Divisão de smartphones da Sony é cada vez mais decepcionante

Divisão de smartphones da Sony é cada vez mais decepcionante

No mês passado comentamos sobre a decisão da Sony, assim como a Samsung, em encerrar a produção de smartphones na China, mercado que acabou sendo dominado por outras companhias, como a Huawei. No caso da Samsung essa decisão é apenas um lance estratégico, a empresa ainda é dominante em muitos outros países, e lidera a lista dos smartphones mais vendidos com Android. A Sony é o oposto, há alguns anos sua divisão mobile não é competitiva, e a cada novo relatório financeiro divulgado fica a sensação que é questão de tempo até que a empresa do PlayStation abandone de vez a produção.

Enquanto em 2017 a Sony vendeu 13,5 milhões de aparelhos, em 2018 caiu para menos que a metade, com 6,5 milhões de unidades enviadas. Em 2019 o cenário será ainda mais caótico. A expectativa é que sejam vendidos até o fim do ano 2,5 milhões de aparelhos. Uma situação dramática para uma empresa que marcou seu nome nesse mercado, com movimentos importantes na história da telefonia móvel, como a formação de uma joint-venture com a Ericsson em 2001, parceria que fez com que a Sony alcançasse 7% de market share em 2007.

Em 2011 foi a vez de mais um movimento contundente para crescer ainda mais no mercado móvel, a aquisição da Ericsson, e a criação da divisão Sony Mobile. Mas o tiro saiu pela culatra. De acordo com dados reunidos pela Statista que abarcam o quarto trimestre de 2009 e o terceiro trimestre de 2019 a Sony teve seu melhor momento no terceiro trimestre de 2012, com 4,7% do mercado – percentual que já era bem mais baixo comparado aos tempos áureos da parceria com a Ericsson. Atualmente a participação de mercado da Sony não é nem listada nas principais tabelas das empresas de consultoria de mercado, já que é completamente inexpressivo.

Em maio desse ano, com os inúmeros rumores que a Sony encerraria de uma vez por todas sua divisão de smartphones, o CEO, Kenichiro Yoshida, desmentiu os boatos, e disse que essa divisão é indispensável na estratégia da companhia. “Vemos os smartphones como hardware para entretenimento e um componente necessário para manter o nosso produto sustentável”, declarou o executivo.

Mesmo mantendo a divisão funcionando, evidentemente, tudo foi completamente enxugado, o número de aparelho lançados, a quantidade de pessoas envolvidas e os mercados em que seus aparelhos são vendidos, até pouco tempo atrás a China era um desses mercado listados pela alta cúpula da gigante nipônica como importante, mas com a decisão de encerrar a produção dos aparelhos por lá, vemos que tudo na divisão móvel da Sony continua sendo revisto, já que os números são cada vez mais baixos. Um dos motivos para essa queda foi a decisão da empresa em apostar com mais intensidade nos modelos premium, diferenciando-se de outros fabricantes que atendem diversas faixas de mercado, além de uma lentidão inacreditável em promover inovações aos seus aparelhos, principalmente em design.

Em 2019 a Sony ainda não conseguiu vender 1 milhão de aparelhos por trimestre – feito que ainda foi registrado no ano passado. No primeiro trimestre deste ano foram vendidos 900 mil unidades, enquanto no segundo trimestre a empresa revelou que foram 600 mil unidades.  Mesmo com o aval para do CEO para que a divisão siga viva, alguns analistas acreditam que a Sony irá se desfazer da sua divisão móvel, alocando recursos de produção para outras divisões.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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