Sistemas de escrita

Nos primeiros PDAs, como os Palms e os Pocket PCs, o sistema primário de entrada de texto era o reconhecimento de escrita. Nos Palms, era utilizado o graffiti, um sistema de escrita simplificada, desenvolvido com o objetivo de simplificar o traço das letras e, ao mesmo tempo, reduzir o volume de processamento necessário para reconhecer os caracteres, algo essencial considerando que os primeiros Palms utilizavam processadores de 16 MHz.

O graffiti realmente funcionava; o problema era que demorava um pouco para você memorizar o desenho dos caracteres, e a velocidade de “digitação” continuava sendo baixa, mesmo depois de um bom tempo de prática.

A Microsoft tentou inovar implementando um sistema de reconhecimento de escrita natural na plataforma Pocket PC, mas o sistema era lento e impreciso, de forma que, depois de alguma insistência, a idéia acabou sendo abandonada em favor dos teclados virtuais. O sistema de escrita continua disponível mesmo nas versões atuais, mas poucos o utilizam. Existem também alguns softwares comerciais, que oferecem sistemas alternativos de reconhecimento de escrita; dois que ainda resistem são o CalliGrapher (http://www.phatware.com) e o Penreader (http://www.penreader.com), mas ambos são pouco usados.

Com o surgimento dos smartphones, a idéia do reconhecimento de escrita foi abandonada em favor dos teclados numéricos, teclados QWERTY e dos teclados virtuais, que dominam os aparelhos atuais.

O método mais simples de escrita em aparelhos com teclado numérico é o sistema de teclas múltiplas (multitapping), onde você pressiona as teclas repetidamente para inserir as letras e caracteres acentuados. Para escrever a palavra “livro”, por exemplo, você precisa digitar “555444888777666”, ou seja, 15 toques para uma palavra de 5 letras.

Como conseqüência, os teclados QWERTY passaram a ser adotados em aparelhos com ênfase na comunicação por texto e em modelos voltados ao uso profissional, como os BlackBerryes e muitos aparelhos da série E da Nokia (como o E61, E62 e o E71):

O grande problema é que um teclado completo ocupa muito mais espaço, o que obriga os projetistas a aumentar as dimensões do aparelho. Como consequência, o peso também aumenta, fazendo com que o smartphone fique com cara de PDA e não de telefone.

Tendo isso em vista, os fabricantes passaram a adotar o uso de teclados deslizantes em muitos modelos. Isso permite usar telas maiores (um exemplo é o HTC Touch Pro, que usa uma tela de 640×480) sem abrir mão do teclado. Por outro lado, eles aumentam a espessura dos aparelhos, além de torná-los mais frágeis (devido ao uso do sistema móvel) e mais caros. O HTC Touch Pro, por exemplo, pesa nada menos do que 165 gramas, quase o dobro do peso de um Nokia 6120c.

Com isso, quem quer um aparelho barato, leve e compacto, acaba ficando sem muitas opções além de comprar um modelo com o bom e velho teclado numérico, o que nos leva ao sistema T9.

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