Os terminais

A configuração mínima para os terminais é um 486 com 8 MB, e a configuração ideal é um Pentium 100 com 32 MB. Em teoria, você pode utilizar até mesmo um 386 como terminal, mas, nesse caso, você vai começar a sentir uma certa demora na atualização da tela.

O servidor fica com o grosso do trabalho, que é executar os programas e armazenar todos os dados. Ele envia para os clientes apenas instruções para montar as janelas que serão exibidas, e estes enviam de volta os movimentos do mouse e as teclas digitadas no teclado.

O ping numa rede local, mesmo que seja uma rede de 10 megabits, é muito baixo, em torno de 10 milessegundos, na pior das hipóteses. Isso significa que o tempo necessário para um click do mouse ir da estação até o servidor e este enviar de volta a resposta é mínimo, quase imperceptível. Apesar disso, a estação precisa rodar uma versão compacta do Linux com um servidor X e tem o trabalho de montar as janelas baseado nas instruções recebidas do servidor, daí a necessidade de um mínimo de poder de processamento.

Se o processador for muito lento, a estação tem dificuldades para fazer a atualização de tela e as respostas começam a ficar muito lentas. Um 486 DX-100 demora cerca de 0.5 segundo para redimensionar uma janela (usando o X.org padrão do LTSP), o que é ainda relativamente rápido. No entanto, um 386 demoraria 2 ou 3 segundos para fazer a mesma tarefa, o que já seria bastante incômodo.

O ideal é utilizar, no mínimo, micros 486 DX-100 com uma placa de vídeo PCI. Se você utilizar micros um pouco mais rápidos, a partir de um Pentium 100, a atualização de tela já passará a ser instantânea, como se os aplicativos estivessem rodando localmente.

O próximo gargalo é a velocidade da rede, que precisa transportar as informações destinadas a todas as estações. Graças à eficiência do protocolo utilizado pelo X (se comparado a sistema como o VNC), é possível pendurar 20 ou até mesmo 30 terminais em uma rede de 100 megabits, antes que a velocidade da rede comece a se tornar um gargalo.

Em redes maiores, ou ao usar equipamentos novos, existe a opção de investir em uma rede gigabit, o que evita a saturação da rede nos momentos de pico e permite usar um número ainda maior de terminais.

Aqui estão as entranhas de um dos micros que uso nos meus testes. Ele é um 486 de 133 MHz da AMD com 12 MB de RAM. Ele tem um desempenho mais parecido com um DX-80, pois usa uma placa-mãe sem cache L2. Como você pode ver, ele tem espetados apenas a placa de rede PCI, uma placa de vídeo Trident 9440 de 1 MB e um drive de disquetes.

Aqui ele já está rodando o KDE a partir de um Celeron 700 com 256 MB que estou usando como servidor para três clientes, a fim de testar o desempenho ao usar um servidor lento. Como disse, ao usar poucos clientes, o servidor não precisa ser nenhum topo de linha.

O boot é bem rápido, demora menos de 30 segundos (no 486) para cair na tela de login do servidor e, a partir daí, o tempo de carregamento do KDE e dos programas depende apenas do desempenho deste. Se você usar como servidor um Athlon X2, com HDs em RAID e muita RAM, por exemplo, todos os clientes terão a impressão de estarem usando uma super máquina que abre qualquer coisa quase instantaneamente, mesmo que na verdade estejam usando um monte de 486 velhos. Essa é justamente a parte mais interessante: você pode continuar usando os micros que tem em mãos e mesmo assim obter um bom desempenho, investindo apenas em um servidor mais rápido.

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