, a GPU, assim como a CPU, tem uma frequência variável, atingindo até 2,23 GHz, superior ao do Xbox Series X, que tem uma frequência fixa de 1,825 GHz. Nos demais pontos relacionados ao chip gráfico a superioridade do Xbox Series X é expressiva. A performance bruta do console da Microsoft é 12 Teraflops enquanto a do PS5 é 10,28 Teraflops. A diferença no número de unidades computacionais (Compute Units) também chama atenção: 36 Compute Units no PS5 e 52 no Xbox Series X.

Tanto o PlayStation 5 quanto o Xbox Series X chegarão ao mercado na reta final do ano.