Smithfield, Cedar Mill e Presler

O core Smithfield é uma versão dual-core do Prescott (1 MB de cache para cada core), produzido em uma técnica de 0.09 micron. Ele foi utilizado nas primeiras versões do Pentium D (abrangendo modelos de 2.66 a 3.2 GHz) e também no Pentium Extreme Edition 840. Estes processadores foram produzidos em quantidades limitadas e foram rapidamente substituídos pelos Pentium D baseados no core Presler.

Esta imagem mostra o núcleo de um Pentium D baseado no core Smithfield. Como você pode ver, ele nada mais é do que dois Prescotts, que compartilham o mesmo wafer e são unidos diretamente através do FSB, que no caso dos processadores Intel é também usado para ligar o processador à memória e ao chipset:


Núcleo do Pentium D baseado no core Smithfield

O Cedar Mill é uma versão atualizada do Prescott 2M, produzida utilizando uma técnica de 0.065 micron (65 nanômetros). Ele mantêm os 2 MB de cache e não inclui mudanças na arquitetura, nem para melhor, nem para pior. O desempenho dos processadores baseados no core Cedar Mill é rigorosamente o mesmo dos Prescott 2M da mesma freqüência. A única vantagem é que a dissipação térmica do Cedar Mill é um pouco mais baixa, e ele é capaz de atingir freqüências de clock um pouco maiores (embora a diferença seja pequena) quando em overclock.

De um modo geral, é possível atingir até 4.2 GHz fazendo overclock em um processador baseado no Core Prescott, enquanto os baseados no Cedar Mill atingem até 4.5 GHz (em ambos os casos sem muita estabilidade). A freqüência máxima não varia muito de acordo com o clock original do processador, você precisa apenas ajustar a freqüência do FSB de acordo com o multiplicador, já que ele é travado, tanto no Prescott, quanto no Cedar Mill.

Foram lançadas apenas 4 versões do Cedar Mill, operando a 3.0, 3.2, 3.4 e 3.6 GHz, todas em versão LGA775 e utilizando bus de 800 MHz. Embora o Cedar Mill fosse capaz de facilmente superar a marca dos 4.0 GHz, em overclock, a Intel decidiu não lançar processadores acima dos 3.6 GHz, dando prioridade para o lançamento de versões de baixo consumo.

O Cedar Mill deu origem também ao Cedar Mill-512, a versão mais competitiva do Celeron lançada até então, que contava com 512 KB de cache e era fabricado usando uma técnica de 0.065 micron. Eles existiram em versão de 3.06 a 3.6 GHz (todas utilizando bus de 533 MHz) e se tornaram muito baratos depois do lançamento do Core 2 Duo, oferecendo uma boa relação custo-benefício.

Utilizando um bom cooler, é possível superar facilmente a faixa dos 4.0 GHz em overclock. Uma configuração muito comum é overclocar o Celeron D 347 (a versão de 3.06 GHz) para 3.83 GHz, aumentando a freqüência do FSB para 800 MHz.

O Presler, por sua vez, era uma versão dual-chip do Cedar Mill, onde dois chips eram instalados dentro do mesmo encapsulamento. Como os dois chips eram separados por uma distância de 5 mm, a dissipação de calor era um pouco mais eficiente do que no Smithfield. Além disso, graças à utilização de núcleos separados, o índice de aproveitamento da Intel era melhor, já que os dois processadores podiam ser testados separadamente. No caso do Smithfield, caso um dos dois cores apresentasse defeito, ambos precisavam ser descartados.

Externamente, um Pentium D baseado no core Presler não é diferente de um Prescott, Cedar Mill ou Smithfield soquete 775, com o mesmo formato e o mesmo dissipador metálico protegendo o processador. Mas, ao remover o dissipador, você pode ver os dois cores separados:


Pentium D com core Presler (com o dissipador removido)

Em teoria, utilizar dois chips separados resulta em um processador capaz de operar a freqüências mais baixas do que ao utilizar um processador dual-core “de verdade”, como o Smithfield. Apesar disso, os ganhos advindos da redução de custos parecem ter superado as desvantagens para a Intel.

O Presler foi lançado em versões de 2.8 a 3.6 GHz, todas com 2 x 2 MB de cache L2 e utilizando bus de 800 MHz. Além de representar a maior parte dos Pentium D vendidos, ele foi utilizado também em duas versões do Pentium Extreme Edition, operando a 3.46 e 3.73 GHz.

Por ser um processador dual-chip, o Presler não era capaz de atingir freqüências tão altas quanto o Cedar Mill quando em overclock. Mesmo nos modelos de fabricação mais recente, é muito difícil superar a marca dos 3.9 GHz.

Devido à concorrência da AMD, a Intel passou a ajustar o preço de seus processadores dual-core de forma bastante agressiva. A diferença de preço entre um Pentium D e um Pentium 4 da série 6xx (baseado no Cedar Mill) não era grande, de forma que, em 2006, você podia comprar um Pentium D de 2.8 GHz por aproximadamente o mesmo que pagaria por um Pentium 4 631, a versão single-core de 3.0 GHz.

De uma forma geral, aplicativos que dividem a carga de processamento em vários threads e por isso se beneficiam de um processador dual-core são aplicativos de edição e compressão de vídeo, renderização 3D, edição de imagens (Photoshop, Gimp, etc.) e diversos aplicativos de uso profissional. Aplicativos que trabalham com um único thread e por isso não se beneficiam de um processador dual-core são aplicativos office de uma forma geral, navegadores, players de áudio e vídeo e a maioria dos games.

Note entretanto que o uso de um processador dual-core sempre ajuda quando você está rodando dois aplicativos pesados simultaneamente. Pode ser que um determinado game 3D não apresente ganho algum de FPS ao rodar sobre um processador dual-core, mas sem dúvida o FPS será mais alto se você resolver comprimir um filme em Divx em segundo plano enquanto joga.

Nos servidores a coisa muda de figura, pois quase todos os serviços geram um volume muito grande de threads, de forma que um processador dual-core oferece sempre um ganho muito grande de desempenho.

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X