Curiosidade: usando um terminal realmente antigo

Juntando algumas peças velhas que estavam jogadas, acabei montando um velho 486 SX 25 com 8 pentes de 1 MB e uma placa de vídeo VESA tão antiga quanto o resto. Como não tinha mais um gabinete, ele acabou virando um amontoado de peças.

O mais interessante é que, apesar de tudo, esse monte de sucata funcionou como terminal. Só precisei gravar o disquete com o boot para a placa 3com509 no rom-o-matic.net.

Como ele utiliza uma placa de rede ISA, precisei adicionar as duas linhas dentro da configuração da estação no arquivo “/etc/dhcp3/dhcpd.conf”, como vimos há pouco:

option option-128 e4:45:74:68:00:00;
option option-129 “NIC=3c509”;

A configuração da placa de vídeo foi a parte mais complicada, pois ela não funciona com a detecção automática do vídeo (acontece com a maioria das placas ISA ou VLB). A melhor configuração que encontrei foi usar o driver “vesa” com 8 bits de cor (funciona tanto a 800×600 quanto a 1024×768). Existe também a opção de usar o driver “vga”, mas não é muito agradável de trabalhar a 640×480 com 16 cores.

Segundo a página de compatibilidade do X, ela talvez funcionasse com o driver “trident” (aparece como não-testado) que me daria um melhor desempenho, mas não funcionou.

A placa também funciona usando 16 bits de cor com o driver “vesa”, mas as cores ficam trocadas, talvez por defeito na placa. Precisei também configurar o mouse serial, ligado na COM1. Como estou usando um micro com apenas 8 MB de RAM, é necessário ativar também o swap. No LTSP 4.2 a configuração seria:

[ws002] XSERVER = vesa
X_MODE_0 = 800×600
X_VERTREFRESH = 60 #(Refresh rate)
X_COLOR_DEPTH = 8 #(Bits de Cor)
X_MOUSE_PROTOCOL = “Microsoft”
X_MOUSE_DEVICE = “/dev/ttyS0”
X_MOUSE_RESOLUTION = 400
X_MOUSE_BUTTONS = 2
X_MOUSE_EMULATE3BTN = Y
USE_NBD_SWAP = Y

Os últimos segredos estavam no próprio setup da placa-mãe. Tive que ativar o cache L1 e L2 (o padrão nesta placa é eles ficarem desativados!) e ativar o Video BIOS Shadow. Essa opção não tem efeito se você estiver usando um driver adequado para a placa de vídeo, mas ao utilizar o driver VESA genérico a própria placa fica responsável por processar as instruções, fazendo com que a ativação do Video BIOS Shadow chegue a representar um desempenho de mais de 100% para a velocidade do vídeo.

Sem o cache e sem o Video BIOS Shadow, o desempenho desse micro era ridículo, ele demorava mais de 5 segundos pra montar uma tela, mas depois das alterações ele ficou brutalmente mais rápido, o suficiente para fazer algo útil.

Em geral, vale bem mais a pena usar placas um pouco mais novas, que já tenham pelo menos slots PCI. Mas colocar essas velharias para funcionar não deixa de ser um passatempo, que mostra a versatilidade do LTSP.

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