Mais sobre a Netflix no Brasil

Em abril a Netflix começou a formalização dos seus negócios no Brasil, iniciando com o registro da empresa. Por esses dias saiu o anúncio oficial da chegada dela na América Latina.

Pelo que se vê nas redes sociais e comentários em geral, a recepção será muito positiva. Ela fez um grande barulho nos Estados Unidos e em parte do Canadá, onde atua há vários anos. Primeiro com entrega de DVDs em casa, depois com streaming. Hoje a empresa tem mais de 23 milhões de clientes nesses dois países. Os vídeos podem ser vistos em computadores e TVs, além de consoles de jogos e até mesmo em dispositivos mobile, como iPhone e Android.

O segredo do negócio? Simples: fornecer acesso ilimitado a inúmeros filmes, séries e programas de TV por apenas $7,99 por mês. Não se paga por vídeo nem tem restrições de tempo: a assinatura dá direito a ver qualquer mateiral do catálogo, quantas vezes qu?iser, sem limites. As produtoras de conteúdo ganham, é um negócio legalizado, mas não é abusivo como se vê em outros mercados.

No Brasil parte deste tipo de serviço é operada por empresas de TV por assinatura. Fora das grandes TVs, a NetMovies é uma empresa que se destaca no ramo, sendo inúmeras vezes comparada à Netflix. Só que as coisas não são tão bonitas quanto lá, afinal o catálogo online é bastante limitado, não tem filmes novos e as reclamações são constantes. A chegada da Netflix vai abalar o mercado.

Pelo que se vê a Netflix na América Latina oferecerá apenas streaming, sem entrega de DVDs, o que seria um negócio mais arriscado já que precisaria de grandes investimentos offline.

A pior parte no Brasil é que a conexão banda larga de verdade é privilégio de poucos, considerando o tamanho do território. Naturalmente quem já tem, precisa aproveitar. Com 1 ou 2 Mbps para cima dá para ver tranquilamente em qualidade padrão – não seria muito diferente do YouTube, um pouco melhor que os 480p na maioria dos vídeos. Com um pouco mais daria pra aproveitar em HD 720p (full HD só tem para alguns filmes no PS3 por enquanto).

O site terá versões em português e espanhol (mantendo o inglês, é claro :P). Um pré-cadastro pode ser feito no https://signup.netflix.com/global, onde você deixa o e-mail para ser notificado do lançamento. A página está em português mas não divulga o preço da assinatura, só diz que será “um preço mensal baixo”.

Pode ser que os preços por aqui fiquem bem além dos $8 dólares convertidos em reais, afinal estamos no Brasil, você sabe como é.

Pessoalmente experimentei e gostei bastante da Netflix, me cadastrei lá um pouco antes de aparecerem os rumores dela no Brasil. Usando uma VPN e um cartão internacional é fácil ter acesso (com uma VPN também deu para entrar no Google Music), só que a VPN precisa ser de qualidade já que lidará com streaming de vídeo. A melhor que achei foi a StrongVPN, mas não testei muitas. Se o valor em reais for bem mais caro do que VPN + Netflix e/ou se o acervo for ruim, não fará tanto sentido assiná-la por aqui, podendo valer a pena correr atrás dessa forma de burlar a identificação do país, exatamente como alguns já fazem.